Capítulo 18

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Rosa acordou na manhã seguinte sentindo uma terrível dor de cabeça e quase não pôde abrir os olhos tamanho era o inchaço por não ter conseguido segurar as lágrimas antes de dormir. Ela se sentia fraca e completamente indisposta, e sabia que não poderia se esconder por muito tempo em seu quarto, embora essa fosse a sua vontade. Na verdade, ela sentia falta de sua casa no campo. Das pradarias verdes, do grande lago da propriedade, do canto dos pássaros, o ar fresco e puro, e sua grande biblioteca onde podia se perder nas prateleiras, e em outros mundos que suas histórias proporcionam. Os livros... Faziam o amor parecer um pouco menos doloroso.

Foi pensando na ousadia de Romeu e Julieta, que não se importaram tanto com suas famílias, e fugiram para se casar, que Rosa se arrastou para fora da cama quente e se dirigiu ao seu lavatório. Enquanto banhava o rosto em água fria, pensou que talvez não fosse tão simples encontrar homens realmente tão decididos como foi Romeu. Mas é claro que toda a ideia de fugir sem ter do que sobreviver no futuro, não era tão sensata, mesmo sendo tão romântica. As pessoas infelizmente não viviam apenas de amor. Rosa nunca havia pensado muito sobre isso, mas gostaria que o final deste que era um de seus livros favoritos fosse outro, afinal gostaria de saber como Shakespeare criaria a rotina do casal após fugirem.

Os pensamentos de Rosa foram interrompidos por uma batida na porta. Ela já estava com seu robe, e o rosto lavado, apesar de ainda ter os olhos terrivelmente inchados. Então respirou fundo e foi abrir a porta. Em nenhum momento ela duvidou de que era Jane quem estaria ali, e quase conseguiu esboçar um sorriso quando a dama de companhia se assustou com seu estado quando Rosa abriu a porta, de certa forma foi divertido vê-la tentando disfarçar tal choque.

- Rosa... mas o que foi que aconteceu? Meu Deus, seus olhos... vou pedir para Anne trazer as bolsinhas para fazermos compressas. - Disse Jane abraçando a menina na cintura. Quando Rosa sentiu a segurança dos braços de Jane em volta de si, sentiu as poucas forças das pernas se esvaindo. Jane também percebeu e a sustentou firmemente. - Está tudo bem querida, venha e deite-se. Não precisamos falar sobre isso agora se você não quiser, tudo bem? Apenas... lembre-se que estou aqui, e sou sua amiga, no que eu puder aconselhá-la e ajudá-la, eu farei. - Dizia Jane enquanto ajudava Rosa a deitar-se novamente.

Rosa sentiu-se como uma criança sendo embalada pela mãe. A segurança e o conforto de ter Jane perto de si, quase a fez entrar em prantos novamente. Sentia as lágrimas involuntárias escapando de seus olhos novamente enquanto Rosa observava Jane indo até o corredor, provavelmente para pedir as bolsinhas para as compressas, e seu café.

- Tudo bem querida, eu estou aqui, vai ficar tudo bem. Vou avisar que você tomará seu café no quarto, embora isso vá gerar perguntas... Mas a senhorita precisa estar bem para o almoço. Parece que seu pai espera alguém, apesar de ele não parecer que gostou muito de receber o anúncio dessa visita. - Disse ela enquanto ajeitava o travesseiro nas costas da menina para que ela ficasse sentada na cama de modo que pudesse tomar o café.

- Ah... eu não quero receber visitas hoje... - Rosa choramingou lamentando precisar estar bem em um momento onde claramente não estava. - Papai não falou mesmo quem era? Não é comum recebermos visitas dessa forma. - Disse Rosa enquanto enxugava as lágrimas indesejadas e fungava.

Jane que estava enfiada com a cabeça no meio dos vestidos do guarda roupa de Rosa, olhou atentamente para a menina por alguns segundos, e veio rapidamente até a cama. Ela colocou a mão na testa da menina para conferir se a mesma não estava com febre e mostrou uma expressão preocupada. Ela sentou na cama, pegou nas mãos da menina e respirou fundo.

- Querida, você nunca teve saúde frágil. Eu realmente não sei o que houve ontem, e não vou pressioná-la. Não sei como você voltou para casa e nem por que o seu vestido estava todo destruído, embora ver ele daquela forma obrigue minha imaginação a criar fantasias horrendas do por que a senhorita não para de chorar, e que me deixa com vontade de desferir socos em qualquer um que possa ser apenas levemente culpado pela senhorita estar assim, mas... seu corpo ainda não havia se recuperado totalmente da aventura no lago, e se a minha suspeita de que a senhorita tenha vindo a pé para casa ontem a noite estiver correta, tomou muito sereno. Precisa tomar cuidado com sua saúde querida. - Disse Jane legitimamente preocupada e aquilo aqueceu o coração de Rosa.

Amor para uma Rosa (Irmãos Winter 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora