Parte 18

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- Caralho. Bato a mão na porta e o corpo de Karol se encolhe no susto.
- Desculpe eu não quis assustar você. Vejo seus ombros subirem e descer.
- Eu agi como um homem das cavernas, e  perdi o controle e isso está me assustando porque nunca aconteceu.
- Sinto muito quebrar sua imagem de gostosão mais não é a primeira vez que agi como homem das cavernas então. Acabo sorrindo e vejo seu corpo arrepiar com minha respiração em seu pescoço, levanto o rosto e foco em seus olhos verdes brilhantes é de perder o fôlego.
- Eu... Sacudo uma mão ao lado do corpo, procurando as palavras que me fugiram, sua mão toca meu braço.
- Está tudo bem, eu não vou te cobrar nada, você está confuso na verdade eu também estou, mais não quero forçar nada, você tem sua vida Ruggero sofreu um acidente muito grave e ainda está se recuperando, tem muito pela frente ainda eu não vou ficar no seu caminho e não quero que pense que me deve algo porque não é assim, quero muito de todo coração que você se recupere e volte a vida normal.
- Mais a que preço, se eu não lembro do que fiz no mês passado, perdi quatro anos da minha vida, não lembro de você, da gente, e ainda sim sinto uma ligação tão forte que me assusta a ponto de agir assim, você também tem uma vida e merece ser feliz e não posso impedi-la.
Ela põe um dedo me silenciando.
- Não tem que se preocupar comigo ok.
- É claro que tenho, desde que sair da porra daquele hospital, você invadiu minha cabeça, todos os meus pensamentos e até meus sonhos, não tem uma noite que não acordo chamando seu nome e sinto uma  dor no peito toda vez que isso acontece, o seu cheiro no meu travesseiro é o único que acalma os meus sentidos quando entro em pânico, a sua voz, era a sua voz que escutava enquanto estava em coma, foi a sua voz que me trouxe de volta e eu não sei o que fazer porque meu peito nesse momento parece que vai explodir e isso me assusta pra caralho porque estou desesperado e não sei porquê. Lágrimas escorrem pelo meu rosto.
- Você não sabe? Ela pergunta com a voz embargada pelo choro.
- Por favor me explica. Ela faz que não.
- Desculpe Ruggero, eu não posso te explicar como voce se sente.
Quem sabe um dia você entenda tudo o que está sentindo. Ela seca as lágrimas beija minha bochecha.
- Fica bem Ruggero. Então sai batendo a porta.
Fico mais alguns minutos e então saiu, entro na sala delas, e vejo Carolina.
- Vai fala.  Digo.
- Eu... Não tenho nada pra falar, vem vou te deixar em casa. Assinto e saiu, vejo Karol com algumas meninas que cumprimentei em outra sala trabalhando, paro na porta Caro segura meu braço.
- Nem pensar mocinho, você está confuso e não se lembra de nada, ok entendemos mais isso não te dar o direito de agir assim e confundi-la, eu amo você e amo a Karol então peço que dê um tempo coloque a cabeça no lugar então aí você decidi o quer. Carolina fala enquanto entramos no carro.
- E se nesse tempo ela conhece outro, vou perde-la.
- É o preço que vai pagar, sinto muito irmão, mais não pode confundi-la ela já está sofrendo por fingir que está tudo bem, coisa que não está. Assinto e voltamos pra casa.

Decidir focar em colocar minha vida no lugar, recuperei completamente meus movimentos, fiz vários e vários exames porque os médicos não conseguiam explicar o porquê minha memória não voltava, então me recomendaram terapia e estou fazendo.
Voltei a faculdade para terminar os últimos meses que faltavam sendo que eu não lembrava do início, então meus tutores resolveram fazer um intensivo somente para mim voltando todos os assuntos em uma espécie de revisão, voltei ao hospital e o doutor Marcos montou uma equipe para que eu pudesse treinar desde o início dos mais simples procedimentos e o mais incrível, eu não tinha noção de nada nem pra onde ia, quando colocaram um bisturi nas minhas mãos eu fiz todo o procedimento sem que eles abrissem a boca o que chocou a todos, e juro eu não tinha noção realmente do que estava fazendo só fiz e foi correto.

Já tinham se passado seis meses desde o acidente e minha vida ou ao menos uma parte dela estava no lugar, voltei ao trabalho, aos plantões para o meu apartamento, e agora meu terapeuta quer muito tentar hipinose, eu não acredito muito mais Carolina e Malena querem que eu faça então marquei um horário e Michael vai me acompanhar.

Nesse período, não procurei ou se quer vi Karol, tenho evitado porque ficar perto dela me assusta e me faz não querer deixá-la e não sei o que isso quer dizer.
Termino de preencher uns prontuários, meu plantão já está chegando ao fim e combinei beber alguma coisa com Agustin, deixo os prontuários, agradeço a recepcionista e me viro mais meu corpo se choca com outro corpo, e  seguro tentando me equilibrar para que não fossemos ao chão.
- Ou merda... Escuto aquela voz e a olho rapidamente os cabelos caindo no rosto.
- Karol...
- Ruggero.. é a oi. Ela se afasta e me recomponho.
- O que faz aqui, você está bem, está doente? Ela franze o cenho confusa.
- Ah. Bate a mão na testa e sorrir.
-  Não, não estou doente eu vim...
- Karol que bom que veio... Um homem alto cabelo castanhos chama seu nome e ela sorrir, eles se abraçam e aquilo causa uma sensação de nervoso no meu estômago.
- Está brincando, não vejo a hora de conhecê-lo. Ele sorrir e beija seu rosto ela então volta o seu olhar para mim.
- Vim visitar meu afilhado. Ela fala toda contente e assinto.
- Ele nasceu a pouco e estou eufórica para conhecê-lo. Seu sorriso é muito lindo.
- Vamos papai me leve logo quero pegar o pacotinho no colo. Ela diz e me sinto um idiota eu estava... Merda eu estou com... Porra não.....
- Foi bom revê-lo Ruggero estou feliz que esteja bem. Assinto incapaz de falar, porque meu coração parece que vai sair pela boca com o que acabei de descobrir.

Se Não Fosse Você.Onde histórias criam vida. Descubra agora