E nós também não

686 40 1
                                    

- Bem-vindos, meninos - Inês se aproximou da mesa onde os Caçadores de Lendas estavam, acompanhados por Dani e Karina. Ela sabia que viriam, uma hora ou outra - O que estão achando do lugar?

-É bem... Excêntrico- Renan buscou as palavras e Inês sorriu.

-O normal é chato, meu querido - Inês respondeu - E o que é diferente pode se camuflar, então vale a pena analisar tudo ao redor - viu Manaus e Aurora entrando no bar, indo até o balcão - Bom, sintam-se à vontade, queridos - desejou e se afastou. Renato prendeu seus olhos na ruiva, que assim que os percebeu, ergueu seu copo, onde havia uma dose de whisky e o cumprimentou com a cabeça.

-Quem é a garota? - Dani perguntou.

-É uma longa história - Renato respondeu, vendo a ruiva voltar sua atenção ao homem que a acompanhava.

-Renato, roupas brancas e chapéu - Léo sussurrou, apontando para o homem com a ruiva - O boto - acrescentou e Renato coçou os olhos.

-Isso é loucura - murmurou.

No bar, Camila se aproximou do local onde Aurora e Manaus estavam.

-A cara deles está ótima - Camila comentou.

-Estão apavorados - Manaus emendou.

-A brincadeira está sendo os detalhes que estamos dando pra eles - Aurora comentou - Inês! - chamou a bruxa, que se aproximou deles - Essa noite, pensei em algo que podemos fazer.

-Diga, passarinho - Inês pediu.

-Aquela antiga casa do Sr.Antunes - Aurora respondeu - Poderíamos inventar uma lenda e atraí-los até lá, e começamos o nosso festival de sustos.

-É brilhante - Manaus concordou e Inês sorriu.

-Vamos providenciar isso.

Demoraram cerca de uma semana para atraírem os Caçadores de Lendas até a casa. Tutu, Inês e Iberê estavam escondidos na floresta, Aurora estava no telhado e Camila, Manaus e Isac ficavam responsáveis por rodear a casa, fazendo sons durante a noite.

Os meninos estacionaram a caminhonete no início da madrugada, e Iberê logo ateou fogo aos seus cabelos, começando a correr pela floresta.

-Ah, não, velho - a ruiva sorriu para si mesma ao ouvir Miguel choramingar.

-Não é possível que seja - Renan negou.

-Vamos entrar - Renato afirmou, por mais que também estivesse assustado. Assim que todos estavam dentro da casa, Tutu assumiu a sua forma de porco do mato e correu em volta da casa, fazendo grunhidos para assustá-los.

Uma das borboletas de Inês entrou na casa, pousando no ombro de Thiago, o fazendo pular de susto.

-Dá onde veio esse bicho? - perguntou, e a borboleta voou até a parede, aproveitando a distração, Manaus bateu uma porta.

-Quem está aí? - Renato gritou, apontando a arma na direção do som, dando liberdade para Camila bater outra.

-Nego, essa casa não é normal - Renan afirmou e Aurora levantou do seu esconderijo, caminhando sobre o telhado.

-Tá no telhado! - Boquinha exclamou, apontando a arma e ouviram um pisão mais forte, seguido por um grito agudo.

-Isso é um pássaro? - Léo perguntou e o grito pode ser ouvido novamente, ao mesmo tempo em que um rodamoinho começava no centro da sala.

-Como pega Saci? - Thiago perguntou, se encolhendo contra a parede.

-Com uma peneira - Renan respondeu e outra porta bateu, e outro grito foi ouvido.

-Vamos embora daqui! - Renato exclamou e saíram da casa, não sem antes ouvirem mais grunhidos do lado de fora da casa.

Entraram na caminhonete e havia um bilhete colado no painel. Thiago o pegou e o leu em voz alta.

-Espero que tenham gostado da brincadeira. Que a caçada continue.

-Filhos da mãe! - Boquinha resmungou.

-Essas entidades não estão pra brincadeira, se forem eles mesmo - Léo afirmou.

-E nós também não - Renato respondeu, e ligou a caminhonete.

*****************************************************************

Continua...

InvisibleOnde histórias criam vida. Descubra agora