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o capítulo de hoje ta sentimental, e no final eu vou explicar porquê
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S/n S/s POV

O dia tinha amanhecido nublado, e eu estava trabalhando na sala enquanto a Juliette estava brincando com o pequeno em algum canto da casa, o Lótus estava um pouco enciumado então ele ficava perto de mim a todo momento e exigia carinho de cinco e cinco minutos, meu coração ficava quentinho vendo ele colocar a cabeça na minha coxa. Vicente tinha ido modelar para o ensaio do Igor, e estava muito feliz por isso, ficava extremamente orgulhosa de todas os sonhos realizados do meu irmão, e isso era reconfortante.

Juliette veio deitar a cabeça no meu peito, enquanto eu olhava por cima da sua cabeça a tela do notebook, os óculos de descanso estavam no meu rosto e eu já estava extremamente cansada mentalmente, e eu não via a hora de voltar para o trabalho manual, preferia mil vezes lidar com papéis do que lidar com telas de computadores, e eu fazia de tudo para não lidar com eles quando estava na minha sala, no prédio, e na empresa.

- O que a gente vai comer no almoço? - Dou de ombros fechando o notebook

- Não sei amor, tava com vontade de comer lasanha. - Juliette me da um selinho e levanta do sofá

- Se você pudesse você virava uma lasanha - Dou de ombros ao que ela diz e gargalho, afirmando com a cabeça. - Você gosta do seu trabalho? - Ela questiona interessada e eu assinto.

- Bastante. - Respondo olhando para ela que estava encostada no balcão. - Gosto das pessoas que ele me fez conhecer, do reconhecimento, das situações que eu tive que passar para conseguir uma matéria no começo da minha carreira...

- Qual foi a melhor pessoa que você conheceu? - Tento recordar de alguém e dou um sorriso ao conseguir.

- Paulo Gustavo. - Respondo sem hesitar - As coisas aconteceram rápido demais, eu estava no lançamento do último "minha mãe é uma peça" - Sorrio e ela se senta do meu lado novamente.

Gostava desse tempo que tirávamos para conversar sobre qualquer assunto, e eu era assim com ela também, gostava de ver ela crescer, gostava quando ela sentava e me ensinava sobre os processos que ela usava para maquiar, qual era a melhor maquiagem, e qual as melhores marcas de pincéis. Era do mesmo jeito comigo, ela gostava de me ouvir falando sobre as pessoas que conheci, os eventos que fui, os períodos que estudei, cultivando essa eterna admiração mútua, amor era isso, afinal.

- E como foi? - Ela perguntou genuinamente interessada e eu fiquei mais do que feliz em responder

Flashback ON

Eu tinha feito questão de vir na cobertura desse filme, eu tinha começado no jornal a pouco tempo, então uma boa matéria, me rendenderia uma boa promoção, ainda que me foco não fosse totalmente aquele.

Me sentei nas cadeiras marcadas, e esperei o filme iniciar. Eu amava o Paulo Gustavo, e como ele era natural atuando, o jeito que ele levava as coisas, e a vida, era sem dúvidas um ser humano incrível e isso ninguém poderia negar, e eu tenho certeza que quem negasse era um ser humano dodói da cabeça.

E ele entregou o esperado, entregou mais do que o esperado na realidade, eu ri demais, chorei também, e ele era isso, me fazia chegar nesses dois extremos e saí da sala completamente feliz, o homem era tudo para mim, e se eu tinha prazer trabalhando essa seria sem dúvidas a minha melhor matéria entregada, eu amei cada momento.

No final do filme, eu pude conversar por um momento com ele, a minha influência não permitia tanto ainda, e eu depois de escutar tudo o que ele me disse, soube que não precisaria de mais nada.

- Gostou do filme? - Ele perguntou risonho e eu confirmei com a cabeça

- Sim, você foi perfeito como sempre, não deixou a desejar em nada. - Ele riu e me abraçou pelos ombros, dessa vez falando baixo.

- Sabe que eu levo mais em conta o que você fala, do que o que eles falam - Ele aponta para os jornalistas de grandes emissoras. - Eles querem uma matéria, e você antes de tudo, elogiou meu trabalho, perguntou como eu tava, e é isso... - Ele riu para mim - Acreditar nos seus sonhos, ser você e nunca perder esse essência diferenciada que eu vi que você tem. - Eu estava emocionada - Um dia você vai ta por ali também, e vai ser a primeira que eu vou chamar. - Sorri feliz da vida e pedi um abraço, que prontamente me foi concedido.

Flashback Off

Sorri para Juliette e ela sorriu para mim novamente feliz, feliz de que ele tinha acreditado em mim no começo, feliz de que ele tinha me mostrado isso com palavras, feliz de que ele tinha me visto, e além de tudo me enxergado. Eu fiquei feliz demais nesse dia, e não desisti desde então, a vida é feita disso, emoções e situações em que quem mais admiramos vai estar do nosso lado, as vezes com uma música, as vezes com um filme, com uma fala indireta, ou diretamente falando a você, e eu vivi isso, meu coração se encheu de alegria nesse dia e aconteceu porra.

Ele era para mim um artista que nunca ia existir mais nenhum igual, a essência era único, as palavras únicos, os gestos, as falas, e tudo o que tinha a oferecer, ele para mim era único, e eu amava isso. Ele era especial demais, e eu tenho certeza que eternamente ia estar no meu coração, eternamente ia morar em mim e isso era tudo e mais um pouco do que ele tinha a oferecer, e menos do que eu poderia mostrar
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Eu amava o Paulo Gustavo, de verdade, os filmes me ajudaram a sair de situações que vocês que vocês nem imaginam e me tiraram do fundo do poço, ele era alegria e eu amava isso

Essa foi a forma que eu encontrei de homenagear ele, e é isso... Eu to muito triste, de verdade.

amanhã voltamos a programação normal, e que ele descanse em paz!

What I NeedOnde histórias criam vida. Descubra agora