7 meses, 7 horas e 7 minutos, nada mais, nada menos.
Esse é o tempo que Jeon Jungkook, um cinegrafista universitário católico, tem para salvar os 20 jovens, com quem ele morreu num acidente de ônibus, de ir para o inferno.
Uma aposta entre um anjo...
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Quando Jungkook ouviu a voz de Taehyung por trás da porta fechada de seu quarto no dormitório, duas horas e vinte e um minutos atrás, ele fugiu, chorou e clamou a Deus por quase uma hora.
Quando Jungkook viu Taehyung de carne e osso na sua frente pela primeira vez desde seu retorno, uma hora atrás, ele fugiu e chorou debaixo de um chuveiro por vinte minutos.
Quando Jungkook encontrou o time de cheerleading, vivo e feliz, tão diferente de como ele o tinha visto pela última vez no inferno, ele fugiu outra vez, para aquele banheiro.
Jungkook queria fugir outra vez.
Mas não podia.
Park Jimin olhava para ele do outro lado do reflexo do espelho de moldura florida.
Estava diferente da última vez que eles tinham se visto. O rosto não tinha mais os resquícios luminosos de uma maquiagem artística com glitter. As bochechas pareciam mais arredondadas, o que lhe dava um ar de inocência, junto com o corte curto dos cabelos castanhos. Seus olhos continuavam iguais.
Carregados de tanta emoção que Jungkook se sentia sufocado.
Teria fugido dali, imediatamente. Enxugado as mãos, corrido até a mesa de Taehyung e inventado qualquer desculpa que fosse para tirá-lo do restaurante. Fugido sem olhar para trás nenhuma vez.
Mas além de parecer diferente e mais inocente, Jimin parecia pálido. Seu lábio inferior tremia, e suas sobrancelhas se uniam no que era uma clara expressão de dor.
Ele deu alguns passos trôpegos para a frente, e se Jungkook não tivesse pensado rápido - na verdade, se não tivesse agido rápido, mais veloz do que seu próprio pensar - teria caído no chão de pastilhas de vidro.
Jungkook suportou o peso de Jimin com um braço envolvendo seu tronco, numa posição de certo semelhante a que eles uma vez teriam se encontrado, ou iriam se encontrar, nos corredores daquele hotel em Daejeon.
Mas agora, ele não estava levando sua companhia para o quarto em que ele encontraria seu namorado e amigo o traindo. E sim para se sentar em cima da tampa do sanitário no banheiro do Sanchez.
Jimin parecia que iria vomitar a qualquer momento, então Jungkook rapidamente puxou o cestinho de lixo mais para perto, caso não tivesse tempo de redirecioná-lo melhor. Deixou sua mão no ombro do rapaz, firme, pois tinha medo de que se o soltasse, ele começaria a... Se desfazer novamente.
A cena era absolutamente distinta, mas também estranhamente familiar. Causava arrepios a Jungkook, que aumentavam a cada segundo que ele passava olhando para Jimin.
Antes que pudesse ganhar coragem de agir como uma pessoa normal e perguntar o que tinha acontecido com ele, a voz do outrora loiro agora moreno, surgiu.
ㅡ Senhor, você pode apagar a luz por um momento?
Podia? Talvez o restaurante não gostasse disso. Ou os clientes. E ele não sabia onde era o interruptor.
