Jogo Perigoso | Sariette

Capítulo 3

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Juliette pegou o elevador e percebeu que para acessar o último andar ela precisava do cartão chave. Aproximou o cartão do botão e o acesso foi liberado, fazendo com que ela subisse até o 20º.

Assim que a porta do elevador se abriu, Juliette se viu dentro de uma suite luxuosa que emanava um perfume de velas de baunilha. A morena foi entrando devagar observando o lugar. O teor alcoólico do gin com o martini já tinha anestesiado ela um pouco, se não nem teria se atrevido a subir. Mal conhecia a tal loira.

O lugar estava com a luz baixa e uma música muito convidativa tocava baixo. A decoração era bem clássica em tons de marrom. As janelas estavam com as cortinas abertas e a visão de Brasília a noite era divina.

Curiosa pela vista, Juliette foi até o meio da sala para se aproximar da janela. Seus saltos faziam barulho a cada passo que ela dava no mármore claro. Olhando para o lado de fora a morena se viu hipnotizada e tão embalada pela música que quase chegou a esquecer onde e com quem estava.

- Até que você não demorou... - a voz rouca invadiu o ouvido esquerdo de Juliette.

A morena sentiu a respiração quente da mulher em seu pescoço e o peito dela encostando levemente em suas costas.

Juliette se virou e encarou a de olhos claros, que tinha praticamente encurralando ela contra a janela. A loira tinha trocado de roupa e agora vestia um robe preto praticamente transparente, que permitia a visão de um conjunto de lingerie preta por baixo dele. Ela segurava duas taças de champanhe e oferecia uma delas para Juliette com um sorriso sedutor no rosto.

Juliette passou os olhos de cima a baixo pelo corpo da mulher na sua frente e sentiu seu sangue borbulhar. Era muito difícil resistir a uma mulher daquelas dando tanto em cima dela.

Seus olhos foram para a mão direita da loira que estendia a taça pra ela e em seguida para seus olhos cor de mel.

- Ta querendo me dopar por acaso? - Juliette disse num tom sedutor e arqueou as sobrancelhas

A loira revirou os olhos e deu uma risadinha oferecendo então a taça da esquerda. Juliette olhou para a mão esquerda da loira e deu um sorriso percebendo uma coisa, mas ficando quieta e pegando a taça. As duas tocaram as taças levemente sem desconectar os olhos uma da outra e deram um gole da bebida.

- Você me olha como se quisesse me devorar... - Juliette disse pensando alto e colocando a taça na mesa do lado delas, fazendo a loira rir.

- Ai Juliette... Eu não quero te fazer nenhum mal - a loira disse se aproximando mais e ficando a centímetros da outra - Quer dizer... Só se você pedir... - ela sussurrou e olhou pros lábios da morena.

Por mais que estivesse confusa sobre o que aquela mulher queria com ela, Juliette não era de ferro. Ter uma mulher daquela, praticamente de lingerie, a seduzindo, tornava aquela tentação muito difícil de resistir.

Juliette, sem aguentar mais, puxou a loira pela nuca e colou seus lábios nos dela iniciando um beijo lento, porém intenso. A de olhos claros suspirou e retribuiu o beijo levando sua mão livre para a cintura morena. Juliette mordeu o lábio inferior da loira e a encarou com seus narizes ainda se tocando.

- E o seu marido sabe que você ta aqui comigo? - Juliette disse e recebeu um olhar confuso - Ou esposa...

A morena alcançou a mão esquerda da loira que estava na sua cintura e levantou-a na altura do rosto das duas:

- Você pode até tirar a aliança, mas a marca que o sol escaldante de Brasília deixou no teu dedo te denunciou... - Juliette sussurrava praticamente contra a boca da maior.

A loira riu sem se mover um centimetro

- Que observadora, hein? - disse e olhou de novo nos olhos de Juliette pra terminar em som de deboche - Talvez se você tivesse usado esse seu talento um pouco melhor não teria perdido tão vergonhosamente pra mim lá embai...

- Cala essa boca - Juliette disse entre dentes segurando o rosto da loira pelo maxilar, deixando suas bocas quase coladas.

A de olhos claros sorriu e mordeu o lábio:

- Eu prefiro beijar a sua... - a loira afirmou e avançou para beijar Juliette de novo.

A morena passou a mão para a nuca da maior novamente e se entregou ao beijo, que dessa vez era muito mais voraz e repleto de desejo de ambas.

Envolvendo a cintura de Juliette com uma mão, a loira começa a puxá-la para o quarto sem parar de beijá-la um segundo sequer. O ambiente visual e sonoro, que para muitos poderia parecer romântico, só tornava a tensão sexual entre elas ainda maior.

Já no quarto, Juliette puxou o laço do robe da loira que se abriu e escorregou pelos ombros dela, caindo no chão.  A morena parou de beijar e deu uma conferida no corpo da mulher, mordendo o lábio.

Aproveitando a distração da outra, a loira puxou Juliette pela cintura e inverteu suas posições, jogando ela na cama e montando em cima dela com um joelho de cada lado do corpo da morena. O ato fez Juliette soltar um suspiro que nem ela nem sabia que estava segurando.

Se inclinando um pouco, a loira desabotoou o botão único do terninho branco de Juliette, revelando um sutiã da mesma cor por baixo. Começou então a trilhar beijos e leves mordidas pelo colo da morena até chegar ao seu pescoço.

Juliette fechou os olhos sentindo todo seu corpo arrepiado e ansiando por mais. Nunca imaginou que se entregaria dessa forma pra uma desconhecida tão facilmente. Mas algo na loira a atraía de maneira inexplicável.

Praticamente de quatro por cima da morena, a loira voltou a encará-la e mordeu o lábio da de baixo o deixando escapar de seus dentes lentamente. Quase que por reflexo, Juliette levou suas mãos para as coxas da loira e apertou.

A de olhos claros na mesma hora alcançou as duas mãos da morena e as tirou dali, prendendo-as acima da cabeça de Juliette, arrancando uma expressão de raiva da morena. Ela encarou a de baixo, segurando suas mãos e deu um sorriso malicioso antes de sussurrar contra a boca dela:

- Ta na hora de jogar o meu jogo, doutora...