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S/n S/s POV

Acordei no outro dia com o corpo totalmente quebrado e muito frio. Era sempre assim, situações que me estremeciam psicologicamente me afetavam também físicamente e eu adoecia. O corpo de Juliette permaneceu grudado com o meu a noite inteira, com uma única diferença de que ela tinha escondido o rosto no meu pescoço quando as luzes se acenderam para despertarmos. Senti seu nariz sendo arrastado pelo local e logo ela levantando em alerta medindo minha temperatura com a mão. Seus olhos se arregalaram e para ter certeza do que estava sentindo ela encostou a bochecha no meu pescoço.

Eu estava com a cabeça virada contra a parede sentindo ela fazer isso. Soltei uma risadinha do seu estado de alerta e me virei, tentando fazer com que minha retina acostumasse com a luz do quarto. Minha frustração com ela tinha passado, obviamente eu não conseguia passar tanto tempo assim com raiva dela. Sem falar que estávamos em um paredão, tinha chances de uma de nós sair amanhã. Se fosse eu sair ao invés dela a última coisa que eu queria era essa sessão de angústia

Abracei seu pescoço e ela começou a fazer carinho nas minhas costas distribuindo pequenos beijinhos na lateral do meu rosto. Depois que alguns minutos ela levantou para fazer o Raio X e fazer alguma coisa para eu poder comer. Depois de comer e fazer minha higiene matinal, eu fui a última pessoa a fazer o Raio X para poder informar o meu estado. Depois de me medicarem e indicarem repouso eu voltei para o quarto e me joguei na cama me cobrindo dos pés a cabeça com o edredom

Juliete apareceu depois de minutos informando que eu devia ficar tomando água e se minha febre voltasse era para tomar banho. Confirmei com a cabeça e ela veio se deitar ao meu lado, se enfiando na cobertas

- Parece um bebê quando fica doente - Dou risada - Queria conversar com você.

- Pode falar - Minha voz estava abafada por estar com a cabeça contra seu tronco.

- Queria dizer que tem razão. Nas discussões de vocês dois eu vejo só o lado dele - Confirmo com a cabeça e dou um beijinho no seu peito - E queria que você me desculpasse

- Ta tudo bem, bebê. - Digo

- De verdade? - Faço que sim - Mas ainda acredito que essa briga de vocês não tem fundamento.

- Falou isso para ele? - Questiono

- Sim. Ele disse que é você que começa. - Levanto a cabeça

- E você acreditou? - Ela respira fundo e nega com a cabeça - Ah, que bom.

- Mas se um não quer, dois não brigam - Reviro os olhos sem que ela veja

- Juliette, eu não vou ficar calada para as coisas que ele me diz não. - Olha em seus olhos - Não vou fingir que ele não está falando nada, porquê ele tá. Eu sei que ele tá - Ela nega com a cabeça e beija minha testa

- Tá bom, esquentadinha. - Eu começo a rir e ela me olha em estranheza - Que foi?

- Literalmente. - Me refiro a minha febre e ela gargalha

O dia se passou em um pulo. A maior parte do tempo eu passei dormindo, o efeito do remédio era uma droga. Eu só tinha acordado para comer, tomar banho porquê a febre tava voltando e comer de novo. A Juliette ficou o tempo todo comigo e o resto do grupo se juntou depois de um tempo. O jogo da discordia foi uma bosta, eu não estava com paciência para falar nada com ninguém e meu corpo ainda estava dolorido. Falei o básico do básico e voltei a me sentar.

Depois que o ao vivo acabou eu continuei no mesmo lugar que estava. Joguei a cabeça para trás e fiquei lá, pensativa. Se a Juliette saísse amanhã ia ser difícil, eu ia sentir falta dela para caralho, ia sentir falta do cheirinho dela e ia sentir falta dela todo dia me acordando passando o nariz no meu pescoço. A verdade é que tudo seria mais fácil se na verdade a Carla saísse por aquela porta, eu não sabia muito bem como estava sendo visto o jogo pelas pessoas que estavam no lado de fora da casa, então o medo estaria sempre presente.

What I NeedOnde histórias criam vida. Descubra agora