Capítulo 13

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Dormir agarrado com Draco foi um evento que se repetiu mais três vezes.

A primeira delas foi em meados de Novembro, logo após a festa de aniversário de casamento de Sirius e Remus. Foi uma comemoração pequena, e eles haviam convidado apenas nós dois além de Ron e Hermione, pois disseram que queriam guardar a verdadeira comemoração um para o outro – e isso era algo que nenhum de nós poderia contestar. Mione já estava com uma adorável barriga de quatro meses e meio de gestação, e havia pedido ao noivo para irem para casa logo após ao almoço na casa de meus padrinhos, alegando cansaço e enjoos. Então eu voltei para a casa de Draco com ele e, por conta de uma tempestade repentina e violenta, me vi obrigado a dormir em sua casa. Foi quando ele me pediu para dormir com ele outra vez.

A segunda vez foi no início de Dezembro, quando nós combinamos de assistir juntos a uma série que nosso canal de tv favorito maratona todos os anos e durante todo o mês até o dia do Ano Novo. Draco estourou uma infinidade de pipocas para nós, além de preparar chocolates quentes com muitos marshmallows enquanto eu reunia todas as almofadas e cobertores que havia em seu apartamento. Nós montamos acampamento na sala e assistimos tv o dia inteiro, rindo das cenas que assistíamos e das nossas piadas internas, brincando de atirar pipoca um no outro e nos embolando nas cobertas até que caímos juntos, presos um no outro, dormindo daquela maneira.

Na terceira vez foi apenas algo natural. Era apenas um dia comum de neve, faltando apenas uma semana para o Natal, onde eu havia ido para sua casa e um Draco sonolento abrira a porta para mim. E nós apenas trocamos um sorriso cúmplice antes que ele me puxasse para dentro, voltasse a trancar a porta e me guiasse pela mão até seu quarto, abrindo espaço nas cobertas para mim e me fazendo aconchegar em seu corpo.

E era justamente daquele cochilo a dois que eu acordava naquele momento, me sentindo completamente relaxado e aquecido debaixo dos lençóis de Draco e entre seus braços fortes, sentindo seu peito se mexendo levemente em minhas costas. Todo seu corpo estava firmemente colado ao meu, as pernas entrelaçadas nas minhas e a respiração lenta aquecendo e esfriando minha nuca. Me senti arrepiar suavemente.

Nenhum de nós dois parecia disposto a levantar questionamentos sobre o que estava acontecendo, fosse por medo ou fosse pelo que fosse, então apenas deixávamos acontecer. E eu precisava admitir para mim mesmo que estava aproveitando cada segundo de cada oportunidade que tinha. Meus sentimentos por Draco apenas cresciam a cada dia que passava, se tornando uma certeza tão sólida dentro de meu coração como nada antes jamais havia se tornado.

E nesses momentos em que eu o tinha assim, tão perto, tão íntimo... Era fácil me deixar sonhar, me permitir fantasiar que era real, que ele era meu...

Suspirei profundamente, me assustando levemente quando senti Draco fazer o mesmo. Sua expiração forte fez os cabelos da minha nuca esvoaçarem, e ele apertou ainda mais os braços ao meu redor.

— Hmm — ele murmurou com a voz rouca, e eu me obriguei a fechar os olhos e inspirar calmamente para controlar as reações do meu corpo.

Mas meu esforço foi parcialmente jogado por terra quando ele me apertou ainda mais contra seu peito, arrastando a pontinha do nariz por minha nuca. Estremeci, me arrepiando da cabeça aos pés, mordendo o lábio inferior quando senti seus lábios macios se fecharem em minha pele em um beijo singelo. Arrastou o rosto pela minha pele arrepiada até que sua boca estava logo abaixo de meu ouvido, murmurando:

— Você já acordou, Harry?

Eu não tinha nenhuma confiança em minha voz naquele momento, então apenas balancei a cabeça em concordância.

— Hmm — ele murmurou outra vez, deixando mais um beijo no ponto abaixo da minha orelha, e eu sentia meu corpo completamente sensível e o coração disparado como nunca. — E você dormiu bem?

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