Teu olhar

Capítulo X - A mentira

Serkan

Eu estava subindo para o quarto quando meu celular tocou.

- Alô? Melek?
- Enişte, irei lhe falar algo mas fique calmo ok?
- Diga Melo! - eu afirmo com a voz já preocupada.
- Eda sofreu um leve acidente mas já está bem! Ela ficará a noite no hospital apenas para a observação. - ele explica enquanto eu sinto todo meu corpo pesar e meu coração acelerar.
- Qual hospital? Que acidente? - eu pergunto seguindo em direção a porta do apartamento com as chaves do carro em minha mão.

Melo terminou de me passar o endereço do hospital enquanto eu dirigia em direção a ele pensando no pior, mesmo ela tendo deixado claro que Eda já estava no quarto descansando.

- Eda! - eu grito desesperado a procura dela.
- Serkan! Ela está naquele quarto ali. - Sr.Ayfer me chama apontando para uma porta.
- Eda? - eu pergunto abrindo a porta.
- Aqui meu amor!
- Você está bem? O que aconteceu? - eu pergunto enquanto a abraço.
- Estou sim! No caminho da casa de sua mãe eu perdi a visão por conta da luz forte de um ônibus e bati em um hidrante. Mas estou bem! Foi só um susto! - ela me explica com a pele pálida deitada na cama do hospital.
- Agora eu entendo o que você passou quando eu me acidentei! Eu quase perdi o controle do meu corpo e meu coração disparou, parecia que ia sair do meu peito. Nunca mais me assuste assim! - eu pedi beijando sua testa e segurando sua mão.
- Eu estou bem! Mas quem é você mesmo? - ela brinca fazendo referência a minha perda de memória.
- O que eu vou fazer com você Eda Yildiz? - eu a questiono rindo.

Eu saí para compara um lanche para ela na lanchonete acompanhado de Melo e Cerem que foram comprar um café.

Eda

Eu sei que deveria contar para Serkan que ele vai ser pai, mas não quero dar essa notícia que nós tanto ansiamos ultimamente desta forma. Ele precisa primeiro saber sobre o Sr.Kemal para poder aproveitar devidamente minha gestação comigo. Eu liguei para Sr.Aydan para lhe explicar porque eu não fui a seu encontro e ela prontamente entendeu e quis vir ao hospital, mas eu a tranquilizei e prometi encontrá-la na noite do dia seguinte, afinal eu sei que mesmo se preocupando ela não está em um bom momento para encarar Serkan.
Após um longo debate de quem iria ficar comigo Serkan ganhou e se deitou junto a mim na cama apertada do hospital assim que a enfermeira saiu do quarto. Após uma longa conversa sobre constelações ele finalmente dormiu. Para ser sincera eu o pedi para me explicar mais sobre as estrelas na tentativa de me destruir um pouco do único tópico que ocupava minha cabeça, minha felicidade em ser mãe interrompida pela possibilidade de Serkan ser filho do Sr.Kemal. Eu passei a noite pensando sobre e decidi conversar o mais breve possível com Sr.Aydan, afinal agora que o Sr.Kemal sabe é uma questão de tempo até Serkan descobrir, e ele não deve ter consciência de tal fato por ninguém mais que sua mãe.

- Bom dia meu amor! - eu exclamei para o recém acordado Serkan com os olhos inchados e uma careta de quem não dormiu confortavelmente.
- Bom dia! - ele me respondeu e em seguida me beijou. - Você acordou faz muito tempo?
- A alguns minutos, a enfermeira veio medir minha pressão e me liberar. - eu menti sobre ter acordado a pouco tempo, eu nem se quer consegui dormir, mas eu já estava de fato livre para ir em bora.
- Você fez seus últimos exames com a enfermeira comigo dormindo? - ele perguntou visivelmente irritado.
- O que? O renomado arquiteto Serkan Bolat tem medo de ser visto dormindo? - eu ironizei.
- Você não existe Eda Yildiz! - ele riu e me beijou novamente.

Após sairmos do hospital Serkan me levou até minha tia e eu aproveitei para pedi-lo para levar mais algumas caixas com minhas coisas para seu apartamento e nosso futuro lar, mas ele desconversou e disse que iria apenas passar em casa para se trocar, ele saiu tão desesperado que foi de calça moletom e uma camisa de manga comprida para o hospital, a mesma roupa que ele estava usando durante a tarde do dia anterior. Eu tive a sensação de que ele estava escondendo algo de mim, afinal ele só tinha que levar as caixas e não arruma-las, mas tinha problemas maiores para me preocupar no momento, como me arrumar para ir de encontro a Sr.Aydan.

Serkan

Eu vou em direção a casa de minha mãe para tranquiliza-la a respeito do acidente de Eda e tentar entender toda essa questão que ela criou para que o casamento só acontecesse em um mês, mas ao chegar encontro uma cena que eu jamais esperava, ela abraçada ao Sr.Kemal.

- O que está acontecendo aqui mãe?
- Filho! - ela reage espantada afastando o Sr.Kemal de seus braços. - O que você faz aqui?
- Eu pergunto isso ao Sr.Kemal, afinal essa é a casa da minha mãe até onde eu sei!
- Serkan, eu e sua mãe somos velhos amigos, vim apenas fazer uma visita! - ele responde.
- Deixe-me adivinhar? Mais uma coincidência? Se contarmos essa é a terceira! Primeiro o senhor salva Eda, depois se torna cliente de um dos maiores projetos da Art Life e agora descubro que é amigo de minha mãe!
- Filho... - minha mãe tenta argumentar mas eu a corto.
- Vamos Sr.Kemal me explique!
- Respeite sua mãe e a deixe falar!
- Então o senhor agora quer me ensinar boas maneiras? - eu ironizo cada vez mais irritado. Ele tem razão, mas ele me desperta uma sensação incomoda que me persegue desde que o vi pela primeira vez.
- Serkan! - ele eleva um pouco o tom de sua voz na tentativa de impor respeito.
- Vamos! Sai daqui! - eu grito já entregue a raiva.
- Fale direito comigo!
- Quem o senhor pensa que é? - eu esqueço de sua idade e o peito.
- SEU PAI! - ele grita ainda mais auto.
- O que? - eu questiono olhando para minha mãe que está aos prantos.
- Serkan, eu posso explicar! - diz minha mãe vindo em minha direção.
- É verdade mãe? - eu a questiono novamente me esquivando de seu toque.
- Filho... - ela segue chorando.
- É verdade? - eu grito.
Seyfe vem até a sala após ouvir os gritos e tenta acalmar os ânimos sentando minha mãe na poltrona da sala. Eu sento em sua frente e a escuto atentamente contar a história por trás da afirmação do Sr.Kemal e ela confirma coberta em lágrimas.

Eda

Mais tarde naquele dia mesmo dia eu segui para a casa da mãe de Serkan, tive que sair escondida para que nem Melo e nem minha tia tentassem me impedir.

- Sr.Aydan? - eu questiono empurrando a porta meio aberta da entrada principal de sua casa.
- Eu sinceramente não entendo mãe! Não quero entender! Minha vida inteira a senhora mentiu para mim! - eu escuto Serkan gritar.

Oie! Chegamos a décima parte dessa fic que eu estou amando escrever e espero que vocês também estejam amando ler! Meu muitíssimo obrigada a vocês por estarem comigo aqui!! Comentem o que estão achando até agora e dividam comigo as emoções que vocês já sentiram até aqui!! Ah e não esqueçam de e entrar no meu perfil que tem novidade pra vocês!! BEIJOS❤️✨

@robotyildiz