Capítulo 20

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ALGUNS MESES DEPOIS

Arthur Lounge
-Bolsas? Ok. Carrinho? Ok. Necessarie? Ok. Falta mais alguma coisa baby? - pergunto a Vic que está no banco da frente no nosso carro, enquanto guardo as coisas no porta malas.
-Acho que não. Vamos que estou ansiosa - diz sorrindo.

Fecho o porta malas e vou em direção ao me lugar no motorista. Passo o cito sobre mim, e dou um selinho em Vic, e aliso sua enorme barriga. Minha esposa está de 9 meses, e esperamos uma menininha. Sua gravidez, apesar de ser de risco, foi maravilhosa. Foram momentos magníficos que permaneceram em minha mente até a eternidade. Tantos risos, desejos inusitados, chutes da nossa filha, foram tantas coisas simples, mas que causaram uma emoção tamanha em nós. Nossa família tem sido grande ajudadora, nos apoiando em tudo. E nosso casamento é simplesmente perfeito. Nos entendemos tão bem, que não tenho a menor dúvida que escolhi a pessoa certa. Hoje, às 11hs da manhã, está marcada a cesariana da Vic, o obstreta preferiu que fosso a cirurgia. Eu estou mais nervoso que ela..... O medico conversou em particular comigo, e disse que os ricos de acontecer algum imprevisto é pequeno, mas maior comparado com às outras gravidez normais. Já estava preocupado, agora então, que cada vez mais nos aproximamos do hospital, do ficando maluco. Vic tira uma selfie nossa, e manda no grupo do whatsapp da nossa família, com a legenda: "A caminho da maternidade... Luara, pode vir, a mamãe e o papai está a sua espera ;)".

Chegamos no hospital, e ajudo Vic sair do carro com um pouco de dificuldade. Pego a bolsa cor de rosa da Lua, e uma outra bolsa com as roupas de Vic. Me desdobro em três, pra segurar as bolsas e ainda escorar Vic com um dos braços. Já faz um tempo, em que ela anda reclamando de dores nas costas, e agora então, imagina só?! Logo que pegamos o elevador para o andar da maternidade, encontramos o obstreta de Vic, que tratou providenciar uma cadeira de rodas, minha esposa se sentou sobre ela e forçou um sorriso aliviado. Fomos direcionados a um quarto, e eu guardei as malas em um armário.

-Tem um cofre aqui, quer por algo? - pergunto a Vic.
-Coloca os nossos celulares, e o ipad - diz apontando para sua bolsa de mão.

Eu vou até a bolsa e pego os aparelhos.

-Quer que coloque a bolsa toda? Tem sua carteira aqui - pergunto.
-Pode por - diz fazendo uma careta.

Pego a bolsa, e me assusto com o peso.

-O que você carrega aqui? - pergunto.
-Minhas coisas Arthur, o que mais seria? - pergunta irritada.

De uns tempos pra cá, eu ando recebendo uma patadas dignas de Oscar. O obstetra disse para eu ter paciência, pois a reta final da gravidez é complicada, e mexe muito com os hormônios femininos.

-É por isso que você tem dores nas costas, essa bolsa deve pesar uns 5 quilos - digo enfiando a bolsa no cofre.
-Ah Arthur, fica quieto - diz revirando os olhos.
-Me desculpa - digo arrependido.

Vou até seu lado, na cabeceira da cama, e faço carinho em seu cabelo.

-Ta sentido alguma dor? - questiono preocupado.
-Só nas costas, esse barrigão pesa muito - diz alisando a barriga por cima da blusa - Oi filha - sussura - ela está mexendo - diz a mim.

Me abaixo na altura da sua barriga, e coloco minhas duas mãos espalmadas por cima do seu ventre.

-Oi princesa, o papai já te amo tanto - sorrio ao sentir um de seus chutes.

Somos interrompidos pelo doutor que chega ao quarto com algumas enfermeiras.

-Senhor Lounge, pode ir se trocar estamos indo pra sala de cirurgia - diz simpático.

