trust me • s.m •

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7.096 palavras pra vocês. Esse capítulo promete um chacoalhão nos corações de vocês. Boa leitura!

Shawn

Eu e Sharon decidimos nos divertir essa noite. Com todo o stress que estamos passando com a organização do casamento, é reconhecível que precisamos relaxar um pouco.

Mark foi quem nos convidou para a festa. O conheço tem algum tempo desde que comecei a trabalhar com ele. Parece que a festa nem é ele quem está dando, na verdade é seu primo que foi apresentado a mim assim que cheguei aqui, mas que não consigo lembrar exatamente o nome agora. Era algo como Leo, talvez. Não, eu acho que não. Não consigo me recordar agora, apenas me lemvro de o cara ter um sotaque diferente. Meio australiano.

Observo minha noiva dançar na minha frente em meio a multidão de pessoas pela pista de dança. Sharon é uma mulher sensual, mas sem ser vulgar. Ela é do tipo que prefere um vestido comprido, estilo anos 90. Nada que seja despojado. Na verdade ela entende de moda o suficiente para saber fazer a escolha certa dos trapos, os juntando em uma perfeita combinação. Seu novo corte de cabelo realça ainda mais o formato de sua mandíbula marcante. Cabelos ruivos esvoaçantes aos ventos,, olhos verdes refletindo as luzes coloridas, pele clara, um belo sorriso branco e batom vermelho nos lábios.

O vestido que Sharon usa tem um decote em borboleta e mangas cigana na cor branco acompanhado de estampa de cerejas. Saltos não muito altos e o perfume avassalador de extravagante.

– Tô com sede. - ela diz praticamente gritando perto do meu ouvido para que eu pudesse entender em meio a música alta e murmúrios de quem estava por perto.

– Vou pegar algo pra gente beber. Me espera aqui. - digo e começo a caminhar entre as pessoas que dançavam loucamente.

Atravesso os corredores e chego até a cozinha. Vou até a bancada de bebidas. Sharon não gosta muito do gosto do álcool, então optei por escolher uma garrafinha de suco de laranja gaseificada. Para mim, conclui que queria encher a cara. Fazia tempos que eu não ingeria uma gota de álcool. A última vez foi quando...

...quando terminei com Eloi.

Eu não posso negar. Não tenho como fazer isso porque minhas emoções entregam a verdade. Ainda sinto a falta dela mas não tenho certeza se a amo. Estou tentando me concentrar na minha vida de agora, e não nas pessoas que já passaram por ela e agora não são mais relevantes a mim. E Eloi é uma delas.

Mas...

Esse é o problema. O mas.

Mas ela não está bem e contrário de mim, Elói não faz questão de esconder isso. Ela é intensa como fogo. Das últimas vezes que a vi, especialmente ontem, não tive dúvidas que está passando por uma fase difícil pra tentar superar o que tivemos. E quando estávamos no meu carro, eu tive a sensação de passar um conforto em tanto para ela quando nos abraçamos.

O problema está na parte onde não posso esquecer o que aconteceu, mas também não quero a ver sofrendo.

Estar divido entre essas duas razões me faz ter a absoluta certeza de que eu já havia feito a minha escolha. Apenas estava em negação, tentando arranjar algum pretexto pra fazer exatamente o contrário do que planejo, e do que aparentemente, farei pela racionalidade e orgulho.