17.

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Lucien.

      Rhysand e eu conversarmos bastante, Rhys me contou algumas coisas sobre Azriel. Eu me senti inseguro, iria me sentir todas as vezes que estivesse ao lado de Morrigan mas ele me falou outras coisas e falou bastante sobre ele e Feyre, o que me fez quase dormir muitas das vezes, mas tudo bem, pelo menos eu não percebi as primeiras 28 horas se passando e antes de dar as trinta horas para falta apenas 18 até que Az estivesse de volta, ele estava de volta.

     — O que achou? — Rhysand se levantou, ele não tinha dormido. Havia ficado mesmo me viagiando, mas eu ficava incomodado em dormir com ele me observando.

    — Maxim já foi para o acampamento illyriano. Na mesma época que estávamos lá. — Azriel colocou algo em cima da mesa, parecia um pergaminho. — Mostrei ele a alguns illyrianos e eles afirmaram que era a mesma pessoa. Maxim era Maxim Orcurd.

   Rhysand fez uma expressão de espanto, eles me olharam e eu me retirei. Sabia que queriam conversar em particular e eu não iria me intrometer. Quem era esse tal de Maxim? eu estava perdido pois aqueles dias que eu havia passado desacordado tinham acontecido bastante coisas.

     Fiquei observando os livros, a variedade de livros que tinham por ali, tinham bastante. Talvez eu não tivesse percebido a quanto tempo eu tinha ficado ali, pois eu já estava chegando em uma parte escura e antes que eu pudesse perceber, Azriel estava saindo daqueles sombras.

    Ele não me deixou fazer nenhum questionamento, apenas encolheu as asas e se aproximou o máximo possível, até estarmos com os lábios colados. Ele me beijou com intensidade, eu iria me arrepender de fazer isso mais uma vez. Mas na primeira não era eu. Mas agora era. Coloquei as mãos sobre o peitoral forte dele e o empurrei.

    — É assim que você quer conversar? — Eu podia jurar que havia escutado ele falar "sim" sem mexer os lábios. Seus olhos diziam que sim.

    — Quem quer conversar é você, e não eu. — ele ponderou, se aproximando novamente. Seus olhos também trasmitiam terror, medo. Eu nunca tinha visto os olhoa de Az com aqueles sentimentos. Nem mesmo na frente da Corte.

     — Azriel... você não precisa continuar fingindo ser forte o tempo todo. Não precisa, nem por mim e nem por você. — me aproximei dele, dessa vez ele fez questão de recuar, de desviar o meu toque, escondi a mão. — Não precisa fingir que não sente dor, eu sei, e você sabe também.

     — Tenho muito a perder. — foi a única coisa que ele disse antes de desaparecer nas sombras.

    — Volte aqui. Agora! Todos temos muito a perder, você teve muito a perder e perdeu tudo, eu sei. Eu também perdi tudo. Você está quebrado, e eu estou. Mais do que eu demonstro, mais do que eu pareço estar sofrendo, MAS EU ESTOU! — Eu estava começando a ficar chateado com ele, estava doendo em mim e eu sabia que estava doendo nele também.

     — Você agiu como se não estivesse sentido nada. Mas eu sei o que sente. — Azriel apareceu ao meu lado, tomei um susto e dei um pulo para o lado. — Eu descobri uma coisa, Lucien.

     Ele me encarou de forma tão profunda e eu juraria que ele estava conseguindo ver a minha alma, que estava conseguindo ver além de mim.

     — Enquanto não souber como conversar comigo, não o escutarei. — dei as costas para ele, e sai andando, mas ele atravessou e ficou na minha frente, eu bati de frente com ele, e dei alguns passos para atrás com o encontro.

    — Nunca foi a Elain. — ele começou. — Eu sentia você. Apenas você, pelo maldito laço que vocês compartilham. Eu sentia seu cheiro, o insistindo feroz de proteção, era tudo por você. Eu só confundi, porque não pensei que poderia gostar de... machos.

   Pisquei uma vez, duas vezes, Estava perplexo e parado. Naquele momento eu queria que aquele laço não existisse, queria que fôssemos só nós dois e nada de problemas, nada de traumas, nada de Cortes. Eu nunca tinha sido feliz de verdade, e tudo aquilo ao nosso redor me impediria de ser feliz com Az também.

     — Não sei quando eu descobri que gostava de você. — admiti, baixinho. foi quase inadiável. — Acho que foi quando Elain fez algum encantamento para o laço sumir por um tempo e eu pude pensar com clareza.

    — mas você sempre vai querer ela. Você só não a quer agora pois não sente o laço. — ele virou o rosto quando tentei toca-lo. Mas então insisti e toquei seu rosto, com a ponta dos meus dedos, acariciei sua pele marrom-dourada e encarei os seus olhos castanhos, aqueles olhos brilhavam, assim como a Feyre dizia que os olhos de Rhys brilham, ele também tinha estrelas nos olhos, ele amava aquela corte mais que sua própria vida, e eu podia sentir a essência de Velaris ali.

    — Você falou certo. — sussurrei baixinho, encarando os olhos dele sem desviar o olhar. — O laço vai querer ela, mas eu... eu quero você.

     Ele abriu um meio sorriso, e então selou os meus lábios. Seus lábios eram macios, era como estar beijando um pedaço de algodão. Seu cheiro era amadeirado com um pouco de névoa gelada, e o seu rosto cabia perfeitamente em minhas mãos.

    Nossas línguas dançaram juntas em uma perfeita sincronia, ele explorou cada canto de minha boca como se estivesse a muito tempo querendo fazer aquilo, e ele fez isso várias vezes, de formas cautelosas, típico do encantador de sombras. Mas continuamos naqueles beijos intensos, lentos e às vezes profundos, até voltarmos para a sala principal da biblioteca, onde tinha um sofá, duas poltronas, uma cama onde eu havia ficado por alguns dias e não tinha vontade de voltar e o chão.

     — Por onde vamos começar, hum?— Azriel ronronou, e me jogou um sorriso felino, exibindo os dentes em um sorriso, e aquilo acabou com minhas estruturas e eu não consegui formular uma maldita frase, mas ele entendeu, e me beijou novamente.

𝐂𝐎𝐑𝐓𝐄 𝐃𝐄 𝐒𝐎𝐌𝐁𝐑𝐀𝐒 𝐄 𝐏𝐄𝐒𝐀𝐃𝐄𝐋𝐎𝐒. Onde histórias criam vida. Descubra agora