No começo da gravidez, eu o odiei. Não gostava de saber que outro homem ficaria olhando minha mulher, mas percebi que é muita infantilidade da minha parte. Simon é estritamente profissional, e pra ele a minha Vic, é só mais uma paciente.

-Ok - me viro pra Vic, e lhe dou um beijo rápido na boca - eu amo vocês, vai dar tudo certo, nos vemos daqui a pouco.
-Eu também amo você - diz sorrindo.

Saio à companhia de uma enfermeira que me leva até uma sala, me entregando uma roupa para entrar no centro cirúrgico. Eu estou tão ansioso, que seria impossível descrever em palavras o que estou sentindo. Caminho de volta seguindo a enfermeira, para o centro cirúrgico, passo álcool em gel nas mãos, e coloco a máscara, e entro na ampla sala. Vejo Vic deitada em uma maca, e alguns aparelhos estão ligados a ela. O doutor Simon já esta posicionado no pé da cama, e pede para que eu fique ao lado de Vic. Eu caminho até minha esposa, e seguro suas mãos. Ela está acordada, mas parece meio grogue. Dou beijos nos nós de seus dedos, e sorrio a encorajando. O dr. Simon começa o parto, e eu observo tudo ansioso, e emocionado. Não vejo a hora de ver minha filha.
O procedimento é um tanto demorado, e já fazia uns 20 minutos que estavam cortado o pé da barriga de Vic, quando finalmente escutei um choro estridente ensoar pelo quarto. Eu choro emocionado, não consigo ter um sorriso maior e mais realizado do que eu tenho agora. Um toquinho de gente é colocado sobre meus braços, e eu choro ainda mais sentindo minha filha em meus braços. Ela é tão linda, tão perfeita. Passo de leve os dedos sobre seu nariz, e boca, parece que foram esculpidos pelos dedos de Deus.
Uma enfermeira a tira dos meus braços, e na hora me sinto chatiado, mas volto a atenção a sala de cirurgia. Tinha me desligado por um momento na hora que meu olhar encontrou os olhos de minha princesinha, sinto que a partir de agora, eu seria capaz de dar a minha vida por ela.

-A paciente não está respondendo - diz uma das enfermeiras.

Volto minha atenção para vix que está de olhos fechados, mas seu semblante é sofrido. Me despero, e começo a passar a mão pelo seu rosto.

-Vamos reanima-la, não podemos perde-la - diz o dr. Simon.

Encosto minha cabeça na testa de Vic, e não me preocupo com as lágrimas que derrubo sobre seu rosto. A ideia de imaginar perde-la me apavora, agora mais do que nunca, eu e Lua precisamos dela. Tenho uma idea de cantarolar alguma música baixinho ao pé de seu ouvido, quem sabe não a ajude a voltar para nós.

-"Criei canções e melodias, pra te conquistar, em cada verso poesias, pra me declarar, mas palavras não vão traduzir, o que é te olhar nos olhos e te ver sorrir. E se eu parecer um bobo, você pode rir, é que esse jeito manhoso, me deixou assim, completamente louco por você, fazendo minhas rimas só pra te dizer: você é o primeiro pensamento do meu dia, se eu não te vejo quase morro de agonia, sou dependente desse amor, seu beijo vicia, eu quero todo dia. A noite caí e meu sonho é você, dizer 'te amo' está virando clichê, mas to repetindo pra você saber, que eu adoro amar você...! "

Termino de cantar em seu ouvido, e as enfermeira pedem para que eu saia do quarto. Vic não abre os olhos, e eu não quero sair do seu lado, ainda mais agora que sei que nada está bem. Me recuso a sair de perto dela, mas dois homens grandes me arratam para fora, me deixando no corredor. Encosto na parede, e escorrego até sentar no chão. Coloco minha cabeça em meus joelhos, e choro como nunca chorei antes, mas dessa vez, de desespero.

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Provavelmente teremos mais um capítulo e o epílogo. Espero que estejam ansiosos, e gostando da história! Beijos.

Cansei de ser boazinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora