Ele quer...

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Capítulo 11.

Gulf se recuperou rápido durante o fim de semana. No Domingo, o pessoal foi em sua casa a pedido de Suppasit; ele estava preocupado com o marido. Estava achando muito bom que ele havia começado a se alimentar propriamente e se mexer mais. Porém, estava preocupado com sua motivação para isso. Ele sabia que Gulf se movia à base de vingança naquele momento e temia o que aconteceria quando esta estivesse completa. Torcia para que ele melhorasse de vez com ela.

O clima ainda era fúnebre na casa. Ambos pareciam em um luto próprio. Gulf ainda levava a mão à barriga em frente ao espelho e andava mais rápido ao passar na frente da porta do quarto do filho não-nascido deles. Mew observava cada ação dele, estando sempre preocupado; Não teve tempo para sentir a própria dor, lidou com ela sozinho, pois se ocupou em ajudar o marido com a dele, o que, por um lado, foi bom. O ajudou a permanecer de pé, embora tenha sido ele quem fechou a porta do quarto que, antes, sempre permanecia aberta para os dois planejarem a decoração.

— Eu trouxe vinho — Mild falou assim que entrou na casa — Mew disse que queriam conversar, então o que melhor que vinho tinto? — Ele tentava manter o clima ameno, não querendo piorar o estado do casal.

Suppasit havia lhe mantido informado sobre o estado de Gulf, ele quem se encarregou de contar para os outros o ocorrido. Grace estava desesperada para visitar o irmão, mas Mild insistia que ela esperasse ele melhorar. Eles tinham que lidar com aquela perda juntos para depois poder compartilhá-la com os amigos.

— Está bem — Mew riu, dando passagem para ele entrar — Gulf está na sala.

Mild engoliu em seco e entrou. A última vez que viu o amigo, ele estava em uma maca após a curetagem. Deixou o vinho na mesa e o abraçou.

— Como você está? — Perguntou ainda no abraço.

— Melhor — Gulf forçou um sorriso — Vou ficar bem aos poucos.

— É bom mesmo — Ele sorriu também.

Grace chegou logo depois, passou direto por Suppasit, correndo para os braços do irmão; ela o apertou em um abraço, afundando o rosto em seu pescoço.

— Eu fiquei tão preocupada — Falou ainda no abraço, conseguindo sentir a tristeza praticamente emanando do irmão — Me diga que está tudo bem — Ela o olhava nos olhos, passando a mão por seus ombros.

— Eu estou bem, Grace, não se preocupe — Ele forçou um sorriso, segurando sua mão — Já estou quase 100% recuperado, Mew cuidou de mim — Olhou para o marido, que conversava com Jom na cozinha.

— Não estou do físico, estou falando disso aqui — Ela apontou para o peito esquerdo dele — Vocês estavam tão animados com o bebê. Não é justo o que aquele filho da puta fez.

Gulf sentiu uma espada acertar seu corpo com as lembranças voltando como um tsunami em sua mente. Sua mão começou a tremer, então a apertou em um punho.

— Não deixarei que ele saia impune, não se preocupe — Ele respirou fundo — Me dê licença por um instante.

Ele não esperou uma resposta, seguiu direto para o banheiro, encostando-se na porta ao fechá-la. Sua respiração era pesada e seus olhos ameaçavam lacrimejar; molhou o rosto na água gelada e se apoiou na pia.

— Você é mais forte que isso — Sussurrou para si mesmo, apertando o mármore da pia — Não será acorrentado por ele de novo — Encarou o próprio reflexo, vendo os próprios olhos brilharem — É sua vez de caçar.

Quando saiu do banheiro, praticamente todos já estavam lá, incluindo Pavel. Todos os olhares foram direcionados a si e ele se sentiu pequeno por um instante, mas decidiu fazer uma coisa que não fazia há muito tempo. Colocou a máscara "Kanawut". Muitos temiam aquele nome não apenas por seus atos, mas por seu ar imponente. Arrumou a postura e caminhou até a cozinha.

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