diretor e o corte fundo

1 0 0
                                    


Sempre juntos, sempre apenas eles por toda vida, como poderia acabar assim? Sempre juntos nos momentos mais difíceis de sua vida e agora acabar assim... Sozinho, sempre sozinho antes dela, talvez sempre fosse para ser assim... nem percebendo que tinha saído da sala...O que fez de errado para ficar só? Sempre sozinho e agora perdendo a única pessoa que confio, sua culpa! Sabia no interior, culpado por não ser o suficiente para ela, talvez seja melhor assim...mesmo agora escondido na cozinha, de joelhos sentindo seu peito queimar, tanta doe da solidão e ódio por tudo era tão impossível de suportar, como cair no fundo do poço ele se sentia quebrado e o pior...Sozinho. Este era seu íntimo quebrado diante daquela porta fechada, escondido de todos por ser forte sempre estando a frente para a proteger...Cansado de até mesmo viver.

Pensando agora, o que poderia fazer de diferente? Aos seus nove anos fugido de casa, fugindo de seu pai alcoólatra e da carcaça que um dia pode chamar de mãe. Até mesmo naquela época seu peito queimava em brasa sentindo tanto medo, mas quando a conheceu...sorria e fazia piadas como ninguém que ele já tinha conhecido, mesmo com tanta dor escondida ela sempre estava sorrindo, me pergunto se era feliz naquela época, queria poder ter ficado como criança, uma época feliz dormindo entre as vielas, brincando, sobrevivendo com ela, apenas os dois como sentida saudade dessa época...Agora tudo que havia em seu coração era o incêndio repugnante e a dor de a ver quase beijar aquele garoto... - O que fiz de errado? – se perguntava com poucas lagrimas lavando seu rosto, mesmo que sua alma estivesse corrompida demais para algo assim... Quebrada de fato e a última martelada fez que fosse impossível de ser concertada...em completo desespero queria apenas uma escapatória.

- Bony? Está aí? É sua vez de vigiar a escada superior, tome cuidado o Jin está na sala ao lado na de ciência. – Fez força para se levantar quando escutou a voz da Alyssa...sempre tão preocupada com os outros...

- Não fode, sei me virar – sempre forçando a voz abriu a porta para ver a pequena garota segurando aquele ursinho – ele tem nome? – se atreveu a perguntar.

- Bom...Alessa...

- É um bom nome – ele passou a se sentindo pesado e cansado de mais até para viver ou lutar, ficar parado em um lugar, sendo ignorado não seria tão ruim agora... – quero ir embora...

Na enfermagem, não longe daquele garoto, outro se lamentava enquanto sozinho tirava as faixas de seus queimados braços, mas a dor de as pele queimada não podia ser maior da dor de perder a única que confiava, ela estava viva sabia disso, tinha que estar, ele tinha que voltar...

Sentia seu braço queimar e doía tanto, por que tanta dor? Oque fiz pra merecer tudo isso? – queria que tudo fosse um sonho – podia ver sua pele chamuscada sangrenta como as faixas jogadas de lado – se eu tivesse morrido... – pois o que te prende a este mundo quando não tem ninguém para chamar seu nome? – dois anos...você está viva certo? Por favor esteja viva – suas pernas tremeram quando enfaixou seu braço esquerdo, mesmo sabendo da realidade...quem gostaria de ver tal coisa grotesca? Ela estava viva e era tudo que ele precisava para ter forças para fazer tudo que teria de fazer para sair...só queria poder voltar pra casa...

- seis meses mais velho – Cayn sussurrou mais para si mesmo ainda tentando entender a atual realidade proposta – seis meses...seis meses – apertava mais as faixas dos braços - seis meses, vai dar tempo – as faixas oprimidas se avermelharam levemente largando seu braço - merda... – tirava a lamina de seu abdômen sem uma certa motivação, apenas não querendo acreditar em tudo que estava acontecendo.

- O que acha Ren? – o grisalho falou na única companhia a sua frente.

- mesmo que seja obvio alguns ainda não conseguem acreditar na realidade proposta, temos que nos preocupar com os outros andares e além de pessoais não confiáveis agora tem maldições que desconhecemos, imagina se aquele garoto fosse um inimigo...

13 ANDAROnde histórias criam vida. Descubra agora