O Clã Northson- NICK

O Resgate

#Nick#

Eu estava transtornado, os minutos passavam sem notícias deixando tudo mais urgente, sentia a felicidade escorrendo por entre os meus dedos.
Lembranças do meu passado mais presentes do que de costume, Dário, Sirena, a pequena vila onde vira meu criador ser queimado.

_ Senhor, todos estão prontos pra ir, temos um palpite de onde ela possa estar com sua destinada._ Jeremy disse, poucos minutos haviam se passado desde que a vampira levou Lyra.

_ O que vocês tem ?_ perguntei me levantando.

_ Contatamos Dany, ela viu pelas câmeras uma mulher com descrição que o senhor deu, no lado norte da cidade saindo do estado rumo a Washington._ disse, uma luz se acendeu em minha mente, a casa em que morei com Agatha, em que fui feliz pela primeira vez em 200 anos.

_ Eu sei onde elas estão, vamos lá._ disse saindo do abrigo._ Quero Jeremy e Bravo e Gus comigo, o resto de vocês fica e avisem o clã pra cancelar os reforços que eu pedi, não vai dar pra esperar._ disse entrando no SUV de vidros escuros, não havia tempo a perder, liguei o motor e saí cantando os pneus, os outros me seguiram.
Passando pelas ruas pavimentadas a toda velocidade sentia a esperança voltar a acender em meu interior, queria estar com a minha metade, envolvê-la nos braços e nunca mais deixá-la ir.
O sol estava a poucos minutos de nascer quando parei o carro na entrada da propriedade, costumava ser um lugar feliz, mas não colocava os pés ali desde a morte da minha esposa, mesmo com Lyra ao meu lado ainda guardaria aquelas lembranças com ternura.

_ Bravo, entre pelos fundos, Jeremy pelo lado leste, tem uma escada que leva ao porão, a entrada fica atrás de um armário, ela deve estar lá. Gus, circule a propriedade e se encontrar a ruiva, mate. _ falei caminhando até a entrada, as grandes portas duplas da casa de arquitetura colonial se abriram com facilidade, os móveis cobertos com lençóis na penumbra faziam-na parecer um antro mal assombrado, senti o cheiro da minha mulher, fraco mas estava ali.
Caminhei de um cômodo a outro, haviam tantas lembranças boas construídas naquela casa, eu recordava delas com tanta clareza que pareciam que haviam acabado de acontecer.

#flashback on#

Olhei no espelho que Agatha insistia em deixar na sala de estar, talvez fosse coisa de bruxa mas ela espalhou espelhos pela casa toda.

_ No que está pensando Nico?_ Agatha disse entrando no cômodo com um baú entalhado, com detalhes de prata, nas mãos, o baú das ervas e colocou a caixa na mesa.

_ Em muitas coisas, minha linda._ respondi trazendo seu corpo para junto do meu e beijando sua testa._ Principalmente no quanto você me faz completo._ completei, ela me olhou com ternura e um brilho violeta passou pelos seus olhos.

_ Você também me faz muito feliz, mio angelo. Mas não devemos enrolar, você não confia em mim?

_ Confio minha vida a você, sabe disso querida.

_ Sei que não sou a mulher que o destino escolheu para você, mas eu prometo, vou fazer o meu melhor pra te fazer feliz enquanto eu viver._ Agatha disse.

_ E eu prometo o mesmo a você, tem alguma coisa, eu não sei o que é mas o destino costuma pregar peças, olhe pra mim._ falei. Ela levantou os olhos imediatamente. O olhar doce, levantou o ombro levemente e sorriu. Peguei sua mão e beijei-a, o anel de diamante negro estava alí, uma lembrança do compromisso que eu havia selado com ela._ Vamos dar um jeito, mesmo que demore. Eu não posso transformar você, isso me dói profundamente, mas vamos dar um jeito.

_ Eu acredito em você. Acredito na gente._  declarou ela, acariciando meu rosto, se virou e abriu o baú que colocou em cima de um móvel._ Eu posso ter conseguido uma façanha das grandes, que vai nos permitir aproveitar mais o tempo juntos._ Ela disse, eu adorava como a voz dela mudava quando sorria.