Parte 26

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Saiu de uma cirurgia de oito horas, estou morto e louco pela minha cama  e minha mulher.
- Doutor Pasquarelli, sua irmã ligou pediu que retornasse assim que possível.
- Qual delas?
- Carolina. Assinto e vou para o vestiário me trocar, pego celular e ligo para Carolina estou esperando ela atender meu Paige apita e vejo emergência, jogo novamente o jaleco e tento mais uma vez chamar Carolina, chego no pronto socorro e Aida a recepcionista me encara assusta.
- Doutor é sua esposa ela acabou de dar entrada está na enfermaria.
Meu estômago se revira e sinto minhas pernas tremerem, Karol está no oitavo mês e como sua pressão está alta a médica colocou em repouso absoluto para não antecipar o parto.
Corro até a enfermaria e vejo Carolina do lado de fora com Agustin.
- Rugge, eu tentei te ligar diversas vezes.
- O que aconteceu?
- Eu liguei pra ela, porque estava comprando o almoço mais ela não me atendeu, liguei para o portaria eles não tinham visto a manhã inteira então larguei tudo e fui até lá... Carolina começa a chorar.
- Nós encontramos ela desmaiada no chão do banheiro. Agustin fala segurando meu ombro. Respiro fundo com o coração na boca e entro na enfermaria a doutora já está ali, e Karol já acordou me aproximo dela e beijo sua testa.
- Camila fale de uma vez.
- Sinto muito, sei que queriam um parto normal, mais tivemos um deslocamento de placenta e o bebê está entrando em sofrimento fetal e precisamos tirá-lo com urgência. Ela se vira para equipe.
- Preparem a paciente.
Karol chora e segura forte minha mão.
- A culpa é minha eu não deveria ter levanto da cama, mais minha bexiga estava tão cheia eu na...
- Ei meu amor fique calma, você não tem culpa ok, poderia acontecer nós já sabíamos disso, vai ficar tudo bem eu vou ficar com você o tempo inteiro.
Deixo que preparem Karol e saiu da sala encontrando Camila assinando um prontuário, Carolina e Agustin se aproximam.
- Ruggero a situação é delicada, você sabe ela teve um sangramento.
- Anestesia local ou geral?
- Eu optei pela local, arriscamos menos. Assinto.
- Quero assistir o parto.
- Claro não vejo porque não, só lembre é a minha sala operatória e você é o pai, seu lugar é atrás da sua mulher.
- Eu sei Camila, é da minha mulher que estamos falando.
- É por isso que estou falando, se fosse um pai com outro tipo de diploma não precisaria ter essa conversa, te vejo na sala.
- Rugge o que está acontecendo? Carolina pergunta e a mãe de Karol chega perguntando pela filha.
- Estão preparando para a cesariana, ela caiu no banheiro e deslocou a placenta o bebê está em sofrimento e eles precisam tirá-lo.
- Aí meu Deus. Agus abraça Caro e eu abraço minha sogra.
- Vai ficar tudo bem. Ela diz e assinto.
- Bom eu vou me trocar trago notícias assim que possível.

