Heiryn olhou para trás e viu o vampiro, que andava em passos curtos. Com certeza está seguindo-as, ela já não sabia o que pensar. Ele às salvou porquê? Seu pai sempre dizia que os sobrenaturais principalmente lobisomens e vampiros eram bestas sem linhas de pensamentos, que atacavam sem motivos algum. Deslizou a mão pelo pescoço cada vez sentia pior. Sabia que não ia aguentar muito tempo de pé. Letícia e Gabriela pararam de andar, pois não sabiam que caminho seguir estavam perdidas. Segurou o pescoço, estava sentindo dor, muita dor. Sentia agoniada com toda aquela situação. Estavam perdidas e a culpa era dela.
-Está tudo bem? - perguntou o Daniel se aproximando dela.
A dor era tanta que ela não conseguiu dizer uma palavra.
-Fica longe dela- berra Letícia soltando Gabriel. - Não sei qual é o seu interesse aqui, com certeza não é ajudar. - Pois com certeza não era.
Gabriela é obrigada a encostar o corpo do irmão em uma árvore. Heiryn se aproximou delas para evitar um choque entre Letícia e Daniel.
Porém, percebeu que a jovem caçadora estava à procura de algo no meio de nada. Ela queria entender o que Gabriela procurava no meio daquela vegetação, havia árvores por toda a parte. Sem falar da parte em que estavam perdidas, sem saber que direção seguir.
Gabriela podia jurar que ouviu algo, só não sabia de onde vinha. Afastou-se dos outros para descobrir de onde vinha e deparou com um homem, que vinha na direção dela e puxava dois cavalos. Ela analisou os animais com certeza eram seus. O barulho que tinha ouvido era dos cavalos. Ela recuou para perto do irmão e deixou o homem aproximar. Este que por sua vez estava frustrado de tanto puxar cavalos. Viu que tinha gente em seu caminho decidiu mudar de rota. A jovem notando a sua mudança repentina de direção chamou sua atenção.
-Esses cavalos não são seus. - diz ela ao homem apontando com a espada.
O homem observa-a de cima a baixo, solta os animais e pega no tronco de árvore e aponta para ela.
-Algum problema senhorita? - pergunta o homem. Letícia tira sua atenção do Daniel indo em direção da jovem caçadora.
-Aqueles cavalos são meus, estavam presos á charrete.
-Achado não é roubado. - diz o homem sério.
-Achou, os cavalos estavam presos á charrete, vais devolvê-los.
-Não senhora. - disse soltando o tronco de árvore. O homem sorriu coçando a cabeça. Heiryn perguntou se isso ainda poderia piorar. Voltou para Daniel que parecia estar a gostar muito da situação, no exato momento o sorriso desapareceu. Seguiu o olhar do vampiro. Havia um casal parado ao pé de uma árvore não muito distante deles. Eles estavam a observá-los. Ela analisou o casal os dois eram morenos, o homem era adulto e uma jovem menina, Heiryn tinha a certeza que era muito mais nova do que ela. O homem tinha um ar muito sério e a jovem aparentava normal, segundo a observação de Heiryn. Só não entendeu a expressão séria do vampiro. Um pouco nervosa e com muito receio aproximou dele e perguntou
- Tudo bem?
-Não.
-Porque eles me parecem bem.
- A menina nunca ouviu, que nunca se julga as pessoas pela aparência, - ele á encara - se todo o sorriso lindo fosse verdadeiro, o mundo seria um lugar muito melhor. Aquele homem é um lobo. - afirma.
A última frase deixou Heiryn em choque, todas as suas lembranças a tomaram como uma presença.
-Ele não é o nosso maior problema- continua o vampiro- alguma coisa se aproxima temos de sair daqui.
Ela refugiou ao lado da jovem caçadora que estava frustrada com tudo a sua volta, queria desaparecer dali.
-O senhor vai me devolver esses cavalos agora. Não vou pedir de novo. - declarou já no seu limite.
-Senhoritas desculpe incomodar- Daniel cortou a distância entre ele e as meninas indiferente a reação delas - temos de sair daqui.
-Fique longe. - Pronunciou com desprezo a cavaleiro, - estou vendo que não teme o perigo sua criatura desprezível- avistou o casal que os observava..
-Só temo quando estou ciente dele. E agora estou ciente. Algo se aproxima temos de sair daqui.
- O único perigo aqui é você e eles. - Ela aponta para o casal.
-Ele é apenas um lobo é o menor dos nossos problemas.
-E a menina uma bruxa.
Gabriela - Chama Letícia sentindo ameaçada -temos cá um grande problema.
Gabriela dá atenção á cavaleiro, dando costas ao ladrão.
-Sim??
-Um vampiro, um lobo, uma bruxa....
-E um ladrão- grita o homem a sua trás com ar de gozo, as senhoras encontram-se muito ocupadas e eu tenho coisas para fazer.
-Você não vai a lado nenhum com esses cavalos, o meu irmão está inconsciente e eu preciso deles.
Gabriela berra e então o homem afasta-se dos animais. Daniel sente o perigo ainda mais perto. Ele tinha duas opções: ou deixava as meninas, e ia-se embora. Ou ficava, pois aprendeu que nada nesse mundo é fácil, tudo tem o seu preço, logo estava disposto a pagar esse preço para alcançar o seu objetivo. Não podia perder a oportunidade que tinha naquele momento.
-Então, não vão atacar? - questiona Letícia para os sobrenaturais. Esses recuam, a jovem cavaleiro vê o casal desaparecer no meio das árvores. -Fugiram? - questiona surpreendida, já Heiryn suspira de alívio. Encara o vampiro com a sua espada ainda empunhada. -Não me pareces muito bem. - afirma, ele estava pálido como a neve, e deitava sangue pelos ouvidos.
Heiryn ia abrir a boca, mas naquele exato momento a Letícia deixa cair á sua espada, sentiu uma dor agoniante como se os seus tímpanos fossem explodir, sentiu um estalo no meio da cabeça.
-Ai -grita -que barulho é esse? - diz em berros caindo no chão.
Não escuto nada. - responde Heiryn aflita correndo ao seu socorro, ela contorce toda, a dor era aguda que nem conseguia ficar em pé.
-Nem eu. - diz Gabriela.
Os cavalos começam a relinchar assustados e fogem.
"O que está acontecendo?" Perguntou a jovem caçadora correndo os olhos a sua volta, todos estavam deitados no chão gemendo de dor: o vampiro, o ladrão, a jovem cavaleiro, exceto o seu irmão que ainda está inconsciente e a Heiryn que se afogava com o seu próprio ar de tão assustada que estava. O que fez com que os outros caíssem no chão contorcendo de dor. Porquê não á afeta? O que eles ouviam que ela não? O que fazer? Que decisão tomar? Porquê não se encontrava um porquê de tudo aquilo. No momento de desespero ergueu sua espada para cima e berrou alto.
Boa leitura e obrigada por continuarem a ler minha obra. 😘😘😘👌👌
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Hidryss Isto não é um conto de Fadas
Short StoryTodos querem viver na Grande Cidade de Hidryss, suas ações definiram seus caminhos e os seus olhos negarão seus destinos. Não basta ter razão, mas sim, saber tê-la. Heiryn sempre sonhou em um dia viver na Grande cidade e se casar com um conde, ser...