Capítulo 2

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Ser nova dificulta muito a nossa vida, odeio receber atenção me deixa sufocada, não que tivesse muitos amigos onde estava, mais como cresci na escola todo mundo me conhecia.
Coloco a camisa e deixo por fora da saia assim disfarça a gordura que ganhei na barriga e o colete me deixa mais magra penduro a gravata no pescoço e visto a saia, solto meu cabelo, capricho no rímel e lápis de olho preto e ponho só um gloss nos lábios.
Rosa insistiu para que eu parasse pra comer e não quis ser desagradável com ela aceitei o bolo e estava uma delícia.
Assim que o carro para em frente a escola fico surpresa porque não se parece nada com a escola que estou acostumada estudar é muito simples nada de luxo parece até uma escola pública.
Entro e já recebo os olhares, vou na secretaria pegar meus horários e ela indica onde estão os armários.
Assim que entro no corredor abarrotado de adolescente muitas cabeças se viram para olhar pra mim, uns cutucam os outros e sorriem vejo quando um grupinho de garotos com uniformes de time me encaram e esperam eu passar, vejo o número do meu armário e está bem ali no meio deles, faço uma careta e reviro os olhos.
Abro o armário e enfio minhas coisas ali dentro e quando fecho tomo um susto.
- Oi. Uma garota de cabelos negros compridos e olhos café me encara.
- Prazer Carolina. Ela entende a mão para mim.
- Karol. Aperto a mão dela.
- De qual escola está vindo?
- Long School.
- Uau é um colégio muito prestigiado em Londres.
- Sim ele é.
- Seja bem vinda ao Marymont.
- Obrigado... Carolina.
Eu não era acostumada a ter toda essa atenção apesar da garota ser bem simpática.
- Me chame de Caro, posso te ajudar a achar sua sala qual é sua primeira aula?
- Ah é... Tudo bem, é História.
Falo olhando para o papel.
- Aluna nova heim Carol apresenta a gata pra gente. Um garoto de cabelos cheio de cachinhos fala.
- Não é para o seu bico idiota, vem não liga Karol são todos um bando de tarados.
- Ah qual é Caro, vai esculachar agora nunca fomos tarados com você.
- Claro que não meu irmão arrancaria a cabeça de cada um.
Ela rir e os garotos fazem careta.
- Porque irmã de amigo meu é homem.
- Sim, como não. Ela fala com desdém para um com mechas loiras no cabelo que sorrir sacana, aí deve ter coisa.
- Vamos Karol temos a mesma aula.
Sigo Carolina até a aula de história entramos e nos sentamos lado a lado e o professor logo entrou, depois dessa fui para aula de química e mais uma de laboratório, no intervalo estava colocando minhas coisas no meu armário quando noto o armário ao lado do meu com um adesivo eram duas letras grandes e pretas. RP.
Dei de ombros e Caro se encostou ali.
- Esse é do meu irmão.
- Ah. Foi tudo o que eu disse.
- Vamos comer alguma coisa eu pago.
- Ah não, é não precisa eu não vou comer nada não estou com fome.
- Ah vai não me deixa sozinha.
- mais em teoria você estuda aqui a mais tempo não é que estaria sozinha.
- É verdade mais não tenho amizades aqui são todas falsas.
Arqueio a sobrancelha ela nem me conhece e já quer ser minha amiga e se eu for falsa também.
- Só se aproximam de mim por conta dos meus irmãos.
- Ah, tudo bem eu vou com você mais não quero nada.
- Tá bom vai, só me faz companhia.
Entramos no refeitório e Caro comprou um lanche e assim que nos sentamos ela coloca na minha frente uma barrinha de chocolate.
- É uma barra de cereal, não vai te encher nem nada.
- Ah não precisava eu realmente não estou querendo comer nada.
Ela me lança um olhar e eu acabo cedendo.
- Tudo bem eu como, obrigado.
- Então Karol você tem irmãos?
- Não sou filha única, ao menos que eu saiba sim. Resmungo baixo essa última parte.
- Que sortuda.
- Você tem mais irmãos além do que mencionou?
- Somos em quatro eu sou a mais nova, vivem pegando no meu pé.
Acabo sorrindo e termino a barra de cereal.
- Preciso ir ao banheiro.
- Ah claro, me dá seu número podemos nos falar mais tarde.
- Claro. Passei meu número para ela e fui para o banheiro, entrei e me certifiquei de está sozinha precisava me sentir bem e essa era a única maneira.
Quando terminei lavei minha boca, meu corpo tremia um pouco e estava um pouco pálida, tirei o gloss do bolso do colete e passei nos lábios.

Assistir mais duas aulas e fui embora.
Assim que entrei no carro o senhor Carlos me informou que minha doce mãe não estava em casa e que teria um evento importante essa noite para irmos.

Entro no quarto e vejo um vestido rosa bebê, justo no busto e rodado da cintura bem menininha.
Reviro os olhos o que ela acha que está fazendo.
Uma ideia me passa pela mente e já até sei o que fazer, no horário combinado estou pronta e caprichei, ah mamãe a filhinha vai está prontinha para ser exibida essa noite.
Carlos me deixa na entrada do salão onde será o evento, dou meu sobrenome e me fazem entrar.
Os olhares que recebo me dizem exatamente o que eu queria, avisto minha querida mãe conversando animadamente com algumas pessoas e me aproximo.
- Oh mais que bela jovem, é modelo senhorita?
- Sevilla... Eles me encaram curiosos e vejo o olhar furioso de mamãe me fuzilar inteira.
- Sou Karol filha da mais prestigiada modelo do mundo. Aponto para mamãe.
- Oh que amor a filha que venera a mãe.
- Não tem ideia do quanto. Sorrio falsamente.
- Podemos fazer uma foto mãe e filha.
- Claro porque não. Minha mãe responde e põe a mão na minha cintura.
- O que pensa que está fazendo? Sussurra
- Porque fui uma péssima atriz? Respondo sussurrando enquanto fazemos poses.
- Que roupa é essa eu deixei seu vestido separado. Sorrir mais um pouco.
- Ah pensei que era para alguma boneca.
- Não seja ridícula Karol, você está parecendo uma...
- Uma mulher, sim é isso que eu sou.
Os jornalistas se despedem.
- Não se engane Karol ainda é uma garota que não conhece nada da vida.
Ela vai e dar um passo para sair mais fica paralisada, olho na direção que está olhando e vejo um homem alto cabelos castanhos encaracolados entrando muito charmoso, mamãe se vira para mim pálida.
- Preciso ir ao banheiro. Dou de ombros e volto a olhar para a entrada quando mais dois caras passam pela porta muito bem vestidos um deles usa óculos escuros.
Quem usa óculos escuros em uma festa.
Nego com a cabeça e o garçom passa com uma garrafa de champanhe na mão e uma bandeja cheia de taças na outra, me oferece uma.
- Eu fico com isso, muito obrigado. Beijo sua bochecha e o homem fica constrangido que bonitinho.
Pego a garrafa e caminho até a parte do jardim.

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