Irresistível - Spin off de Destinada a ser minha

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K A R I N

- Te envie todos os documentos que ele pode precisar e também o cronograma fechado que repassamos.

- Ótimo.

- Agora vê se aproveita o dia de folga que conseguimos e vá se atracar com algum homem gostoso. - Sua risada escandalosa do outro lado me tira o riso.

- Quem disse que estou precisando?

- Eu! A última vez que saiu com alguém foi mês retrasado.

- Isso não faz nem seis semanas Miranda.

- Não importa, aproveite mulher. - Reviro os olhos apoiando o aparelho entre o ombro e ouvido.

- Preciso desligar.

- Aproveite a folga.

- Tudo bem Miranda, nos vemos em alguns dias. - Me despeço jogando o celular sobre a cama.

A viagem foi curta tendo Elias como motorista, pegamos estrada cedo e a pouca distância logo deixou Zug para trás nos dando boas vindas a Zurique.

Com a porra insistência infeliz de Dominic fiquei en seu apartamento, assim como as duas últimas vezes que vim com ele e precisamos permanecer na cidade. Por ser um tempo muito curto entre uma cidade e outra ele faz esse percurso sempre para resolver alguma coisa ou tendo alguma reunião vindo pela manhã e retornando pela noite.

Porém eu e Mirada tentamos organizar tudo em dois a três dias para ser mais viável, até por que sou sua assistente particular e meu trabalho é deixar a vida dele mais fácil e prática. Por isso passaremos dois dias cheios com um dia de folga para ele com o retorno pela noite.

Encaro o horário depois de me aprontar com toda a classe do dia para poder acompanhar o bonitão, o que se resume hoje num vestido quase até os joelhos de tom verde militar escurecido delineando o corpo com decote transversal e mangas três quartos, sapatos pretos e um rabo de cavalo baixo com duas mechas soltas as redor do rosto o destacando.

Logo que me apronto fito o relógio percebendo que se não sairmos logo estaremos atrasados e então todo o cronograma para o resto dos dias vai embora e automaticamente seu dia de folga assim como o meu, sem contar com os olhares chatos para o meu lado dos outros como se fosse irresponsabilidade minha atrasos ocorrerem. Eles que não tem idéia que antes de eu chegar esse homem era acumulado no serviço e mais atrasado do que tudo sendo que Miranda sempre dizia que o compromisso era no mínimo vinte minutos antes para ele chegar perto do horário ao menos.

E ele ainda dizia que não precisava de uma assistente particular, é brincadeira!

- Dominic, precisamos ir. - Fico sem graça ao ver que ele já estava na sala usando seu clássico terno com sua pasta e celular em mãos que foi para o bolso logo em seguida.

Faz meses que o vejo sempre imponente assim, bem arrumado, com os cabelos longos sempre presos, o óculos de sol sobre o bolso do blazer e a postura ereta mostrando a todos que ele não é qualquer um.

Dominic é o tipo de homem que assim que vê já pensa, esse fode bem. É automático, seu porte atlético e expressões sempre me fazem pensar nisso e todas as vezes faço de conta que nada disso me atrai ou chama qualquer mísera atenção sendo que na verdade todo seu corpo me atrai a ele.

- Estou te esperando. - Faço de conta que não percebo seu olhar varrendo meu corpo.

- Então vamos.

- Mas antes... - Meu pulso é puxado e sua mão enrola minha cintura antes de sua boca tomar a minha.

Eu posso me irritar e nunca admitir em voz alta mas esses lábios estão sendo minha perdição ultimamente, inclusive durante as noites em que teima invadir meus sonhos tornando-os eróticos numa concepção fora do normal.

- Agora podemos ir. - Reviro os olhos.

Passo adiante para sairmos do apartamento sem nem olhar para seu rosto e dar de cara com aquele semblante desejoso.

- Ainda não se acostumou Karin?

- Dominic. - Lhe chamo a atenção como sempre escutando sua risada.

Se esse homem não parar com isso vou me apegar e pular em seu colo de uma hora pra outro e ele terá que arcar com as consequências.

- Acostume-se süsse (docinho) ainda vou provar muito do seu beijo gostoso. - Seu sussurro próximo me arrepia mas apenas dou um passo me distanciando, o evitando nitidamente.

Durante o trajeto eu respiro tranquila e controlada sabendo que iremos encontrar aquela bendita mulher que não vai com a minha cara e nem eu com a dela mas continuamos cordiais por conta do horário de serviço.

Angelina alguma coisa, por que nem seu sobrenome tive o trabalho de decorar.

- Bom dia senhor Gagliard. - E como sempre a puttana aparece para o recepcionar.

Não sou o tipo de mulher que faz birra contra outra ou xinga por tão pouco criando aquela rivalidade infantil, mas cazzo, essa mulher extraí meus piores pensamentos com todo o jeito submisso. Se fosse na cama nem falaria nada mas ser assim na vida abaixando a cabeça atoa me irrita ao extremo.

- Bom dia. - Cordial demais como sempre.

- Vamos Dominic, nosso dia está cheio. - Sou uma excelente pessoa mas o diabinho do meu lado sempre briga com o anjinho e sou obrigada a dar uma cutucada de leve.

Percebo seu sorriso discreto me olhando de lado e o olhar de Angelina sobre a situação. Ela não é uma pessoa ruim mas tem um paixonite platônica muito visível como algumas outras que já percebi.

Não posso a culpar por isso.

Nosso dia foi recheado de reuniões e visitas às farmacêuticas que residem na cidade, no fim eu já notei assim como nos últimos dias a porcaria de um sentimentinho estranho sobre os olhares que o homem do meu lado recebe e tento evitar suas olhadas para não deixar visível esse ciúmes infundado que me corroeu, até por que nunca o vi dar uma olhada a mais para ela ou pra grande maioria que trabalha com ele ou para ele.

Droga, trocamos apenas alguns beijos e isso já começou.

Eu não tenho problemas em ter casos esporádicos de uma noite porém sou namoradeira e tive alguns ao longo dos meus vinte e oito anos mas é a primeira vez em doze anos desde o meu primeiro relacionamento que o bichinho do ciúmes me pica tão rápido assim e não estou gostando disso.