- Oh Ursula, mas você precisava ver como tudo aconteceu... eu estou surpresa até agora... - Dizia Rosa ainda perplexa pelos acontecimentos da noite anterior enquanto se servia de rosbife defumado na mesa do café da manhã. - Em um momento Lady Maybrick me importunava e então Lorde Winter me salvou, e eu fiquei aliviada, e então de repente... o caos, e o vestido de Lady Maybrick pegando fogo, e todos correndo tentando se salvar. - Dizia Rosa ainda nas nuvens pela forma como George a salvara do escrutínio das damas cruéis e conduziu a um lugar seguro no momento da aglomeração do incêndio. Ela realmente acreditava que tudo entre eles estava acabado graças as fofocas no jornal, mas percebia ter se enganado. E a forma calorosa como ele a olhava enquanto dançavam juntos, realmente estava mais confiante para encontrá-lo naquele dia no horário marcado no Hyde Park, e se sentia mais do que ansiosa por isso.
- Caramba, quem poderia imaginar que o vestido de alguém pegaria fogo no meio de um baile da nobreza... - Disse Ursula fazendo algumas caretas estranhas e parecendo um pouco surpresa, mas nem de longe tão agitada quanto Rosa esperava.
- Sim... você está bem Ursula? Sente-se mal? - Perguntou Rosa, pois a irmã começou a empalidecer e soar.
- Acho que estou um pouco indisposta... - Disse Ursula largando o lenço ao lado do prato e se levantando. Rosa observou como o pai a olhava atento, e ficou preocupada. - Vou me deitar mais um pouco, vá em meu quarto mais tarde irmã. Com licença. - Disse Ursula largando o prato cheio, o que era bem incomum para ela que estava sempre faminta e cheia de energia, e saindo pela porta da sala de refeições.
- Será melhor chamar o médico? - Perguntou Rosa para o pai preocupada. Ursula quase nunca adoecia, era sempre cheia de energia e disposição, era realmente incomum ela acordar indisposta.
- Vamos aguardar e observar por enquanto, se ela piorar chamaremos. - Disse o pai voltando sua atenção para o jornal enquanto bebia outra xícara de café fumegante tranquilamente.
Rosa estava um pouco preocupada com a irmã, mas o nervosismo do encontro que teria com George posteriormente a deixava ansiosa demais para conseguir pensar em outra coisa. Fizera como planejara com Jane, observara como ele se comportara no baile dos Cavendish, e para sua surpresa, em vez de ela precisar forçar uma interação para fazer tal observação, ele fora até ela por espontânea vontade. E aquilo fora mais do que surpreendente. Quando viu ele irrompendo a roda que as três moças haviam feito em volta de si para atormentá-la, foi quase como se o Pai do Céu houvesse enviado um anjo para a resgatar novamente. Não seria verdadeira consigo mesma se não admitisse estar encantada com o homem. Na verdade, sentia-se até um pouco surpresa com a resistência de seu coração para tais sentimentos até agora, levando em consideração todas as vezes em que ele a salvara nos últimos dias e como havia se importado com ela.
Imediatamente lembrou da sensação de estar em seus braços no dia em que ele a salvara do lago, e o frio no ventre que sentiu quando ele colou a boca em seu cabelo e falou perto da sua orelha. Sentia-se arrepiar só de lembrar. Lembrou-se do cheiro de sua pele e em como seus braços eram duros e firmes em volta do seu corpo e pareciam encaixa-la a ele com perfeição.
Não podia deixar de adicionar os acontecimentos da noite passada a essa caixinha de memórias deliciosas de George Winter. Quando ele chegara até ela em seu momento de agonia, seus olhos flamejavam de uma forma que fez Rosa perder o ar no mesmo momento. E quando ela aceitou seu convite e tocou em sua mão estendida ele a puxou delicadamente, mas com muita firmeza para perto dele. Ele parecia urgente, impaciente e até nervoso. Quando percebeu que ele estava daquela forma, Rosa quis saber se estava tudo bem, mas notou que durante a dança ele foi se acalmando, e no final a olhava com carinho.
Quando começou o escândalo do incêndio, George rapidamente a guiou por uma das portas francesas laterais que estava menos congestionada e certificou-se de que ela estava bem, seu pai apareceu logo depois com Jane, e George e o pai comprimentaram-se como se já houvessem se conhecido e ele despediu-se dela e sua família de maneira cortês. Mas quando Rosa estava seguindo para fora da mansão com sua família, arriscou um olhar para trás, e viu ele parado perto de onde havia os deixado a olhando fixamente, o que fez Rosa perder o fôlego novamente, pois não esperava que ele estivesse olhando também. Precisou ser bastante ousada para sustentar seu olhar por alguns segundos, até que ele deu um meio sorriso e uma piscadela, virou de costas e tomou seu caminho. Rosa sentia o coração errar a batida só de lembrar daquele sorriso e a piscada. Havia seguido todo o caminho até em casa com um sorriso bobo estampado no rosto, e ainda não havia conseguido tirar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Amor para uma Rosa (Irmãos Winter 1)
Ficção Histórica(NÃO CONTÉM HOT) Livro 1 da série dos Irmãos Winter. Publicação todo sábado. Primeiro rascunho ainda em andamento. A versão final TERÁ correções, adaptações e mudanças, e será publicada reescrita e arrumada na AMAZON. Tudo o que Rosamund Greenwood...