Capítulo 16

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Victória Furlan

Após o almoço com meus pais, no dia seguinte, depois o meu trabalho, Arthur deixou a boate sob os cuidados de Henrique, e fomos jantar com seus pais. Contamos a novidade, e como Arthur previa, eles adoraram. Eu estava tão feliz em saber que tinha o apoio de todos! Agora só faltava nossos amigos saberem da noticia, mas já estávamos pensando em uma noite na Lougue para contar a novidade. Arthur passou de namorado cuidadoso, para namorado cuidadosamente doentio. Seu cuidado comigo era extremo, o que eu, particularmente, adorava. Aos poucos, fui trazendo minhas coisas para sua casa, e já estávamos vendo a possibilidade, de alugar meu apartamento, apesar de Arthur, julgar desnecessário. Hoje, é o dia da minha primeira consulta com o obstreta. Eu estou cheia de duvidas, assim como Arthur, que até já fez uma lista no bloco de notas do seu celular, para não esquecer nada. Termino minhas coisas no trabalho, e quando desço, Arthur já me espera no estacionamento. Ele como sempre, está lindo, em uma calça jeans clara, e uma pólo vermelha. O comprimento com um selinho, e ele abre a porta para mim.

-Como foi seu dia baby? - ele pergunta colocando o cinto.

-Foi bom. Fiz quase nada - respondo esticando as pernas.

-Está ansiosa? - questiona colocando uma mão sobre minha perna.

-Muito. É difícil de acreditar que está sendo gerado um bebêzinho aqui - digo passando a mão sobre a minha barriga.

-Eu acho que será um menino - diz sorrindo.

-É? - sorrio empolgada.

-É. Vai ser meu garotão. Iremos jogar bola, videogame, vai ser maravilhoso - diz me olhando de relance.

-Eu não tenho preferência, eu só quero que seja saudável. Mas acho que será uma menina - digo.

-Se for, será muito bem vinda. Mas vocês duas vão me deixar velho mais cedo - diz rindo - se ela puxar a beleza da mãe, imagina a quantidade de urubus em cima dela?! - fala incrédulo.

-Amor, o bebê nem nasceu, nem sabemos se é menina - digo rindo.

-É, você tem razão. Vamos com calma! - diz alisando minha perna.

Logo chegamos na clínica, e nos sentamos na sala de espera. Sei que ainda é muito cedo, mas estou louca pra saber o sexo. Eu e Arthur ficamos conversando, até uma moça nos chamar para entrar. O doutor era jovem. Aparentava, no máximo, 35 anos. Percebi a careta do Arthur ao ver ele, mas apertei sua mão em forma de repreensão, antes de ele me soltasse alguma de suas pérolas de ciumes.

-Boa tarde senhorinha - diz o doutor Simon simpático.

-Senhora - diz Arthur de cara fechada. Pronto. Já temos a pérola de ciúmes do dia.

Passo um olhar fulminante para ele, e depois volto a atenção para o doutor Simon à minha frente.

-Fiquei sabendo da sua infertilidade - diz olhando uns papéis - e realmente, sua gravidez é um milagre.

Eu sorrio orgulhosa.

-Mas teremos que ter cuidado em dobro com o bebê que está sendo gerado aí. Sua gravidez é de risco, sua pressão tem grande oscilação, e corremos o risco de uma eclampsia. Então devemos ser atenciosos. Ao invés de consultas mensais, eu pedirei consultas de 15 em 15 dias, certo? - diz sorrindo.

-Certo - respondo.

-Vamos fazer uma transvaginal, pra ver se as coisas estão tudo bem. Você pode ir até aquele banheiro se trocar - diz apontando para uma porta.

Eu deixo minha bolsa no colo do Arthur, e vou até o banheiro. Lá um avental cirúrgico me espera. Eu o visto e volto pra sala. Arthur quando me vê, sorri aliviado, ao ver que a roupa não era indecente, e cobria bem o meu corpo. O Doutor Simon nos direcionou até uma sala, e eu me deito na maca. Arthur veio ao meu lado, e segurou as minhas mãos. O doutor começou o exame, e inicialmente, senti um certo desconforto, mas logo me distraí, quando o Dr. Simon, começou a falar do meu bebê.

-Bem mamãe, você está de seis semanas, um mês e pouquinho, mais especificamente. O cordão umbilical já está em formação, o embrião mede de 3mm, ainda bem pequeninho! O tubo neural se fechou e o cérebro começa a tomar forma. Algumas características faciais começam a ser formar como as narinas que começam a se distinguir, os futuros olhos, que são esboçados, e aparecem dois pontos escurecidos na lateral da cabeça, que darão lugar as orelhas. Os intestinos, rins e fígado também estão se desenvolvendo. Sua aparência está se modificando e em breve será possível identificar os braços e as pernas - diz olhando para a tela - O coração é ainda bem rudimentar, mas já é possível detectar seus batimentos.

Eu aguardo ansiosa, com as mãos suando, quando de repente, o barulho mais lindo do mundo, ensoa na sala. Meu coração bate rápido, e eu sorrio emocionada, sentindo lágrimas molharem meu rosto. Só agora, parece que caiu a ficha, de que, eu realmente estou gerando uma vida dentro de mim. Felicidade é pouco. Eu me sinto maravilhada. Arthur me da um beijo rápido.

-Obrigado baby, obrigado - diz sorrindo.

O doutor informa que eu já posso me trocar, e eu vou com as pernas bambas em direção ao banheiro. Me troco rapidamente, e seco meus olhos com as pontas dos dedos. Retorno à sala, e o doutor me aguarda sentado em sua mesa, assim como Arthur. Eu me sento, e sorrio realizada.

-Agora, de início, você notará mudanças no seu corpo. Você poderá ter começado a ganhar peso, a não ser que os enjôos sejam fortes a ponto de prejudicar sua alimentação. Nesse caso, você até pode perder peso! Apesar da barriga ainda não estar aparecendo, você começará a notar que algumas roupas irão ficar um pouco apertadas na cintura. Algumas grávidas se queixam de sintomas gastro-intestinais como prisão de ventre e azia. É importante que você tome essas vitaminas que eu receitarei - diz preenchendo uma folha.

Ele arrancou e entregou em minhas mãos.

-Você pode entrar em contato comigo à qualquer hora do dia - diz me entregando um cartão.

Agradeci, e saí de mãos dadas com Arthur. Parecia que eu estava andando nas nuvens, de tanta felicidade. Quando entramos no carro, Arthur disparou a falar.

-Que obstreta é esse? Não podia ser uma mulher? - pergunta colocando o carro em movimento.

-Arthur, por favor - digo sem  querer brigar.

-Não gosto da ideia de saber que outro homem vai olhar pra sua... É você sabe - diz sem olhar pra mim.

-Para de causar! Acabamos de ter um momento tão feliz, você está mesmo afim de estragar? - pergunto sentindo um nó se formar em minha garganta.

-Não. Desculpa baby - diz arrependido - eu amei ouvir o coraçãozinho do nosso filho. Eu amo vocês - diz sorrindo.

Eu suspiro aliviada.

-Eu também te amo - digo fazendo carinho em seu cabelo.

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Meninas reportando, porque tinha dado erro. Espero que gostem.

*NOVA OBRAEstou trabalhado em um novo livro, e a história é bem interessante, entretanto, proibida, para menos de 18 anos, contem cenas explícitas de violencia, e de sexo. Se chama 'Ilha de Manhattan', por gentileza, uma passadinha por ! Beijooos.

Cansei de ser boazinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora