Capítulo II - O ataque

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EDA

Não faz nem uma hora que me despedi de Serkan e meu corpo já súplica para tê-lo ao meu lado novamente, mas preciso ir na casa da minha tia trocar essa roupa e ir para o escritório.

Ao chegar na Art Life percebo que todos os olhos estão vidrados em mim, mas não vejo julgamento e sim preocupação, vou em direção a Leyla saber se Serkan já chegou.

- Bom dia Leyla! Serkan já chegou?
- Bom dia Eda, ainda não!
- Por que todos me olham assim, algo aconteceu?
- É... Você tem uma visita. Mas fique calma, ok?
- Você está me deixando nervosa, quem está me esperando?
- É o Deniz, Eda!

Eu caminho em direção a sala que divido com Serkan em um impulso de raiva e me posiciono na frente de Deniz.

- Quem é você? O que você quer? Você percebe o quão doente você é? - Eu solto perguntas irritada em sua direção me segurando para não bater em sua cara que está marcada com o olho roxo deixado pro Serkan.
- Eda, preciso conversar com você, só nós dois. Eu lhe prometo explicar tudo!
- Eu não quero estar perto de você sob nenhuma circunstância, você irá apenas assinar os documentos de anulação que os advogados já preparam e sumir da minha vida.
- Eda por favor, em nome de nossa longa amizade!
- Amizade que você jogou no lixo por puro egoísmo e loucura. Deniz o que você fez não tem explicação! O que você espera de mim? Que eu lhe perdoe e dê um abraço?
- O que você faz aqui? Você tem problemas? Saia de perto da Eda e suma da minha vista! - Gritos autos são ecoados da porta da sala, quando me viro já enxergo Serkan com os punhos fechados, como se estivesse tentado se segurar.
- Vai me bater de novo? Você é um animal! Você sim deveria se manter longe de Eda! - Deniz retruca debochando.
- Saia daqui imediatamente ou eu não respondo por mim! Saia! - Serkan grita mais auto e com mais raiva!

Engin e Ferit ouviram tudo e removeram Deniz da empresa o mais rápido possível. Serkan veio em minha direção e perguntou.

- O que esse tipo fazia aqui?
- Ele veio atrás de mim para conversar!
- Eda eu não quero você perto desse homem! - Ele grita.
- Serkan! Olhe, você está sendo rude, eu não o convidei. Quando cheguei a empresa ele já estava aqui.
- Tem razão me desculpe! Mas ele me tira do sério! Venha, não fique assim.

Ele me abraçou e nos sentamos aguardando a reunião com o Sr.Ates.

A reunião foi um sucesso, fechamos mais um projeto de uma marina e o Sr.Ates sugeriu uma festa para comemorarmos, Serkan aceitou e combinou em fazer na Art Life. Durante o dia percebi o celular de Serkan tocar mais que o normal e uma certa inquietação de sua parte com o nome sugerido no visor. Eu sei que é Selin, mas ele insiste em não querer me incomodar e pensa que eu não noto. Enquanto preparo um café para nós Deniz me envia uma mensagem afirmando que só irá assinar os papéis após conversar comigo cara a cara. Mesmo estando com raiva resolvo ir para acabar com isso de uma vez por todas, mas resolvi não incomodar Serkan e o digo que estou indo ao encontro da minha tia na floricultura. Eu não sei o que é, mas eu tenho a sensação de que algo ruim irá acontecer. No caminho da saída da empresa cruzo com Cerem, ela me pede para conversar comigo e diz ser algo urgente.

- Eda, me desculpe! Eu não sei nem como lhe dizer isso. - Ela indaga visivelmente aflita.
- Cerem calma. Você está me assustando!
- É o Deniz Eda, tudo foi por ele!
- O que? O que você quer dizer?
- Eu sempre nutri um sentimento forte por ele, mas quando o reencontrei tudo ficou ainda mais intenso. Eu sabotei meu relacionamento com Ferit o culpando por algo que só eu via, parei de tomar meus medicamentos e me declarei inúmeras vezes recebendo sempre a mesma resposta, que ele ama você! - Eu estava sem reação, Cerem soltou muitas informações de uma só vez.
- Mas o pior Eda, eu fiz com você! Eu procurei Serkan na noite do jantar surpresa e revelei seu jogo para ele, mas contei como se você fosse egoísta e disso sim me arrependo. Eu estava cega por um amor que só existia na minha cabeça! Não vou mentir que ainda sinto algo por ele, mas sei que não me faz bem e só me machuca. - Ela soltou a bomba final com os olhos cheios de lágrimas, mesmo decepcionada eu não poderia atacá-la, ela estava fora de si.
- Cerem, obrigada por me contar, mas agora preciso ir atrás de Deniz. Depois conversamos.

Cerem avisou a Ferit preocupada com o que poderia acontecer e ele me seguiu a fim de intervir caso algo acontecesse.


Ao chegar no café encontro Deniz sentado a minha espera.

- Sente-se Eda, por favor!
- Deniz você tem 5 minutos para dizer o que quer.
- Sente-se, irei ser breve!
Eu me sento no sofá ao seu lado esperando o que ele tem para me dizer.
- Eda, tudo que eu fiz foi por você! Eu passei 2 meses procurando Serkan por você. Entrei nesse jogo por você. Vi você sofrer e sempre segurei a sua mão! Me diga, por que você não me olhou? Como não percebeu meu amor? - ele dizia olhando para mim com indignação.
- Deniz, você era meu amigo, confiei em você para estar ao meu lado como meu amigo que iria me ajudar a recuperar Serkan!
- Serkan! Serkan! Serkan! Ele te tratou mal por diversas vezes Eda! Você não ver? Eu só te fiz sorrir! O que falta para você perceber que eu sou o cara certo pra você? - Ele gritava abrindo os braços e batendo no peito.
- Deniz! - eu o repreendi.
- O que? Você não enxerga que eu te amo?
- Mas eu amo Serkan! E me amar não lhe dá o direito de fazer o que fez!
Nesse momento eu me segurou pelos braços e gritava enquanto me balançava.
- Não diga que o ama na minha frente! Você vai ver, eu vou fazê-la sentir o que é amor de verdade!
Ele me jogou no sofá e me beijou, eu o empurrei e quando percebi Ferit já estava batendo nele. Eu me levanto e Ferit me leva até seu carro. Eu não conseguia fazer nada, ainda sinto suas mãos me apertando.

- Eda! Nada do que aconteceu é sua culpa! Vou levá-la para sua casa e de lá ligo para Serkan. - Ferit dizia tentando me acalmar.

Eu era incapaz de formar uma só palavra, só queria estar dentro do abraço de Serkan. Chegamos na minha casa e Ferit me ajudou a subir as escadas e sentar no sofá. Eu podia ouvi-lo falando com Serkan. Ele foi fazer um chá para mim enquanto esperávamos sua chegada.

- Eda! - Eu ouço Serkan gritar em um tom preocupado.
- Eda! - ele indaga vindo em minha direção e me abraçando. Ferit deixou o chá e saiu em silêncio. Naquele momento, posicionada em seus braços desabei. Eu ouvia e sentia Serkan chorar junto comigo, ele me abraçava com toda sua força como se fosse meu escudo.

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