Capítulo 6

917 90 0
                                    

Victoria Furlan

Como a Bia disse, acordei com um porre dos infernos. Minha cabeça latejava tanto que tive que segurá-lá com a mão. Caminhei até o banheiro e tomei um banho gelado. Não podia me dar o luxo de ficar deitada o dia todo. Sábado, hoje, era o único dia que dava pra eu ir atrás de um apartamento para alugar. Viver no hotel saí caro!

Me vesti com uma sai jeans curta e uma regata. Minhas roupas estavam voltando a ficar bonitas em mim, meus pneuzinhos já estavam saindo, graças a uma dieta louca que estava fazendo. Mas o que importa era que eu estava tendo de volta o meu corpinho da faculdade. Chamei Bia para ir comigo mais disse que teria que ficar com sua sobrinha, pois sua irmã tinha um compromisso. Então peguei minha bolsa e meu carro, e fui em alguns endereços que tinha isto na internet.

(...)

Visitei quatro apartamentos decorados. Os preços são parecidos, e estão na média. Um preço bom pra eu pagar sozinha. Peguei o terceiro apto. Ele tinha dois quartos, sala, cozinha, banheiro. Não era um apartamento de luxo, nem nada. Era bem simples. Decidi que alugaria aquele mesmo. Resolvi passar pra almoçar na minha mãe, fazia tempo que não a via, e estava morrendo de saudades.

Estacionei em frente a casa dos meus pais e vi na garagem que meu pai estava em casa. Oba! Mato a saudades dos dois. Pego a minha cópia das chaves de casa e entro. Minha mãe estava na cozinha fazendo almoço.

-Oi mãe! - digo abraçando ela.

-Oi querida! Que saudades! - diz me abraçando - hoje mesmo estava falando com seu pai se o divórcio tinha dado certo.

-Vou almoçar aqui, ai conto pra vocês dois na mesa Ok? - digo dando um beijo em seu rosto.

-Tudo bem minha filha! Agora vá ver o velho do seu pai, ele está no escritório - diz minha mãe.

-Ok! - digo caminhando até o escritório do meu pai.

Ele era gerente de uma loja de materiais de construção. Sempre foi um ótimo pai! Não tenho o que falar.

-Oi papai! - digo entrando.

-Oi filha! Resolveu dar as caras? - diz se levantando da sua cadeira.

-Estava com saudades sr. Alberto! - digo sorrindo.

-Eu também filha, e o divórcio? - pergunta preocupado.

-Vamos almoçar que conto na mesa pra vocês. Cadê a Pri? - Pricila era minha irmã mais velha. Ela namora com o Leonardo à oito anos. Eles querem casar logo para morrarem junto.

-Saiu com o Léo - diz meu pai indo comigo pra cozinha. No começo meu pai implicava muito com Léo, mas agora, o adora.

-Venham almoçar - diz minha mãe.

A mesa já estava montada e o prato do dia era estrogonofe. Eu simplesmente amo! Ainda mais quando é feito pelas mãos da minha mãe. Começamos a comer e estava divino!

-E aí filha? Como foi o divórcio? - pergunta meu pai entre uma garfada de comida.

-Ele recusou. Foi adiado para daqui 45 dias - digo dando um gole no meu suco.

-E você continua em um hotel? - pergunta minha mãe.

-Sim. Mas hoje fui ver um apartamento e vou aluga-lo - digo sorrindo. Eu estava realmente empolgada.

-Porque não vem pra casa? - pergunta minha mãe.

-Ahh não mãe. Eu gosto da minha privacidade, e liberdade - digo sorrindo.

-Mas pagar alugar todo mês é complicado - diz minha mãe.

-Podemos te ajudar compra-lo - diz meu pai.

-Não precisa. Eu dou conta de pagar o aluguel todos os meses - digo os confortando.

-Mas como vamos pagar o casamento da sua irmã, também queremos te dar algo. E pode ser esse apartamento - diz meu pai.

-Sendo assim, eu aceito - uma ajuda dos meus pais seria muito bem vindo.

-Então podemos ir ver isso depois do almoço? - pergunta minha mãe empolgada.

-Pode ser - digo sorrindo.

Terminamos de almoçar e fomos até a mobiliária que eu iria alugar o apartamento. O atendente disse que aquele apartamento não tinha opção de comprar. Então fomos visitar um outro, no mesmo condomínio. Os cômodos eram um pouco maior, e nos dois quartos tinham varanda. A decoração era básica e com cores claras. Aos poucos eu ia deixando o apartamento com minha cara. Meus pais adoraram e quiseram fechar contrato. Eu quis ajudar com uns 20% do valor total, era o resto da economia que eu tinha. Mas meus pais pediram que eu guardasse o dinheiro para decorar o apartamento com coisas do meu gosto. Como cortina, tapetes, roupa de cama, panelas, toalhas e etc. Como eu tinha bastante coisa pra comprar, acabei concordando.

Meu pai fechou o negócio, e na quarta-feira eu ja poderia pegar as papeladas e ir pro meu novo apto. Enchi meus pais de beijos e agradeci. Depois voltei pro hotel animada. Era o começo da minha nova vida!

Cansei de ser boazinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora