Capítulo IX - Eu irei te segurar

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Eda

Eu acordei muito confusa e olhando ao meu redor quando meus olhos alcançam os de Serkan que estava sentado ao meu lado segurando minha mão enquanto os demais presentes na sala de reunião encaravam.

- Fique calma meu amor! Nós iremos ao hospital! - ele exclama preocupado.
- Não... Eu estou bem! - eu respondo me levantando devagar.
- Eda você desmaiou, você não está bem! - indagou Melo nervosa.
- Eu simplesmente tomei o remédio para dor de cabeça sem comer nada, por isso me senti mal a ponto de desmaiar.
- Como assim? Você não come nada desde ontem? - Serkan me questiona ainda mais preocupado.
- Sim... Eu pulei o café da manhã! -
- Você foi até minha mãe e não comeu nada lá? - ele perguntou com o semblante desconfiado. - Seyfe não preparou o café para vocês?
- Não, nós apenas nos distraímos ao resolver algumas coisas sobre meu vestido. - eu inventei tentando minimizar toda a atenção que estava sobre mim e disfarçar o real motivo de não ter comido nada na casa da Sr.Aydan.
- Mesmo assim iremos ao hospital. - ele diz.
- Serkan não precisa, eu estou bem! - eu afirmo com mais seriedade em meu olhar. - Apenas preciso comer e descansar.
- Então te levarei para minha casa! Vamos! - ele diz me guiando em direção a porta.
- Me desculpe Sr.Ates e Sr.Kemal! - eu peço após desmaiar no meio da reunião.
- Não se preocupe Srt.Eda, sua saúde é mais importante, nós podemos remarcar a apresentação para outro dia sem problemas. - afirma o Sr.Kemal me olhando com a maior compreensão do mundo.
- Fique bem Srt.Eda! Os negócios podem esperar. - completa o Sr.Ates.

Eu me sinto encurralada, não posso me livrar dessa sentimento de estar enganado Serkan. Ele voltou para mim depois de meses de sofrimento e está mais próximo do que nunca, e essa sensação que a algumas horas atrás me fazia sentir completa agora, me deixa sufocada e sem saber como me comportar perto dele.

Serkan

No caminho inteiro Eda ficou calada e eu não a incomodei pois ela está visivelmente cansada de algo, mas nada tira do meu peito a sensação de que ela quer me dizer algo mas não consegue.
Quando chegamos em casa ela foi direto para o banho como se não quisesse estar perto de mim, apenas subiu para o banheiro sem dizer uma só palavra. Eu subi junto a ela mas encontrei a porta do banheiro trancada e pude jurar que ela estava chorando. Desci ainda com minha cabeça no semblante entristecido de Eda e preparei uma sopa para ela. Alguns minutos depois ela veio a meu encontro e se sentou na mesa para comer sua sopa enquanto eu subi rapidamente para mudar de roupa.

- Nós podemos assistir algum filme? - ela me pede enquanto acariciando os pelos de Sirius.
- Claro! Você escolhe o filme enquanto eu monto.
- Monta o que?
- Eu tenho um projetor que espelha a imagem do celular ou computador.
- É claro que você tem! - ela brinca sarcasticamente.
- Você não tem musicais na sua lista de filmes. Como você não tem musicais na sua lista de filmes? - ela questiona indignada.
- Eles vendem uma falsa felicidade e as pessoas cantam por qualquer razão! Estão triste? Choram cantando! Estão felizes? Cantam e dançam! E o pior a cidade inteira sabe a letra das músicas e as coreografias. Não faz o mínimo sentido. - eu explico enquanto monto o equipamento.
- Você não irá se tornar o pai dos meus filhos com essa mentalidade sobre musicais. Eles são uma fonte de sentimentos sem fim! Existem musicais perfeitos para cada momento da vida! Nós iremos assistir a um musical!
- Ah Eda... Não! - eu resmungo balançando a cabeça.
- Sem discussão! Tenho uma missão agora que é fazê-lo assistir pelo menos dois musicais por mês. - ela afirma com determinação.
- Não!
- Sim! E já sei com qual iremos começar! "Singing in the rain"! - ela exclama empolgada.
- Eda, escolha outro gênero de filme por favor! - eu a imploro.
- Não, não, não! - ela nega com um semblante alegre e eu aceito no mesmo segundo ao perceber que ela voltou a sorrir. Parece que esqueceu seja lá o que a incomodava, mas eu não e amanhã irei conversar direito com ela, hoje só quero fazê-la sorrir.

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