Capítulo 2

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A morena recolheu as fichas que lhe restavam e levantou da mesa furiosa. Ela se perguntava como tinha se deixado levar por um blefe tão fajuto.

Porque era óbvio que quando fez aquela mini expressão de decepção a loira estava blefando.

Indo até o bar pediu um duplo gin tônica e se sentou em um dos bancos se xingando mentalmente.
Tinha perdido muito dinheiro por pura ganância e soberba.

Assim que sua bebida foi servida ela deu um grande gole e bufou apoiando a cabeça nas mãos.

- Parece que alguém não gosta muito de perder... - a voz rouca invadiu os ouvidos de Juliette.

A morena respirou fundo e revirou os olhos. Não bastava ter perdido uma bolada, agora teria que ficar aguentando provocação de da tal loira que surgiu do nada.

- Parece que alguém não sabe ganhar e ficar quieta - Juliette disse sem paciência, não olhando pra mulher do seu lado e virando o restante da sua bebida.

A loira riu e se sentou no banco ao lado de Juliette.

- Dois Dry Martinis, por favor... Por minha conta! - a loira pediu para o bartender que a atendeu instantaneamente, ignorando várias outras pessoas que estavam ao redor do bar.

Juliette a olhou de relance e bufou

- Pagando uma bebida pra mim? Fazendo caridade? - Juliette disse, finalmente olhando pra mulher ao seu lado.

- Ah qual é doutora... Aposto que essa merrequinha que você perdeu não faz nem cócegas na sua conta bancária... - a loira tinha um tom sedutor na voz e um claro olhar de deboche.

O garçom trouxe as bebidas na maior rapidez e a loira agradeceu com um sorriso.

- Afinal, quem é você? Claramente é alguém importante, já que todo mundo aqui nesse lugar parece querer beijar os seus pés... - Juliette disse debochando e tomando um gole do martini - Sem falar que parece conhecer o meu currículo a fundo.

A loira ao seu lado deu uma risada e tomou um gole da bebida antes de encarar a morena.

- Então você não sabe quem eu sou? - a loira arqueou a sobrancelha - Nossa mas isso torna as coisas tão mais interessantes... Doutora Juliette Freire - disse com um sorriso.

- Torna o que mais interessante? O que você quer? - Juliette franziu as sobrancelhas encarando a mulher que estava lhe causando um frio na barriga incontrolável.

- Ah eu quero tantas coisas... - a loira disse desviando seu olhar para a taça de martini e passando o dedo pelo topo do copo - Várias delas envolvem você. Mas... - ela virou o rosto novamente para Juliette e se aproximou um pouco para falar mais baixo - Não necessariamente nesse ambiente aqui.

Juliette deu um riso encarando a loira

- Entendi... Não basta levar a minha grana. Quer me levar pra cama também? É isso? - Juliette disse ainda com seus olhos conectados ao da mulher.

- Eu não quero te levar pra nenhum lugar, Juliette... - a loira riu e tomou o restante de sua bebida antes de alcançar algo em sua bolsa - Agora... - ela tirou um cartão-chave da bolsa e colocou na frente de Juliette - Se você por acaso tivesse livre acesso ao quarto da cobertura desse hotel e simplesmente aparecesse lá... Seria por sua vontade própria, não?

Juliette olhou o cartão na sua frente e depois olhou a loira de novo. Aquela mulher sabia mesmo como seduzir alguém. Se não fosse pela alta experiência de Juliette com mascarar suas feições, a morena provavelmente já estaria com uma cara de trouxa olhando pra ela.

A loira tirou um saco de veludo da bolsa e também colocou na frente da morena.

- Se você tiver algo mais importante ou alguém mais interessante, eu vou entender... - ela disse fechando a bolsa e se levantando antes de chegar perto do ouvido de Juliette e sussurrar - Mas isso aí - apontou para o saco - é pra mostrar que meu joguinho com você sempre teve segundas intenções... Então pensa bem...

Juliette sentiu um arrepio no seu pescoço ouvindo a voz rouca da loira tão próxima de seu ouvido. Que mulher era aquela e o que ela escondia?

A loira se afastou e Juliette a seguiu com o olhar até a perder de vista. Era incrível como ela atraía olhares curiosos por onde passava.

A morena então se lembrou do saco de veludo que a loira deixou ali. Quando o abriu, ficou mais confusa ainda. Eram fichas de poker. A quantia exata que Juliette tinha apostado no jogo anterior tinha sido devolvida para ela.

Foi naquele instante que Juliette virou o restante do seu martini, pegou a chave, as fichas e seguiu para a cobertura do hotel.
Ela precisava de respostas e agora não tinha mais nada a perder.

Jogo Perigoso | SarietteOnde histórias criam vida. Descubra agora