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AVISO: nesse capítulo vai ter um relato leve de um ato homofóbico específico. Eu escrevi do jeito mais leve possível, mas pode doer um pouquinho em quem ler. Sempre evito tratar disso nas minhas histórias porque gosto de escrever sobre um mundo em que amar seja sempre livre. Porque existe algo mais inerente ao amor que a liberdade?! Mas aqui foi necessário que essa narrativa viesse.

Eu precisava ler esse capítulo hoje, no meio do caos, pra ver que ainda tem algo de bom dentre as minhas produções. Queria agradecer a todo mundo que anda lendo Lonely Roads e me dando amor. Se a minha história te toca de alguma forma, eu peço que você se informe sobre o que está acontecendo com a Palestina no momento, porque é triste, revoltante e assustador, mas é necessário entender os motivos macro do conflito!!

Quando eu li o trecho que trouxe para abrir o capítulo, no dia que o autor postou, eu sabia que ele era perfeito para esse capítulo. Porque essa história é sobre isso: luto, amor, amizade, companheirismo e fé. Muita fé. Espero que gostem, não esqueçam de votar e comentar bem muito!!!

Boa leitura a todes <33

Xx


Bruno Covas era sensível, sereno, correto, racional, pragmático e ponderado. Voz sensata, sorriso largo e bom coração. Bruno Covas era esperança. E a esperança não morre: ela segue, com fé, nas lições que ele nos ofereceu em sua vida.

-João Dória (Em carta sobre Bruno Covas após sua morte)


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Primavera

"Você não me disse se eu sou um romântico desmedido e por isso escrevo ou um escritor de romances desmedidos. Xx -Harry"

É assim que amanhece a terça-feira de Louis. Ele tinha saído para correr com Liam e quando voltou, uma caixa estava em cima de seu tapete com aquele bilhete. Dentro havia um café ainda quente e alguns cookies de pimenta mornos.

Ele se recorda do dia que perguntou isso para Harry. Mas ele ainda não quer responder.

Quer dizer, era óbvio que Harry era um romântico desmedido escondido em um corpo que tentava se encaixar em coisas práticas e medíocres por falta de algo melhor. Entretanto, Louis não queria dizer isso assim. Porque ele ainda estava testando o terreno, deixando Harry Styles entrar aos poucos, apenas um tijolo por vez sendo derrubado de seu muro alto.

Desde o dia no pub, seu coração vem batendo acelerado; e não pela vitória do Manchester. Ele coloca a caixa na mesa de jantar, soltando o papel com a letra de Styles e colocando em seu memory board bem acima do lugar que o laptop fica. Ele toma banho pensando em como uma bobeira é capaz de mudar tudo. Mas não foi exatamente uma bobeira, se ele cavar bem o motivo.

Porque o único motivo de Louis ter conhecido Harry foi sua avó ter morrido, algo nada bobo. E, dentre tantas pessoas, Mark pensar justamente nele para resolver o problema. Ou melhor, o que ele considerava um.

É bizarro para Louis como ele também considerou que lidar com as coisas de Beth seria um problema, um incômodo. Porque agora, ele imergiu na vida da mulher e, assustadoramente, ele percebe que esse mergulho é o que vem mantendo-o seguro.

Não exatamente seguro - porque ele se sente desarmado e desprotegido derrubando essa parede lentamente para permitir que Harry entre -, mas ao mesmo tempo, ele sente como se isso estivesse dando vida nova a seu corpo. Muito além; ele sente que está alimentando sua alma com aquele passado que o homem traz.

lonely roads that leads to no where | l.s. ficOnde histórias criam vida. Descubra agora