Capítulo 20

81 6 3
                                    

Rosa estava realmente torcendo para não ver George, apesar de saber que a chance disso acontecer era pequena, afinal se ele estava noivo de Lady Brown, iria acompanhá-la à maioria dos bailes que ela estivesse, e ela provavelmente iria na maioria que pudesse. Ainda sim, Rosa teve um pouco de esperança de ter um pouco de paz nesse baile, mas então inesperadamente ela foi colocada nos braços dele durante a dança, e não teve muito tempo para processar o ocorrido, pois logo foi tirada de lá e substituída por Lady Brown. Antes disso estava apreciando genuinamente a dança, afinal não era convidada para dançar com tanta frequência, mas após ter passado pelos braços de George, sua vontade era de sair do baile às escondidas e fugir correndo para casa novamente. Mas quando olhou para Jane parada distraída assistindo a dança, havia se lembrado porque estava lá.

Então a dança finalizou e Cristian ofereceu um copo de limonada e ar fresco que Rosa não ousou recusar e assim os dois foram para as sacadas arejadas da mansão do conde de Oxford. Apesar de Rosa ter reparado a pouca iluminação no lugar e os casais conversando intimamente, não se incomodou pois estava com a mente cheia, ela apenas se apoiou no mármore da sacada, suspirou e passou a observar a lua cheia.

- Está com frio? - Perguntou Cristian próximo. Mais próximo do que Rosa desejava que ele estivesse.

- Não... está fresco, lá dentro estava um pouco abafado. - Disse ela se afastando para o lado imperceptivelmente.

- Sim, com certeza estava abafado. - Ele disse em um tom que Rosa estranhou e isso a fez olhá-lo, levando um susto com a aproximação repentina dele novamente. Ela podia sentir a respiração dele em seu rosto e aquilo a deixou desconcertada e incomodada. Ela tentou se afastar novamente, mas Cristian continuava se aproximando insistentemente. - Rosa... Você tem sido cortejada por alguém recentemente? - Perguntou ele deixando Rosa em choque. - Ouvi alguns boatos de que talvez o segundo filho do Duque Winter estivesse lhe cortejando. É verdade? - Insistiu Cristian claramente alheio ao pânico de Rosa.

Ela não tinha estrutura nenhuma para responder tal pergunta naquele momento.

- Por que está interessado no meu cortejo primo? - Perguntou ela se afastando novamente, tentando desconversar, ou fazê-lo ir direto ao assunto.

- Sabe... Poderíamos nos casar... - Disse ele desviando o olhar dela, e observando a lua.

Seria esse o pedido de casamento que Rosa sonhara durante toda a sua vida? Foi por este pedido que ela passou noites suspirando acordada, criando histórias, situações e emoções que poderiam se manifestar em tal momento? Será que o casamento da realidade era realmente tão diferente dos livros que ela havia lido? Ainda sim, era o único pedido que ela recebera, e talvez o único que receberia. Mas era tão errado assim esperar um pouco mais? Desejar um pouco mais para si, do que um casamento por conveniência? Sem sentimentos? Rosa se muniu para lhe responder.

- Não tenho tanta certeza se isso seria uma boa idéia, não sei se somos realmente compativeis. - Disse ela desesperada para sair dali. Definitivamente não deveria ter saído da cama de manhã. Deus deveria estar fazendo alguma piada, fazendo ela sofrer com o término de algo que nunca aconteceu com a única pessoa que ela quis na noite anterior, e fazendo uma proposta de casamento surgir do absoluto nada. Ou... talvez... Deus a estivesse lhe dando um escape? Uma oportunidade?

Rosa sentia que a qualquer momento o cérebro explodiria.

- Porque não experimentamos agora se somos compatíveis? Ele disse e começou a chegar perto dela. Rosa ficou alarmada, ele não poderia estar pensando em beijá-la, ali... com toda Londres a suas costas.

- Não... - Disse ela antes de virar o rosto. Mas Cristian foi insistente e puxou de forma delicada o rosto de Rosa para ele e estava prestes a beijá-la e Rosa fechou os olhos com força, como se estivesse se preparando para levar um tapa. Mas o beijo nunca veio.

Amor para uma Rosa (Irmãos Winter 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora