D O M I N I C
Como essa merda foi acontecer?
Juro que não sou o do tipo religioso, entretanto me peguei comentando tais atos para ter algum a mísera esperança de que tudo ficaria bem.
Não ter notícias é extremante irritante, não estou no meu país, no meu território. Aqui eu preciso ser paciente e ficar aguardando notícias o que me irrita profundamente.
Quando bati o pé e insisti para estudar fora queria apenas um pouco de autonomia, ter uma vida comum aos olhos dos outros nem que fosse por um tempo independente de onde fosse.
Foi assim que acabei com meus dezoito anos na NYU, morando "sozinho" do outro lado do mundo, bem distante de casa.
Lembro de achar nos primeiros dias que eu conseguiria finalmente ter um momento normal, apesar de ter um único segurança do meu lado achei que estaria tudo tranquilo.
Então como belo burro descidi sair pela noite sem sua companhia, sem ter minhas costas vigiadas. Sorria até pro vento curtindo cada mísero segundo, foi quando o primeiro soco veio do nada.
A arma apontada pra minha cara depois de ser puxada pra um beco foi um tremendo susto me levando a crer que precisava acordar pra vida que me esperava.
Então ela entrou no meu caminho.
Ariela Mendes Petterson, uma americana que descente de brasileiros não negando suas raízes, surgiu me salvando de um possível sequestro.
Desde esse momento ela se tornou minha heroína, nunca vi uma mulher dar um gancho de direita tão bem quanto a mesma, fiquei impressionado, admito.
Uma amizade muito estranha se formou, fala sério, ela desde sempre faz parte da equipe policial da cidade de Nova York, e eu... bem, digamos que a vida de mocinho nunca foi pra mim. Impressionantemente de acordo com que os anos passavam nos aproximavamos ainda mais.
Somos somente eu e meus pais em casa, nunca tive irmãos, primos ou muitos amigos que não ligassem pro meu sobrenome. Ela foi a primeira que me viu como o jovem Dominic que era e não um banco ou um nome. Eu amo essa garota, não um amor de se atração ou algo do tipo, jamais negarei que ela é muito linda sim, mas nunca passou algo assim entre nós dois, sempre foi aquela coisa fraternal, cúmplice, independente do mundo que nos distanciava.
Me quebrou a ver sendo levada por uma maca e médicos a fazendo reviver quando seu coração queria desistir.
A única coisa que consegui foi segurar Anthony quando o mesmo chorava descontrolado segurando minha jaqueta sem vergonha alguma de estar mostrando sua fragilidade para todos a sua volta.
Não poder fazer nada naquele momento para tirar a dor que vi nos olhos deles foi cruel, me senti o pior homem do mundo como também me fez repensar minha vida totalmente.
×××
Acreditem, não sou o vilão da história nem nada do tipo. Porém conheço o outro lado do mundo que nem todos tem acesso e querendo ou não faço parte dele.
Até aparecer essa mulher com corpo curvilíneo e abundante que me fez babar, seu rosto é perfeito com nariz arrebitado, sem contar na sua marra.
Jävla (maldição), mulher marrenta pra caralho.
Não queria ter uma pessoa ali do meu lado o tempo todo falando o que eu tinha que fazer e cobrando meus horários, me ritmando em tudo.
Enchi a porra da paciência dela quando minha mãe resolveu contratá-la. Não por ser ela em específico mas por que na minha concepção não precisava de uma assistente pessoal.
Mas então eu agi como aqueles chefes arrogantes e enganado foi eu em achar que ela ficaria na dela e aguentaria minhas merdas.
A mulher surtou me deixando embasbacado com sua coragem e petulância, ao mesmo tempo que fascinado por ela se defender e mostrar sua voz pra mim, independente se eu era ou não chefe dela deixou claro que não suportaria que levantasse a voz.
A coisa foi tão feia que fiquei sem reação, coisa ridícula pra um homem do meu tamanho, mas também completamente admirado com ela que não baixou a cabeça pra mim em momento algum, nem quando levantei a voz irritado por um contrato qualquer.
Eu respeitava a sua pessoa mas passei a respeitar seu trabalho e depois que parei de atrapalhar vi que poderia ser bom alguém pra controlar meu tempo e resolver coisas desnecessárias que apenas me ocupavam ainda mais.
Tudo tem seu lado ruim, e o meu nisso tudo é ter que ver essa mulher desfilando pela minha casa, meu escritório, minha empresa, pra cima e pra baixo com suas saias que moldam seus quadris e seu decote que até por menor que seja não deixa de transpassar seios fartos. E por Deus, chegará em um momento que não vou aguentar mais me segurar.
×××
Lembro de permanecer no automático por algum tempo, de ter chegado em casa, ter conversado com Karin e ter subido.
A única coisa que consegui fazer naquele momento foi me enfiar debaixo do chuveiro de roupa e tudo e finalmente chorar pela perda da minha amiga que não merecia isso.
Desabei onde ninguém poderia me julgar, dizer que sou fraco, onde era eu comigo mesmo, como sempre foi.
O resto do dia foi passado debaixo cobertas enquanto deixava uma série policial passando por que isso me lembrava dela.
Me perdi tanto no tempo que me assustei com o toque na porta e ao olhar finalmente no relógio sobre a mesa de cabeceira percebi ser tarde da noite.
- Entra. - Não esperava nunca o rosto de Karin aparecer como se procurasse algo de errado.
- Ah, oi. - Murmurou meio sem jeito entrando mais um pouco porém ainda perto da porta indicando a bandeja em suas mãos. - Rosália ficou preocupada.
Como a luz está meio baixa estico minha mão ascendendo a luz do abajur e me sento com as costas apoiadas na cabeceira. O susto inicial em seu rosto é visível e compreensivo, por isso não tarda a se aproximar tentando não soar invasiva ou demostrar preocupação maior.
- Você está bem?
- Vou ficar. - Murmuro e pego a bandeja não querendo olhar pra ela por que sem chances de deixá-la me ver ainda mais acabado assim.
- Dominic. - Chama minha atenção de braços cruzados como se esperasse algo a mais.
Posso imaginar sua irritação por dentro e sempre que essa expressão de sobrancelhas alçadas aparece em seu rosto e ela enrruga o nariz de leve mostrando em sinal de qualquer sentimento que queira expor, sua boca se inclina de leve a deixando ainda mais sexy e minha vontade louca de morder esse leve bico vem a tona como sempre.
Essa mulher precisa parar de agir assim perto de mim por que quando não me segurar mais vou ataca-la com toda certeza.
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Irresistível - Spin off de Destinada a ser minha
Romance- Por Deus, chegará em um momento que não vou aguentar mais me segurar. Dominic Gagliardi é um homem conhecido dentro do mundo empresarial, herdeiro de múltiplos negócios da Suíça e o que quase ninguem sabe é que também herdou a parte ilegal envolve...