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S/n S/s POV

Assim que chegamos na casa da nonna fomos recebidos com muitos abraços, Gael quando viu as crianças ficou logo esperançoso para brincar, e eu obviamente o levei até lá e fiquei por um tempo observando como ele se enturma rápido, obviamente existia o receio pelo anos que ele foi rejeitados por adultos e crianças nos parquinhos que ia, e isso me cortava o coração, quando eu via o meu menino inseguro doía bastante. Ele falava o básico de Italiano, e os meninos falavam o básico de português, então ia todo mundo se resolvendo por lá.

Minhas tias tinham roubado a Juliette de mim para paparicar a barriga dela e ela, até minha mãe estava ali no meio junto da minha nonna que simplesmente cagou para a minha existência. Resolvi me juntar os meu pai e meu avô e mesmo observando o Gael de longe, eu podia ver se estava tudo bem com a minha mulher do outro lado. Meu vô saiu por alguns instantes para buscar vinho e ficamos só eu e meu pai ali, ele respirou fundo, não desviei os olhos do meu filho que ria alegremente para os primos.

- Sabe, S/n... Eu fui muito injusto com você. - Não olhei para o seu rosto - Queria que você fosse forte para o mundo, e te tratava com um menino, por isso odiava ver você chorando quando chegava da escola, e eu sabia que era por sofrer bullying lá, eles me ligavam. - Fechei os olhos e permitir que a dor afundasse meu peito - Fui negligente, e te neguei carinho mesmo quando você vinha no nosso quarto pedir amparo, sua mãe era quem te abraçava. - Neguei com a cabeça, eu não iria mais chorar por tudo que ele me fez passar. - Decidir ir para o Brasil por causa disso

- Onde você quer chegar? - Pergunto olhando para o seu rosto dessa vez, inconformada. - Me formei, tenho uma família linda, um ótimo emprego. Eu não fiz bobagens na infância, e sempre que chegava para você com notícias que iam te deixar orgulhoso no meu ver você ignorava. - Desviei o olhar novamente - Chegava chorando porquê não aguentava mais e você me chamava de estúpida. - O sabor amargo veio na boca do meu estômago.

- Sei que guarda mágoas, e se arrependimento matasse eu estaria morto. - Ele disse triste, e eu senti raiva por ainda ter pena - Mas essa foi a minha criação, e o meu maior erro foi não ter visto que você ainda era minha menininha apesar de tudo, então... Desculpe. - Ele diz e eu abaixo a cabeça. - Tenho orgulho da família que tem, e de ser seu pai... Vou ter orgulho ate eu morrer, sempre tive orgulho... Eu... É. - Limpei uma lágrima que escorreu do meu olho e me levantei, não ia dizer nada.

- Fico feliz, eu também sinto orgulho de mim. - E sai, o deixando ali.

Guardava recordações boas das piadas que ele contava, de quando eu era criança e ele me abraçava, e me fazia dormir, mas também guardava mágoa de quando as coisas começaram a mudar, e isso ainda machucava sempre que eu lembrava. Entrei no banheiro do quarto onde íamos ficar e fechei os olhos, negando com a cabeça várias vezes. Resolvi tomar banho para esfriar a cabeça e assim que terminei, sai do banheiro só de cueca.

- O que aconteceu? - Tomo um susto com a voz da Juliette e quase deixo o celular cair.

- Que susto, amor. - Respiro fundo e abro a mala - Meu pai nem sempre foi um bom pai.

- Se sente preparada para perdoar ele, porquê eu sei que ele te pediu perdão. - Nego com a cabeça e me aproximo dela, que puxou minha cintura.

- A terapia me ajudou a ver que meus traumas também são culpa dele... Eu não sei amor, eu não sei mesmo. - Encosto minha testa no seu ombro e faço carinho na sua barriga - Eu vou... Eu vou tentar, prometo tentar. - Falo enquanto acaricio sua barriga.

- País também podem ser tóxicos amor, laço de sangue não significa nada, você sabe. - Confirmo - Pensa direitinho, volta para terapia, estarei aqui por você.

What I NeedOnde histórias criam vida. Descubra agora