Capítulo 2 Estou Só?

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De volta a realidade, o seu braço estava dormente, estava morta em espírito, desejava morrer naquele momento só não tinha coragem o suficiente para o fazer. Levantou-se contra a vontade e foi à procura de algo para se proteger do frio nas coisas da sua mãe.

Agradeceu as janelas de vidros pois graças a elas a luz do luar iluminavam o quarto frio. Abriu o roupeiro e ficou boquiaberta; ou para ser mais correto perplexa, estupefata. Começou a abrir em todas as gavetas e cómodas e sem sucesso. Não havia nem uma peça de roupa de sua mãe.

 É como se ela nunca estivesse naquela casa. «Impossível», pensou «ela apenas saiu com a roupa no corpo, onde foi o resto?» questionou mentalmente. Só havia roupas do seu pai, olhou de novo o roupeiro e encontrou uma caixa aberta, e agradeceu por ter um casaco de pele de animal com capuz.

Vestiu-o mais depressa possível e analisou as janelas trancadas do quarto, os anos que estavam trancadas, isso não vai abrir,  "mas não posso deixar de tentar", tentou de novo a todo custo e foi em vão, nenhuma das janelas se abriram, continuou lutando, no entanto, teve de parar. Sentiu um mau estar no estômago, era fome, desde de que se levantou não havia comido nada, sentou-se na cama frustrada.

Pensando em tudo que Úrsula havia dito. Não sabia se chorava ou se gritava para afastar o sentimento de arrependimento, por ter mentido para alguém que nunca lhe fez mal algum. «Tarde demais para arrependimento. Porquê eu fui mentir, onde estava com a cabeça? Agora estou trancada dentro de um quarto, não fui a cidade grande e para piorar estou morrendo de fome. Devia ter escutado a minha irmã, ela sim tinha razão. O meu pai vai me esfolar viva, quando souber a verdade. O que eu faço? Como saio? O que foi que fiz? Que estupida, estupida! Onde estive com a cabeça? E agora? E agora?» Passou a mão pelo seu cabelo.

 «Deus me ajude.» Pediu sem saber como sair daquela situação. Começou a olhar para o infinito, todavia, algo á trouxe de volta rapidamente a realidade. Ouviu um barulho, «vozes?», questionou mentalmente. Levantou-se e foi a porta. Apoiou na porta para ouvir melhor. «Vozes», sua mente e o seu espírito gritou de alegria. Ia abrir a boca mais fechou-a imediatamente. Não reconheceu nenhuma das vozes, eram todas vozes masculinas, e elas estavam se aproximando, estavam a frente do quarto. Heiryn notou que a porta ia ser aberta e correu para debaixo da cama.

A porta destrancou  e se abriu. Só conseguia ver as botas. Dois homens.

- O que foi? - perguntou um, entrando no quarto.

- Senti alguma coisa. Uma presença. - O outro sorriu.

- O Supremo confirmou que a casa estaria vazia. E mais, se alguém se intrometer as ordens são para matar.

Heiryn congelou. Ficou em choque. Quase perdeu o ar no momento. «Ordens para matar,» isso cravou em sua mente. «O que eles fazem na casa do meu pai? Entram na casa dos outros com ordens para matar, isso só pode ser um pesadelo.» Começou a tremer, estava aterrorizada. Os dois desconhecidos saíram do quarto, mas continuava a ouvir vozes de mais pessoas na casa, mas nenhuma daquelas vozes lhe é familiar, por medo e precaução permaneceu debaixo da cama em silêncio.

Pouco a pouco a casa foi ficando silenciosa dando á Heiryn uma tranquilidade no espírito e um desespero  também .Hesitou muitas vezes antes de sair debaixo da cama. Saiu do quarto em passos silenciosos, parou no corredor e suspirou de alívio por não cruzar com nenhum desconhecido.

- Nunca mais, nunca mais, nunca mais. - Sussurrou enquanto andava no corredor, no fim do corredor parou, analisou o silêncio e começou descendo as escadas.  «Velas acesas; tenho que sumir daqui. Vou para a aldeia pedir ajuda.» correu para porta de saída. Estava trancada. «Como isso é possível, como os estranhos entraram?». «A porta dos fundos da cozinha. Exato.»

Hidryss Isto não é um conto de FadasOnde histórias criam vida. Descubra agora