Dono do Morro 3 [M] [EM BREVE SERÁ RETIRADA PARA REVISÃO]

𝙲𝚊𝚙𝚒𝚝𝚞𝚕𝚘 𝟾 - 𝙳𝚞𝚛𝚊𝚗𝚝𝚎

A cadeia era um inferno, pô. Era toda hora apanhando dos fardas e fugindo de morrer pela mão dos tcputa aqui dentro. Jax se tornou o meu maior aliado, um irmão que eu confiava de olho fechado e sabia que fazia os corre junto comigo, sem caô.

O mano estava jogado de qualquer jeito no colchonete, apagado. Levou porrada ontem dos polícias, tudo porque encontraram o celular que estava escondido aqui na cela e ele pra livrar minha cara, falou que o bagulho era dele. Já ia ser mais alguns anos pra somar na sua pena, mas em breve a lili ia cantar pra nós todos e o levaria comigo pra minha favela.

— Horário de visita, seus vermes! — O policial chegou gritando, batendo o cassetete contra a grade das celas para encher o saco.

Jax continuou estirado, não mexeu um músculo sequer do corpo mesmo com o barulho dos presos deixando o bloco.

— Oh! — Sacudi o seu ombro, mas ele não respondeu. Sei que ainda estava vivo por conta dos movimentos de respiração, mas se não saíssemos logo daqui a morte seria uma realidade para nós dois.

Cruzei os braços atrás das costas e fui seguindo a fila para fora do pavilhão. As duas últimas visitas quem fez foi a minha coroa, então faz um tempo que não via Dulce.

No pátio, olhei em volta procurando por ela e a encontrei sentada na mesma mesa de sempre, me esperando, mas dessa vez estava acompanhada. Fiquei surpreso em ver a vacilona da boca de veludo ali também, parece que veio trocar uma ideia com o Poncho, mas se fosse comigo mandaria logo meter o pé, nunca veio fortalecer o mano na prisão durante esses anos e agora mandava uma dessas, pô.

Assim que Anahí me viu, tratou logo de ir caçar o Poncho por aí. Hum, era bom mesmo!

Alice estava toda sem graça e se escondeu atrás de uma das pernas de Dulce quando eu me aproximei das duas. Mas como não ter medo de um bicho feio que nem eu estava, todo mal cuidado.

Dulce sorriu e me abraçou com força, em seguida puxou Alice pela mão e a colocou na minha frente. A garota que até pouco tempo atrás era apenas uma bebê irritante e chorona, ficou me encarando com curiosidade. Era a primeira vez que a menina vinha me visitar na cadeia, Dulce tinha avisado semana passada de que a traria junto com ela pois a revista íntima não estava mais sendo feita.