III

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 ᴛᴇɴʜᴏ ᴜᴍᴀ ᴄᴏɴᴠᴇʀsᴀ ᴄᴏᴍ ᴏ ᴛɪᴏ ᴅᴀ ᴘᴇǫᴜᴇɴᴀ sᴇʀᴇɪᴀ


Eu estava na parte de trás da biga segurando nervosamente o pingente de Sol do meu cordão, que estava sempre em meu pescoço, bom, desde que minha mãe me entregou ele e foi embora.

Na época, ela falou algo sobre meu pai e sobre o quanto ele nos amava, confesso que quando criança eu achava fofo, mas depois de crescida comecei a me questionar. Se ele nos amava tanto por que então foi embora?

Isso nunca fez o menor sentido para mim. Eu não era o suficiente para ele ficar?
Parei de tentar tocar nesse assunto com a minha mãe, pois sempre parecia deixá-la apenas mais chateada.

Olhei para o lado e o menino moreno que me salvou parecia muito concentrado em sua caneta, que vira espada e depois vira caneta de novo. Não o julgo, se tivesse algum objeto assim, também não iria parar de olhá-lo.

Queria dizer alguma coisa interessante a ele, mas tudo que esses meninos esquisitos falaram, não fazia o menor sentido. Semideusa? Eu? Não, não, não apenas não. Estava prestes a rir dele e fingir que o monstro que me atacou mais cedo foi apenas um surto coletivo, virar as costas e voltar a minha vida normal.

Mas no meio de seu breve resumo sobre Deuses Gregos, e mais um monte de outras coisas, que confesso não ter prestado muita atenção pois minha cabeça estava a milhão e não consegui pegar todos os detalhes, ele disse algo sobre os Deuses deixarem seus filhos com seus parceiros mortais e não poderem ter contato com eles.

Então meu pai é um Deus? Um Deus? 

Mas por que minha mãe nunca me falou? 

Meus tios sabem que meu pai é um Deus? 

Por que ele nunca veio nem me dar um oi? 

Ser um deus deve ser difícil, mas ele nunca arranjou um dia na agenda dele para me conhecer? 

Deuses têm que pagar pensão? Porque olha, uma grana agora viria a calhar.

O garoto se vira para mim e deve ter notado minha cara que parecia conter um ponto enorme de interrogação com tantas perguntas que eu tinha na cabeça no momento

- É muito doido né? - Ele disse abrindo um sorriso, fiquei chocada com a naturalidade que ele estava levando aquela conversa - Depois de um tempo você acostuma - Ele deu de ombros. 

Nessa hora a biga balançou.

- Então... Quem é seu pai? Ou sua mãe? - Digo me recompondo do balanço e tentando saber mais sobre ele.

- Poseidon, Deus dos mares - Puxa! Isso explica a cor de seus olhos, eles eram verde-mar vibrantes.

Eu sou péssima mantendo assuntos, então pensei na melhor coisa para falar na hora.

- Então você é tipo tio da pequena sereia? - Meu Deus quem fala uma coisa dessas? Ele deve achar que uma maluca ou uma criança de 8 anos viciada em princesas.

Eu realmente estava passando muito tempo com Akira, mas se ela estivesse aqui iria adorar ouvir o tio da Ariel falando.

- Tio da pequena Sereia? - Ele fez uma expressão confusa no rosto mas depois soltou uma risada - É acho que vou ter que falar com meu pai sobre isso. E você? Conhece algum dos seus pais?

- Conheço minha mãe - Disse rispidamente não querendo entrar em detalhes sobre minha vida pessoal. Não vou me abrir com um completo estranho

E falar sobre a minha mãe era um dos meus "assuntos proibidos", as pessoas que me conheciam sabiam que minha mãe não é um tópico que eu vou discutir sobre, até porque não a vejo há uns vários anos.

𝐋𝐄𝐓 𝐓𝐇𝐄 𝐒𝐔𝐍 𝐑𝐈𝐒𝐄 - 𝐇𝐃𝐎Onde histórias criam vida. Descubra agora