A Divina Trollada

Capítulo 9: Altar à vista. Parte I

A batalha se intensificava. Os quatro cavaleiros já estavam exaustos e nem sinal de Glutão amolecer.

— Ou ficaremos para sempre nessa batalha ou morreremos de cansaço! Esse bicho não morre? — Dohko desabafava com as mão nos joelhos buscando fôlego.

— Mestre ancião, acho que estamos fazendo errado em atacar dessa forma: individualmente...

— O que sugere Mu? Exclamação de Atena?

— NÃO! Não é para tanto, eu acho... vamos atacar ao mesmo tempo, cada um em um ponto específico.

— Eu fico com a cabeça do meio — Aldebaran se intrometeu na conversa após ter levado uma patada violenta do animal.

— Eu fico com o coração — Albafica afirmou limpando o sangue do canto da boca.

— Certo, a cabeça da direita é minha — Mu falou sorrindo para os amigos

— Eu fico com a que sobrou, então...

Os quatro tomam posição de ataque e antes que o gigantesco cão atacasse novamente, os dourados dispararam cada um o seu melhor golpe.

A cabeça da direita foi atingida pela poderosa Extinção Estelar.

A da esquerda pela Cólera Dos Cem Dragões.

A do centro pelo Grande Chifre.

E o coração foi perfurado pela poderosa Rosa Diabólica Real.

O ataque foi certeiro! Glutão desabou e se debateu em espasmos agonizantes antes de enfim perecer.

Os portões ao fundo se abriram e enfim os cavaleiros puderam avistar o altar do deus do vinho e do prazer.

O ambiente era extremamente bem cuidado e ricamente decorado, com colunas de puro mármore e entalhes de ouro e pedras preciosas, cortinas de linho e seda fina, ânforas e mais ânforas ricamente trabalhadas e cheias do mais precioso vinho. Dohko, Mu, Albafica e Aldebaran ficaram impressionados com a riqueza do lugar, mas logo o desejo de retornar às suas vidas os fizeram despertar para o seu objetivo ali: oferecer sua oferenda... Um beijo diante do altar do deus do prazer.

Meio desconsertado os quatro se olhavam...

— Eu não sei como vou conseguir olhar para o senhor depois disso — confessou Mu.

— O que quer dizer?

— É que daqui a 243 anos o senhor ainda estará vivo... e como é que eu vou encarar o mestre Shion depois de ter beijado o senhor?

— Deixa de bobagem! Chegamos até aqui, agora vem a parte fácil ou não? Carneirinho, o que se faz no templo de Baco fica no templo de Baco! (Assim como na casa de Libra, pensou divertido) Mas pelo sim, pelo não... Nenhuma palavra a Shion, aquele ariano quando se irrita...

— Eu sei bem! Eu sofri horrores no treinamento... — Mu falou e depois desatou a rir, sendo seguido por Dohko, que conhecia personalidade difícil de seu ariano, e Aldebaran que sempre via o vizinho ser cobrado em dobro pelo grande mestre.

Ficaram frente a frente, por Mu ser baixinho, Dohko não necessitou ficar nas pontas dos pés como ficava para beijar Shion. Enlaçou o pupilo de seu amado e o beijou. Mu, envergonhado custou a retribuir, mas logo relaxou, tentou não pensar em Shaka e se entregou ao beijo quente do cavaleiro de libra. Uma forte luz envolveu o seu corpo e os dois desapareceram diante dos olhos de Albafica e Aldebaran.

— Será que eles foram para casa?

— Eu espero que sim... Eh, bem... Não sei como fazer isso... eu ... eu nunca beijei ninguém... — Albafica falou mais vermelho que as suas rosas.