É uma matinta

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-Bom dia - Renato cumprimentou a pequena senhora que abriu a porta. Estavam estudando sobre uma casa gigantesca no meio de uma floresta próxima dali, que estranhamente, mesmo com o passar dos anos, continuava aparentemente intacta.

-Podem falar, meninos - a mesma respondeu - Sou Flora.

-Então, Dona Flora - Léo emendou - Queríamos saber sobre aquela casa no meio da mata - apontou.

-Se eu fosse vocês, não entraria ali - Flora respondeu - Naquela casa morava uma garota, a muitos anos atrás, que foi morta pelo pai em alguma espécie de ritual. A lenda conta que ela voltou, como um espírito agourento e se vingou do pai, e agora vaga por aí, anunciando a morte.

-Sabe nos dizer quantos anos mais ou menos tem essa lenda? - Thiago perguntou.

-Acredito que uns 300 anos - Flora respondeu - A chamamos de Matinta.

-A senhora já a ouviu? - Renan perguntou.

-Sim, no dia seguinte, minha mãe morreu - disse e um raio cortou o céu, o que era estranho, já que nem nuvens eram visíveis.

-Bom, obrigada - Renato agradeceu - A senhora nos ajudou muito.

-De nada, meninos - Flora disse e o grupo voltou para a caminhonete.

-Que lenda nervosa! - Thiago comentou.

-É mesmo - Renato concordou - Topam gravar?

-Claro, é só torcer para a Matinta não cantar - Renan disse e entraram na caminhonete.

Naquela noite, foram à casa da lenda da Matinta. Estranhamente, a atmosfera ao redor da casa estava tranquila. Entraram na casa e exploraram todo o imóvel, que estranhamente parecia que havia parado no tempo. A única coisa que não parecia pertencer ali era um pequeno pássaro marrom com olhos brancos pousado sobre a moldura da janela, os encarando.

-Esse pássaro estava aqui quando entramos? - Thiago perguntou.

-Não - Renato respondeu.

-É uma matinta - Renan acrescentou, após pesquisar no celular.

-Meu Deus do céu! - Léo exclamou, mas o pássaro apenas os encarou em silêncio, sem se mover.

Ficaram alguns segundos encarando o pássaro, até ouvirem barulhos parecidos a de um porco do mato do lado de fora da sala.

-Cara, aquilo não é normal - Boquinha avisou - É enorme.

-Vamos embora daqui, nego - Thiago sugeriu, vendo o porco bufar irritado, mas sem atacá-los.

-Vamos sair daqui - Renato concordou e correram até a caminhonete, partindo em seguida.

-Você não impõe medo nenhum com essa sua forma - um homem ruivo e enorme entrou na casa, encarando o pássaro. Segundos depois, no lugar do animal, uma garota alta de cabelos vermelhos, com as pontas dos cachos em branco e algumas jóias presas a algumas mechas, olhos violetas e tatuagens aparecendo em toda parte visível de pele apareceu sentada na janela.

-Eu não preciso parecer ameaçadora para ser ameaçadora, Tutu - ela respondeu - Eles se intitulam como caçadores de lendas - ela comentou, despreocupada.

-Com armas a gás? - Tutu perguntou e ela riu - Isac adoraria pregar peças neles.

-Trago ele da próxima vez - ela ponderou - O que Inês quer?

-Manaus dando problema de novo - Tutu respondeu - Vamos, passarinho - saiu da casa e a ruiva rolou os olhos, antes de segui-lo.

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Continua...

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