+35

5.2K 475 160
                                    

S/n S/s POV

O trabalho estava me consumindo, e eu tinha que trabalhar o dobro, ja que tinha que organizar meus compromissos e isso era bastante, ja que era problema para resolver, juntando isso com o fato de que eu esquecia completamente algumas reuniões. Eu estava preparando tudo para a Heloísa poder entrar no cargo, e ja tinha inclusive apresentado o currículo dela impecável para os acionista majoritários por vídeo conferência, e todos eles aprovaram ela, Inclusive a minha chefe, e dei graças a Deus por isso.

Obviamente ela não tinha largado o cargo comigo ainda, e eu precisava arranjar alguém para organizar meus compromissos direitinho, apenas isso, e de quebra eles ainda ganhavam um pouco de experiência observando alguns setores da Vogue trabalharem. Eu tinha duas entrevistas hoje, de currículos que eu claramente gostei, um dos currículos selecionados era um homem chamado Otávio, 28 anos, nascido na Alemanha, falava três línguas diferentes e isso era ótimo diga de passagem.

E eu entrevistei ele, achei tudo o que ele disse ótimo, mas eu tinha outra pessoa para entrevistar e essa sim, o currículo era completamente impecável, o que fazia eu me perguntar o porquê exatamente ela queria trabalhar comigo, ainda sendo assistente pessoal, recebendo um salário inferior ao que ela ganharia exercendo as formações que tinha, e era italiana, isso me chamou atenção.  Assim que ela passou pela porta, eu pedi para ela se sentar e meus olhos focaram nela.

Eu conhecia aquela mulher de algum lugar, e ela também me conhecia. Minha mente foi clareando, e eu fui lembrando de tudo o que ela me fez passar, lembrando do ano que ela fez eu me apaixonar por ela so para me esnobar na frente de toda a escola, do bullying excessivo que eu sofri depois disso, e dos comentários de ódio que me fizeram desativar as redes sociais na época, meu coração deu um solavanco, eu realmente não estava acreditando no que eu estava vendo. Mantive a postura profissional, e desviei o olhar encarando os papéis a minha frente.

- Buongiorno - Ela disse e a aquela voz de novo, fez meu estômago embrulhar

- Bom dia. - Respondo em português, observando sua postura apreensiva - Gostaria de saber porquê quer trabalhar comigo? - Ela respira fundo - Suas formações acadêmicas te dariam ótimos empregos...

- Eu sabia que se tentasse falar com você normalmente, você não aceitaria a minha visita, fiz o que achei necessário. - Ela interrompe e eu reviro os olhos

- Cazzo... - Esfrego as mãos no rosto impaciente Va bene.. - Indico que ela deve começar a falar e ela realmente começa.

- Eu queria me desculpar, eu queria... realmente me desculpa por tudo o que te fiz naquela época, éramos crianças... Eu não sabia como agir. - Nego com a cabeça e levanto o olhar para o teto.

- E então resolveu me humilhar? - Pergunto em um tom magoado. - Éramos melhores amigas, eu era apaixonada por você e por pura diversão você resolveu que seria legal me humilhar? - Ela nega com a cabeça e me olha suplicante. - Eu precisei ir para psicólogos depois daquilo, mudar de escola, sumir e você me diz que fez aquilo porquê éramos crianças? - Solto uma risada sem humor

- Eu me arrependi ok? - Respiro fundo - Não tenho como reverter tudo o que te fiz, como te mostrar que eu mudei se não me permitir uma aproximação e é por isso que eu quero o emprego. - Ela fala firme, e o nó da minha garganta so aumenta.

- Tenho outros candidatos. - Ela da de ombros

- Eu realmente não acho que o currículo seja igual ao meu. - A filha da puta tem razão e sabe disso. - Todos nos erramos aquela época, você também...

- Io, veramente, non sono d’accordo con quello che hai detto. - Falo aborrecida e, logo em seguida olho nos fundos dos olhos dela - Erramos bastante naquela época, eu realmente concordo com você. Você foi uma completa vagabunda por pura diversão, e eu te amei verdadeiramente - Nego com a cabeça - A vaga não é sua. - Ela nega com a cabeça

What I NeedOnde histórias criam vida. Descubra agora