provável perca

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SENTADO RABISCANDO o já não tão branco papel. Ele podia ver sua mãe sorrir colocando os pratos para uma perfeita janta entre família, mas algo estava nas espreitas, o motivo dela não virar totalmente o rosto para o filho e estar usando o braço errado para os afazeres, algo permutava o ar como uma espessa neblina pesada. Ele logo chegaria em breve, bêbado, vindo do bar junto aos seus amigos militares, este ser grotesco logo iria abrir a porta e em passos desconjuntados ele entraria fedendo a cachaça e fumo, entraria querendo ver sua amada de uma forma mais conformada e jovial.

- Quer dizer alguma coisa? – Bony, fora o primeiro a falar olhando para algo realmente repugnante ao seu ver.

- Acredito que teve alguma ideia sobre o que aconteceu, mas alguém criar chamas fica menos impressionante quando temos demônios no andar de cima e de baixo, a acredito. – Cayn passou diretamente pelo vagalume apagado

- pensei que saberia de tudo... – pareceu pensativo sentado numa mesa olhava para a janela tampada – tinha minha ficha escolar afinal, você não leu? – se jogou ficando de pé e lentamente caminhando para a janela tampada por um pano, o arrancou – talvez seja melhor assim – tirando um envelope dobrado de dentro da camisa abriu a janela e atirou para fora sua ficha – não me importo, só pensei que deveria ter lido algo – olhava para além de Cayn estatelado pelo constrangimento – bom...temos algo para resolver antes das palpitas principais? – dessa vez inclinava a cabeça para Ren.

- Não sou seu assistente

- está certo, temos algo a resolver – Cayn caminhava para a frente de todos que entravam, parando na frente de Arnen no local que devia ter um professor – não sou o impostor, mas se tentarem me matar de novo, vou cortar suas gargantas – disse se tornando outra versão de si mesmo, qual mal sabia que existia – não sou seu aliado, apenas estamos do mesmo lado nesse momento – disse saindo para se recostar na parede junto a Alyssa, estava sendo observado por todos e sabia disso.

- Tenho pena dos seus inimigos – Arnen olhava pelas janelas de costas a todos, parecia estar olhando algo distante para todos.

- Podemos começar com a pauta dos poderes demoníacos do Sr. Jin? Aposto que muitos tem perguntas e para isso temos isto – jogou outro envelope branco sujo na mesa – a ficha do cujo, e com sorte teremos algumas respostas sobre o assunto, antes de o interrogar na sala do outro lado do corredor obviamente. Oque foi aquele fogo no andar de cima, Ren pode ler a ficha de seu colega? Seria bom alguém com mais carisma contar esses pitorescos fatos.

A contra gosto o alto e louro pegou a ficha a abrindo como um livro raso, mas denso, parecia pesar em sua mão quando seus olhos dançaram entre as primeiras páginas, toda a cura vida do garoto a mercê de sua vista.

- O termo técnico que deram foi, combustão corpórea, a capacidade de criar chamas ao energizar as moléculas, porem ele não é imune ao fogo – fechando o a ficha olhou para todos – quem criou essas fichas e nos estudou?

- Essa é a pergunta mais difícil parceiro, acredito que tem a ver com nossa repentina e coletiva perda de memória, algo raro de se acontecer.

- Alguém as apagou? Um grupo de memorias? Com a finalidade de estudar essas peculiares – jogando a ficha na mesa ele sussurrou – por isso a diferença de idade, somos separados por habilidades. A última lembrança que tenho antes de entrar nessa escola é... – Engolia em seco – a temporada de inverso estava forte e das arvores sem folhas na entrada.

Todos pararam de respirar quando perceberam.

- Comecei a estudar no verão, nem tomam cuidado com isso. Já tinham esse plano a muito tempo, aposto – o garoto grisalho olhava para os propôs pés – fomos alocados distante da cidade por alguma habilidade como a do garoto ou algo pior, não temos todas as fichas, o que sugerem?

Grimm, do terno roxo berrante, como todos outros tremeu, ansiedade? Seria alguém realmente importante além do que esperavam? Se realmente tivesse algo assim... sua mão por baixo da luva branca tremia com a idade de curar.

- Podemos usar aquele garoto contra aquela coisa lá embaixo, poderia a queimar até a morte! – mais uma vez ouvia Bony falar asneiras sem pensar. Como poderia dizer isso em voz alta, usar alguém...

- Se descobrirmos sua doença, poderíamos o usar da mesma forma – Grimm escutou fazendo seu corpo se empertigar por vontade própria, conhecia o tom cortante numa voz calma, na voz do estranho numero dos super estudantes, Cayn logo ao seu lado.

- O impostor. Uma pessoa que trabalha com essa organização, uma organização que tem verba e poder para agir desta maneira... – Ren pensava sempre mais realista vindo de uma boa família podia ver coisas – tem de ter muito dinheiro, mas influência sobre várias outras organizações...qual? aquele garoto poderia servir de arma para o governo.

- Estão nos estudando ainda, talvez não saibam como nos usar ou não tem total noção do que está acontecendo conosco. Não lembro de ter visto algo assim em toda minha vida – dessa vez Arnen foi o apoio.

- Certo, o governo com certeza esta metido nisso, é algo óbvio, mas pode ter algo além disso, nesse mundo...

- Pessoas com tais habilidades seriam usadas como armas – Arnen completou.

- Apagar memoria, talvez já saibam como usar alguns... – Grimm tomou voz pela primeira vez.

- Talvez, mas de qualquer forma nossa primeira preocupação é sair daqui, seria um achado ter essas habilidades ao nosso lado, mas...

- Nos afastar da sociedade, pode querer dizer perigo e segundo a ficha nós não estamos fora dessa parte do problema, como a casca de uma bomba que vai ser destruída na explosão.

- Quanto tempo realmente se passou dês que ingressamos nessa armadilha? – Cayn perguntou der repente do canto da sala, estrava tremulo com olhos arregalados.

Nada disse, Ren apenas estendeu a mão levando a ficha o mais próximo do garoto, um metro de distância. Um metro de uma informação, um metro para algo bom ou ruim, ele sentia as profundezas do inferno se abrindo diante de seus pés, o medo inicial sobre sua mão, e aquela ficha tinha um peso anormal, tijolos não pesariam mais em suas mãos, seu estomago contraindo seus órgãos. Quando abriu a capa cinzenta pode sentir sua visão embaçar entre as palavras em preto, corria a contra gosto até a data, por um momento lhe escapou a noção de tempo de seu próprio mundo, quanto tinha dele?

Se lembrou de um certo dia, um dia quente, mas agradável onde tinha saído com ela, um dia curto de sua infância, um dia que saíram para tomar sorvete, lembrava do seu sorriso enquanto comia, ela sorria? Não lembrava ao certo, mas lembrava dela sorrir pra ele sempre, pensando agora, ela era forte, mas uma força diferente da dele, nunca poderia ser como ela afinal.

- Não quer dizer nada – Alyssa falou em bom tom – pelo oque disse, ela era forte, muito forte e ficara bem, deve estar esperando você.

- Quero ver aquele sorriso, um sorriso de felicidade dessa vez – mesmo falando isso, sentia algo frio subir na sua espinha, a certeza que tentava não enxergar ou sentir. Tinha que avançar, estava perdendo tempo e apenas alimentando a certeza que o assustava, mesmo que agora não fosse a única coisa, esse sentimento cortante que sentia crescer no seu interior cada vez mais.

13 ANDAROnde histórias criam vida. Descubra agora