Depois de pronto entro na sala encontrando Karol na maca, seguro sua mão, e acaricio seu rosto beijando seus lábios.
- Eu estou aqui, vamos conhecer nosso menino. Seco sua lágrima e ela me dar um sorriso.
- Pronta Karol? A médica pergunta e ela assente. Aplicam anestesia na lombar e voltam a deitar Karol, fico ao seu lado segurando uma de suas mãos, o anestesista conversa um pouco com ela, meu corpo está tremendo e a sensação de impotência me invadi.
- Ele é grande, aqui isso. Camila fala e observo quando ela tira meu filho espero ouvir o choro e nada.
- Ele saiu? Porque não está chorando o que está acontecendo?
- Calma meu amor está tudo certo fique calma.
- Camila... Chamo.
- Só um minuto Ruggero. Ela está na mesa do outro lado com meu filho e algumas médicas e tudo no mais absoluto silêncio.
- Rugge... Escuto Karol me chamar mais meus olhos estão grudados na mesa.
- Rugge... Olho pra ela e...
- Doutora, saturação está caindo ela está.... o anestesista fala mais não termina o choro do meu filho ecoa pela sala mais não tenho tempo de vê-lo empurro o carrinho e começo uma massagem cardíaca em Karol.
Vejo as mãos de Camila se movendo e continuo a massagem.
- Achei, aqui. Ela grita mais não vejo o que está fazendo então o bip volta mesmo fraco. E caiu de joelhos ao lado dela, sinto a mão de Camila no meu ombro.
- Ela teve uma hemorragia, mais conseguimos reverter, precisamos mantê-la sedada pelas próximas vinte quatro horas.
- Eu sei.
- O que aconteceu com essa é minha sala operatória? Ela questiona e respiro fundo.
- Eu teria feito o mesmo Ruggero, só que somos médicos e você sabe que o coração fica lá fora. Assinto.
- Ela vai ficar bem o pior já passou e Noah está bem, vá ver seu filho enquanto preparam e a levam para o quarto.
Entro no vestiário para me trocar de novo, saiu e vou até o berçário a pediatra me ver e sorrir.
- Venha papai, venha ver o seu menino.
Me aproximo e ele está ali com as mãozinha na boca.
Uma lágrima cai dos meus olhos.
- Ei Bello di papà. Falo quando a enfermeira coloca- o em meus braços, ele abre os olhinhos e me encara, faz um biquinho.
- Ele reconhece sua voz, está atento a cada movimento seu. Sorrio.
- Ruggero ele vai ficar essa noite, primeiro porque precisa ficar em observação para garantirmos que não teve nenhuma sequela, e porque sabemos que a mamãe também precisa desse tempo.
- Tudo bem, mais ele está bem?
- Sim, o resultado dos exames são ótimos, ele forte e está tudo em ordem com esse mocinho.
- Se quiser chamar seus familiares ainda tem tempo para visita. Assinto.
Deixo Noah com elas e vou até a sala falar com minha família.

Carolina e Ema dão um pulo da cadeira assim que me vê.
- Fala de uma vez ou vou ter um ataque. Carolina fala e Valentina fica em pé.
- Calma gente, ele nasceu, vai ficar em observação na encubadora essa noite.
- E a Karol? Está tudo bem com ela quando podemos vê-la. Engulo em seco.
- Ruggero esta nos assustando. A voz de Ema.
- Cadê a minha filha?
- Ela teve uma hemorragia...
- Ah merda não... Caro leva as mãos ao cabelo.
- Conseguiram reverter, mais ela está sedada e não pode receber visitas.
- Quanto tempo ela vai ficar assim?
- Até amanhã, eles vão tirar a sedação e aí sim poderão vê-la, mais podem ver Noah eles está no berçário vamos até lá.
Ele me seguem até o berçário e foi aquela comoção, não podiam pegá-lo no colo só vê-lo de longe mais mesmo assim foi um chororó só.
- Eu vou na sua casa buscar as coisas da Karol e do Noah, aproveito e pego algo pra você. Assinto.
Acabo ficando ali em frente ao vidro do berçário olhando os movimentos do meu filho.
- Ruggero. Doutor Marcos meu chefe me chama.
- Parabéns eu fiquei sabendo agora. Ele olha pelo vidro.
- Eita um garotão... Ele diz e depois me encara.
- Eu sei que é difícil quando não sai como  planejamos mais confia que tudo vai ficar bem, e aproveite suas férias para ficar com sua esposa e filho.
- Férias?
- Sim, estou te dando umas férias e uma licença.
- Obrigado doutor.

As enfermeiras me avisam que Karol já está no quarto e vou até ela.
Sento na poltrona ao seu lado e seguro sua mão, e esse é momento que coloco pra fora o nó que estava na minha garganta.
- Eu tive tanto medo amor, não faz mais isso comigo... Sussurro e beijo sua mão.

Sinto uma carícia no meu cabelo e desperto.
- Oi, sei que está exausto, você não quer ir pra casa eu posso ficar com ela. Nego.
- Não consigo sair daqui. Caro assente.
- Trouxe algo pra você comer vem. Ela vai para o sofá e vou até ela.
- Não sei se consigo comer Nana.
- Mais vai eles precisam de você bem. Assinto e consigo comer um pouco.
- Foi difícil pra você não foi? Encaro minha irmã, e não consigo me segurar acabo chorando, Carolina me abraça.
- Ela vai ficar bem.
- Eu pensei que iria perde-la.
- Mais não perdeu ela forte e vai se recuperar logo, por você e por Noah.

Se Não Fosse Você.Onde histórias criam vida. Descubra agora