Capítulo 19

803 65 1
                                    

Victoria Furlan
-Chegamos - informa o condutor do iate.
-Vem baby, vamos nos casar - diz Arthur me puxando pela mão.

Subimos até a superfície do iate, e vi que estávamos ancorados em uma pequena ilha. Reconheci logo de cara, era a Grande Ilha, uma ilhazinha localizada perto da cidade em que morávamos. De onde eu estava, em cima do iate ainda, era possível ver a cerimônia que estava preparada me esperando. Depois de descer do iate com ajuda de Arthur, vejo melhor o lindo local que nos esperava. O tapete vermelho está posicionado sobre a areia nos esperando, ao lado do tapete, tem algumas esteiras de palha dourada, onde os convidados estão de pé. Entre eles meus pais, minha irmã e meu cunhado, uns familiares do Arthur, e alguns de seus amigos. Caminho sorrindo, comprimentando a todos, Arthur já entra ao meu lado, com nossos braços interlaçados. Ao fim do tapete tem um púbito, e ao seu fundo tem um arco, de uns dois metros de altura, de arranjo de flores. O juiz de paz inicia a curta e improvisada cerimônia, o pôr do sol ao fundo, deixa tudo mais lindo e encantador. Os votos são feitos com palavras verdadeiras, sem discurso pré decorado. A troca das alianças foi feita com um pouco de diversão, já que estávamos nervosos, e custou acertar o dedo. A cerimônia acabou rápido, não durou nem 30 minutos, e quando retornamos a caminhar sob o tapete vermelho, ao invez de grãos de arroz, os convidados jogaram em nós pétalas de rosas. Sorri emocionada, e Arthur deu um beijo em minha cabeça. Não voltamos para o iate, e fomos em direção a um hotel fazenda que era bem reconhecido aqui em Grande Ilha. Durante o caminho, dentro de um carro cheio de latinhas penduradas ao para choque, que era conduzido por um amigo de Arthur, nos dois ficamos conversando, fazendo planos para o futuro. Arthur segurava minha mão, e ficava rodando linha aliança em meu dedo.

-Oficialmente casados - diz sorrindo.
-Não imaginei que iria casar novamente - digo me lembrando do meu primeiro casamento.
-Mas tem um lado bom desse seu passado obscuro - diz brincando.
-Que parte? - pergunto incrédula que possa existir algo bom.
-Sabemos que, os erros cometidos em seu primeiro casamento, não irá se repetir - diz beijando cada um dos nós de meus dedos.
-Por esse lado tem razão. Não iremos acertar em tudo, mas iremos dar o nosso melhor - sorrio orgulhosa.
-Sempre - ele pousa a mão sobre meu ventre - não é mesmo bebê? O papai dará o melhor para fazer vocês felizes - diz e depois dá um beijo em minha barriga, seguido de um selinho em minha boca.
-Já tenho uma certeza! - falo sorrindo.
-E qual é? - pergunta levantando uma das sombrancelhas.
-Você será, além de um ótimo marido, um ótimo pai - falo encostando a cabeça em seu braço.
-Espero que sim, pois a minha única missão, é ser sempre o melhor pra vocês - diz carinhoso.

(...)

Arthur Loungue
Conversamos bastante durante o caminho até o hotel fazenda, onde seria realizado a recepção dos convidados. Seria uma pequenas festa, bem íntima, nada grandioso, já que tínhamos que fazer uma economia para a chegada do bebê.
O carro parou em frente ao salão de festa do hotel fazenda, e eu abri a porta do carro, e segurando a mão de Vic, descemos juntos.. Na entrada do salão, tinha um banner com três fotos nossas juntos, além do nossos nomes em uma grande placa de néon. Após avançarmos a dentro do salão, minha cunhada Pri, nos arrastou para um camarim que tinha ao lado.

-O tema da festa é neon, como podem ver - diz dando uma volta em torno de si.

Seu vestido de gala azul cobalto que foi usado na cerimônia, foi substituído por um vestido laranja gritante, um tanto escandaloso.

-Não Pri, eu estou muito bem de branco - diz Vic apavorada.

Ela é o contrário da irmã. Enquanto Pri é toda escandalosa, chamativa, extrovertida, Vic, é tranquila, serena, introvertida, e bem simples.

-Não! Vou te deixar linda como eu - diz Pri 'modesta' - só vou te dar uma corzinha - diz tirando uma caixa de algum lugar - tira essas sandálias.

Vic se senta em um sofá de couro preto que estava encostado na parede, e tira as sandálias como a irmã havia pedido.

-Agora coloca esses sapatos - diz abrindo a caixa.
-Ai meus olhos - digo rindo.

Os sapatos eram de salto altíssimo, cor de rosa gritante. Vic ri da minha piadinha sem graça, e calça os sapatos. Fica de pé ao meu lado, e me dá um selinho.

-Quase maior que você - diz rindo.
-Bem que você disse, quase - digo abraçando ela.
-Agora falta o seu toque de néon - diz Pri a mim, aparecendo com outra caixa.
-Nem vem, não gosto de cores fortes - digo franzindo a sobrancelhas.
-Ah cunhadinho, deixa de ser chato - ela abre e vejo uma gravata rosa, um pouco mais claro que o sapato de Vic, mas não menos extravagante - só uma gravatinha vai, please?! - diz fazendo um biquinho.
-Vai amor, vamos ficar legais - diz Vic sorrindo.
-Ok vai - digo me rendendo.

Pri bate palmas empolgada, e vem colocar a gravata em mim. Ela tira a preta que eu estava, e coloca a maldita cor de rosa.

-Bem melhor - diz Pri avaliando nos dois - só falta mais um detalhe - diz pegando um estojo.
-Ah não Priscila. Já chega - diz Vic um pouco irrita.
-Fecha os olhos - diz Pri sem se importar com as reclamações da irmã.

Priscila passa uma sombra néon sobre as pálpebras dos olhos de Vic, assim como as dela que possuía um alaranjado brilhante.

-Agora sim - diz Pri sorrindo orgulhosa - estão prontos para a festa.

(....)

E estávamos mesmo. Nossa festa de casamento foi ótima, super animada e divertida. Eu e Vic nos acabamos na companhia das pessoas que mais amamos. Dançamos, bebemos, rimos, e ao fim da noite, já estávamos exautos. Após nos despedirmos de todos os convidados, que foram indo empora um por um, eu agradeço infinitamente a Pri, que me ajudou a organizar isso tudo. Ela vai embora levando meus sogros e seu namorado, e resta apenas eu e Vic.

-Acho que já esta na hora de irmos também - diz cansada.
-E nossa lua de mel? - pergunto com um olhar sugestivo.
-Ainda tem lua de mel? Quando vai parar de me surpreender? - diz sorrindo.
-Nunca - digo colando os nossos lábios - vamos passar quatro dias aqui nesse paraíso, o que acha? - pergunto no pé de seu ouvido.
-Eu acho maravilhoso - diz num sussurro.
-Me perdoa por não ser uma viagem mais sofisticada, mas agora com a chegada do bebê, temos que nos controlar para não gastarmos muito - me desculpo chateado.
-Meu amor - diz segurando meu rosto com as duas mãos e me olhando no fundo dos olhos - não me importa se vamos passar nossa lua de mel aqui, em Paris, ou em casa. O que me importa é sua compania - diz me dando um beijo repleto de ternura e amor.

Cansei de ser boazinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora