Não demorou para que o príncipe chegasse ao meu quarto.
— Sr.Midoriya? — chamou ele quando entrou.
— estou aqui — disse me levantando da cama — para onde vamos?
— eu não pude planejar bem — disse ele sem demonstrar nada — pensei em apenas conversarmos na cozinha.
— você gosta da cozinha? — perguntei, logo vendo que o chamei de "você".
— gosto — respondeu ele imediatamente, sem notar a falta de respeito que cometi.
— então vamos para a cozinha — disse sorrindo e segurando seu ombro para me apoiar.
O pé não estava doendo tanto, mas o calor corporal do príncipe era muito bom para rejeitar qualquer oportunidade.
Descemos as escadas até o segundo andar, onde ele segurou minha cintura até chegarmos a mesa.
— queremos alguns doces noturnos — pediu ele para um dos criados que estavam na cozinha.
— claro príncipe — disse o empregado idoso sorrindo.
Todoroki olhou para mim e ficou em silêncio observando um dos cálices sobre a mesa.
— sobre o que quer conversar — perguntei desconfortável.
— não tenho ideias agora — murmurou ele.
— que tal me contar a história da sua cicatriz? — perguntei.
Existiam muitas teorias de como surgiu aquela cicatriz.
Alguns diziam que foi de um incêndio na cozinha do castelo, outros que o príncipe se queimou em um treinamento.
— meu pai queimou meu rosto — respondeu ele diretamente.
— o quê? — foi o que saiu da minha boca.
— tivemos uma briga e meu pai estava com raiva— disse ele — ele jogou chá quente no meu rosto e quebrou o braço de Toya.
— Toya? Que era Toya? — perguntei confuso, não me lembrava de existir algum parente real com esse nome.
— meu irmão mais velho — disse ele como se fosse óbvio.
O rei agredia dos filhos, e omitiu a morte e o nascimento de um filho? Isso era terrível.
— Todoroki — disse e ele me encarou — nunca conte o que me disse a ninguém, por favor.
Ele franziu a testa confuso.
— acha que eu já não sei? — disse ele largando o cálice na mesa.
Abri a boca, mas não disse nada.
Que idiota, é claro que ele não diria isso a ninguém.
— e por que me contou? — perguntei me apoiando na mesa para ficar mais próximo do príncipe.
— você parece confiável e esperto — murmurou ele, agora com uma maçã.
Sorri aliviado pelo elogio e então ficamos em silêncio.
Duas moças trouxeram uma bandeja com com bolinhos em formato de estrelas e luas.
— do jeito que você gosta — sussurrou a mais velha das moças.
Talvez ela tivesse trinta, talvez quase quarenta anos.
O príncipe não agradeceu, apenas pegou um dos bolinhos.
Comemos os doces em silêncio e quando terminamos fomos para o meu quarto.
— Izuku — começou ele — me disseram que eu deveria pelo menos beijar a pessoa do primeiro encontro.
Arregalei os olhos surpreso, ele estava me avisando antes.
— eu posso te beijar? — perguntou ele ainda com o rosto neutro.
Traumas fazem isso, certo?
— pode — murmurei como resposta.
Ele se aproximou e me deu um leve beijo na bochecha e se despediu.
Minhas bochechas ardiam e estavam quentes, esperava algo diferente.
Deitei com o rosto no travesseiro.
— AHHHHHHHHHHHHH! — gritei no travesseiro, como se esse fosse meu primeiro encontro na vida.
Alguns minutos depois meus dois empregados chegaram e trocaram minhas roupas enquanto eu fofocava sobre o encontro.
Omitindo boa parte, claro.
O café da manhã foi na sala de jantar. E tanto selecionados quanto a família real juntos.
Assim que entrassemos tinhamos que nos curvar e nos sentar apenas apenas quando o rei desse permissão.
Mas infelizmente toda manhã a rainha comia no quarto.
Depois do que o príncipe me disse na noite anterior, não pude ver a relação familiar de outra forma.
O rei teve três filhos – conhecidos pelo público.
A filha mais velha não poderia governar, já que era uma mulher.
E o segundo filho já estava casado com a princesa da França, que governaria o país após a morte dos pais.
Então o único que poderia governar seria o príncipe mais novo, Shoto.
Olhei para a princesa, seus cabelos eram platinados como os da rainha mas com mechas de vermelho, mas ela parecia estressada e nervosa.
O príncipe se levantou ao fim do jantar.
— gostaria de avisar que meu próximo encontro será com a senhorita Ochaco Uraraka.
Meu queixo caiu de surpresa.
Havia esquecido que ele teria de sair com os outros selecionados
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A seleção do príncipe ( Tododeku ) [CONCLUIDA]
FanfictionO governo era injusto, isso todos sabiam desde nascerem. Algumas tinham sorte de nascer em uma família Quatro, Três ou Dois. Se você for o premiado, nasceria em uma família de Um. Midoriya Izuku não foi tão sortudo, como o único filho de uma mãe sol...