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Oi! Não sei se chegou a todes, mas eu tive um problema místico que me deixou sem celular, sem computador e sem relógio ao mesmo tempo e no mês do meu aniversário. Atts seguem na quarta-feira, boa leitura!!!!


"Tomara


Que a tristeza te convença

Que a saudade não compensa

E que a ausência não dá paz

E o verdadeiro amor de quem se ama

Tece a mesma antiga trama

Que não se desfaz


E a coisa mais divina

Que há no mundo

É viver cada segundo

Como nunca mais...


- Vinicius de Moraes"


-


Outono

- Ele vestia uma calça jeans, ninguém as usava no Reino Unido ainda, sabe, década de 1940 o jeans ainda era uma incógnita por aqui. Somente em 50 o Dean¹ usou e, com mágica, todas as vitrines da Oxford Street eram preenchidas com modelos do tecido azul. Mas o meu Robbie não. Ele tinha sido recrutado para um posto na França, pouco antes do final da guerra. Ele disse que por lá era muito comum que usassem. Ele sempre gostou de arte. - Beth tomou um pouco de seu chá.


Era terça-feira à tardinha. Fazia algumas semanas desde a primeira vez que eles se falaram. Desde então, Harry voltava sempre que possível para o Happy Place, sempre na promessa de ouvir novas histórias que Elizabeth quisesse lhe contar.


- Qualquer uma. - A mais velha continuou. - Ele sempre me levou a museus, exposições ao ar livre, cinemas, teatros, lojas de roupas ou de decoração, tudo que emanava cor, Robert se interessava. Íamos tanto ao museu britânico que um dos curadores virou um grande amigo. Ele nos convidava para os coquetéis de estreia e tudo o mais. Eu também sempre ganhei ingressos por causa do meu trabalho no jornal, sabe? Todas as sextas-feiras meu chefe aparecia na pequena sala que eu trabalhava e me entregava um envelope com os pequenos papéis. Às vezes era algo super divertido, um filme estreando, uma peça musical. Mas também poderia ser bizarrices como um cine drive-in no meio do nada do outro lado da cidade.


Eles tomavam chá embrulhados no jardim. Um dos chás preferidos da mulher, que Styles dera um jeito de contrabandear para dentro em uma garrafa térmica. No domingo, Elizabeth emprestou a caixa de cartas que foram o meio de comunicação entre ela e seu marido - quando ele ainda não o era de fato - durante a guerra. Ele praticamente devorou todas.


A maioria delas era apenas longas reflexões sobre coisas pequenas, como o fato do homem ter esquecido completamente quão estranho era seu italiano, ou sobre como o clima do lugar era agradável e como a padaria do alojamento cheirava a pão fresquinho antes mesmo de raiar o dia. Mas sempre existiam monólogos dele com saudade de casa, da pequena oficina na qual trabalhava antes de partir e de coisas extremamente sensíveis.

lonely roads that leads to no where | l.s. ficOnde histórias criam vida. Descubra agora