OÁSIS

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BORA PRA ESSA PORRA, VIDA QUE SEGUE.
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S/s S/s POV

Minha cabeça estava cheia e eu estava exausta, principalmente por saber que estava me sabotando. Eu não inválidava os sentimentos da Juliette por mim, eu não duvidava dos sentimentos dela por mim, eu não deixei de acreditar no nosso relacionamento nem mesmo por um segundo. As coisas lá fora não seriam fáceis, teria a distância, os meios sociais, a família dela interferindo, e a minha, e eu pensava nisso todo santo dia, e eu estava me sabotando. Não fazia o menor sentido, éramos mulheres adultas e as coisas iriam acontecer de uma forma ou de outra.

Eu sei que eu queria ficar com ela, e ela queria ficar comigo, obstáculos seriam difíceis mas não insuperáveis. Quando não se pensa em conjunto muitas vezes não da certo, e eu queria que desse certo e por mais que evitassemos o mundo externo ali dentro da casa, em algum momento iríamos ter que bater de frente com as pessoas lá fora e isso me assustava. Eram milhares de quesitos... Pessoas novas, situações novas, empregos novos, rostos novos, compromissos novos.

E se não estivéssemos na mesma página? E Se as ideias colidissem? E se so se amar não fosse o suficiente?
As vezes pensar demais é um problema, e eu tinha esse problema, porque eu pensava pra caralho em todas as hipóteses, buscava a racionalidade antes do impulso, antes de seguir meu coração, eu seguia minha razão e isso era eu.

Meu pai me disse uma vez que se encontrássemos o nosso oposto paraíso, era aquilo. Ele nunca disse para eu insistir em relações que não me cabiam, mas ele me mostrou que quem pensa com o lado racional, precisa de alguém que pense com o lado sentimental. Era a teoria cérebro e coração.

Eu era a racionalidade pura, o lado sério, o lado discreto e o mais reservado. Eu era o lado que se possível brigava o tempo inteiro, que tinha crises nervosas por não seguir meus instintos naturais e na maioria das vezes estava com raiva porque as coisas não seguiam no rumo que eu queria, o lado que mais bebia café, o lado que iria estar sempre questionando, o lado que sempre iria colocar como hipótese o "e se não der certo?" e ter um plano B.

Juliette era o lado espontâneo, o lado extrovertido, o lado que queria diversão e profissionalismo no mesmo ambiente de trabalho, o lado que seguiu o que gostava, o lado que não olharia para minha cara com negatividade nunca. Juliette era o lado de que se estivesse chovendo ele iria agradecer, e que se estivesse fazendo sol ela me arrastaria para a praia em dia de semana. Juliette era impulsiva, a Juliette era o meu coração.

E eu estava ali, a observando dormir me questionando qual foi a porra do momento em que os sentimentos dela ficaram questionáveis. Pensando em que momento ela me mostrou que não iria estar do meu lado para o que fosse. Pensando em que momento ela colocou obstáculos nas coisas em que eu lutava pra ver, e eu invejava isso. Invejava tudo isso, porque eu queria, no fundo, no fundo mesmo eu queria não ser tão pé no chão, no fundo mesmo eu queria não ter que questionar tudo isso para poder me entregar mas, eu não conseguia, e tudo bem que isso aconteça. Juliette estava ali para mim, me completar.

Finalmente a teoria do papai estava certa e ao meu ver, finalmente a teoria do papai fez sentido. Juliette estava pra mim, e pra me mostrar o lado coração das coisas, e eu ia aceitar, eu ja tinha aceitado. Velei o sono dela até cair no meu próprio, e dormir em paz. Eu amava a Juliette, e eu finalmente me fiz aceitar isso.

Acordei no outro dia de bom humor para caralho, teria prova do anjo, nem o fato de ter acordado cedo pra caralho estragou o meu humor. Eu estava sentada no sofá ainda racionando lento, Juliette ja estava tagarelando do meu lado junto com a Bianca. Rafaella também estava calada com uma carinha de sono adorável. Fiuk se encontrava longe de mim e depois da treta de ontem eu até agradecia, se ele viesse com mais algum tipo de patifaria para o meu lado, em todo o meu bom humor eu iria socar o meu punho na garganta dele, e ele sabia que eu iria. Cléo que me perdoe, mas que moleque insuportável do caralho, nem parecia que era irmão dela.

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