Capítulo 10

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Victoria Furlan

Fico sem jeito, não respondo nada, pois é verdade. O coração não escolhe hora certa pra nos fazer se apaixonar por alguém. Não digo que estou apaixonada por Arthur, pois ainda só fazem dois meses que saí de casa, e meus sentimentos por Lorenzo ainda não são nulos, mas posso dizer que Arthur mexe comigo, que rola uma química entre a gente.

-Você tem razão - digo.

-Deixa rolar - ele diz me piscando o olho.

Concordo com um leve aceno de cabeça.

-Mas e ai? Parou com os porres? - ele pergunta rindo.

-Aquele dia eu não estava bêbada - me defendo rindo.

-Magina se estivesse! - ele gargalha.

-Só estava afogando as mágoas - digo chatiada.

-Tem muitas? - ele pergunta.

-Digamos que algumas - digo olhando longe - quem não tem?

-Pois é. Todo mundo tem - ele diz pensando por um tempo.

Conversamos sobre nossas vidas, e trabalhos. Arthur me disse que junto com o primo Henrique, o da namorada descontrolada que jogou bebida em mim naquela noite na boate, abriram a boate Lounge. Ele e o primo são sócios, e cuidam da boate.

-Ah que serviço legal! - eu digo.

-Na verdade é meio complicado às vezes - ele diz - quando tem mulheres bêbadas, ou briga - ele ri.

-Eu não estava bêbada! - digo de novo.

-Ok. Vai lá mais vezes, pra aproveitar, sem beber - ele diz rindo.

-Mas você gosta de provocar né Arthur! - finjo estar irritada.

Ele gargalha, e logo nossos pasteis chegam. Comemos conversando e rindo. Arthur é um cara muito legal, em sua compania a diversão é garantida. Ele deixa o ambiente leve, descontraído. Gosto demais de estar com ele. Nos despedimos, e eu prometi de ir em sua boate quando desse. Voltei pro meu apartamento me sentindo tranquila, e por um momento feliz, sem sentir a falta do Lorenzo.

Lorenzo Goulart

Os dias foram de passando, e o dia da audiência sobre o divórcio estava cada vez mais perto. Eu já não tinha tanta certeza se teria minha Vic de volta, na verdade, eu tinha quase certeza, que infelizmente, nosso relacionamento acabou. Dói confessar isso, mas não sou cego de enxergar a realidade que está na minha cara. Foi bom enquanto durou. Se eu pudesse voltar no tempo, eu faria tudo diferente. Hoje eu me arrependo, por ser ter sido tão ciumento e possessivo. Eu só queria Victoria de volta. Mas como diz aquela velha frase: "A gente só dá valor quando perde". E eu sou mais um desses tantos, que só aprendi a dar valor quando perdi.

Victoria Furlan

Como prometido, fui até a boate Lounge novamente. Cheguei por volta das 23hs. Quando me sentei no bar, mandei uma mensagem para Arthur.

"Cheguei na Lounge agora. Estou aqui no bar :)".

Depois de 6 minutos, que na verdade pareceram horas, a resposta chegou.

"Ai sim hein! desço, beijos".

Eu pedi um dose de tequila e fiquei esperando Arthur chegar, o que na verdade não demorou.

-Oi baby - ele diz sussurando no meu ouvido.

Ele vai e se senta do meu lado. Está simplesmente lindo. Sua barba está começando a crescer perfeitamente, o deixando mais sexy. Está vestido com uma calça jeans azul turquesa, e uma pólo preta.

-Oi Arthur - digo sorrindo.

Ele pega meu copo e dá um gole.

-Já está bebendo mocinha?

-Só um pouquinho - digo rindo.

-Pode parando. Vem que essa noite você é minha baby - ele diz me puxando pela mão - vamos dançar.

Ele me conduz até a pista de dança, e aos poucos vou me soltando, e dançando suavemente, deixando a batida da música me envolver.

-Vamos subir pro meu escritório? - ele diz com a voz rouca próxima ao meu ouvido - está me matado te ver dançar assim.

Seria mentira se eu disesse que não desejo Arthur. Rola uma química forte entre a gente. E eu, particularmente, não devo nada a ninguém, porque não posso me dar o direito de me divertir um pouco? Resolvo parar de pensar nas consequências e me entregar às minhas vontades.

-Vamos sim - digo sorrindo.

Arthur passa seus braços pela minha cintura, e me leva em direção a saída da boate.

-Não íamos para o seu escritório? - questiono.

-Resolvi fazer diferente. Vamos pra minha casa - ele diz sorrindo.

Eu aceno com a cabeça concordando, e vamos em direção ao seu carro no estacionamento. Ele tem uma linda Capitiva azul. Ele como um bom cavaleiro abre a porta do carro para mim.

-Obrigada - eu digo entrando.

Rapidamente ele contorna o carro entrando no banco do motorista. Arthur coloca o carro em movimento, e fica com uma das mãos fazendo carinho na minha perna. Vamos o caminho todo em silêncio, até entrarmos em um condomínio fechado. Ele estaciona em frente à uma casa bem linda. Como da última vez, vem abrir a porta pra mim, e eu observo a luxuosa entrada da sua casa com atenção.

-Gostou? - pergunta orgulhoso.

-Aham - digo.

Ele pega na minha mão e me leva pra dentro. O ambiente anterior é do mesmo bom gosto.

-Você é a primeira mulher que trago aqui - ele diz tímido.

O que faz meu coração derreter. Arthur é tão fofo. Eu devolvo um sorriso tímido.

-Quer beber algo? - ele pergunta.

-Não, obrigada - eu digo.

Ele vem se aproximando de mim lentamente, tira a minha mini bolsa da minha mão, e coloca sobre o seu sofá. Volta a se aproximar de mim, e tira uma mexa do meu cabelo que estava sobre o rosto, colocando atrás da minha orelha.

-Tão linda... - ele diz.

Logo depois avança em meus lábios em um beijo feroz, repleto de desejo. Eu o beijo com vontade, passando as mãos pelo seu cabelo macio.

-Vamos para meu quarto - ele diz enquanto paramos para recuperar o fôlego.

Ele me pega no colo, e sobe as escadas de dois em dois degraus, e me leva até seu quarto. Me coloca sobre a cama, como se eu fosse feita de vidro, e logo depois se joga em cima de mim, beijando todas as partes do meu corpo.

Cansei de ser boazinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora