"𝒐 𝒔𝒐𝒍 𝒔𝒆𝒎𝒑𝒓𝒆 𝒗𝒐𝒍𝒕𝒂 𝒂 𝒔𝒖𝒓𝒈𝒊𝒓"
Melanie LeBlanc nunca se sentiu como alguém especial, alguém digno de algo importante, aos olhos dos outros ela era apenas comum, sempre preferindo se esconder pelos cantos e passar despercebida.
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- WILL! WILL! - uma voz desesperada de uma criança cortou meu clima triste e reflexivo
Me recompus rapidinho e vi duas crianças que deviam ter uns 10 anos no máximo. Uma menininha loira que estava com os olhos extremamente vermelhos e inchados de tanto chorar, e uma garoto que vinha ao seu lado chamando por Will desesperado.
- ONDE ESTÁ O WILL? AMY PRECISA DE AJUDA! - Ele disse gritando.
Foi aí que eu vi, ela estava tentando esconder a mão apertando e fazendo caretas de dor enquanto chorava.
- Calma, calma - disse também já um pouco desesperada - WIll teve que sair rapidinho para falar com Quíron.
Obviamente, minha resposta não agradou nenhum dos dois. O garoto parecia infartar e a menininha não parava de chorar.
Não sou médica, mas já fiz muitos curativos em joelhos ralados de Akira. Vamos ver se assistir doutora brinquedos durante a infância me deu algum conhecimento.
- Ei ei - disse me aproximando da menina - Amy não é?
- Si-i-m - ela disse entre soluços
- Posso ver sua mão? - perguntei fazendo a voz mais calma e tranquilizante tentando esconder meu pânico de pegar a mão dela e machucá-la ainda mais - Eu não sou médica mas talvez eu possa te ajudar.
- Eu-u q-quero-o o Will - ela tentou formar a frase entre soluções
- Ah, mas eu sou super amiga do Will! - menti - Ele disse que já vinha, e qualquer paciente que chegasse eu poderia tentar ajudar.
- Mas eu nunca te vi aqui - o menino que ainda parecia estar bem agitado disse - WIll te conhece mesmo?
- É claro! Nos conhecemos a pouco tempo mas já somos bons amigos - Meu Deus! O que estou fazendo tentando enganar duas crianças? - Bom, posso ver sua mão?
A menina não respondeu, só me esticou sua mão e eu vi seu dedo anelar completamente roxo.
- A gente estava brincando com o saxofone e sem querer deixei um instrumento pesado cair na mão dela, é culpa minha - O menino disse abaixando a cabeça
- Ei. Tá tudo bem, tenho certeza que foi um acidente - disse tentando confortá-lo - Por que não pega uma cadeira ali para sua irmã sentar enquanto eu vejo o que posso fazer?
Ele saiu correndo e pegou um banquinho para Amy se sentar. Assim que ela se acomodou melhor peguei sua mão de novo, tentando não machucar.
- Acho que você não quebrou nada. Apenas luxou, vai se recuperar, dói bastante mesmo eu sei como é - disse e ela me olhou confusa - Bom um dia minha tia tava distraída e fechou a porta no meu dedo, foi horrível, ficou todo roxo e ela se sentiu muito mal. Mas ei, olha pra ele agora.