22.

1K 149 27
                                    

Lucien.

     — eu não sabia que isso era possível. — Ower ainda estava com aquela expressão incrédula. — Ouvi histórias... lendas... até mitos. Mas nunca presenciei. O cadeirão... A Mãe não entraram em consenso com isso... um quer que você fique com Elain. E o outro não, e Elain sabe. Por isso está sugando toda essência do outro laço.

     — De quem é... o outro laço? — perguntou a Feyre. Eu engoli em seco e fiz que não para Ower, pois ele estava me olhando para pedir algum tipo de confirmação se podia revelar mas eu neguei. Neguei pois eu tinha medo de ouvir ele falar aquilo em voz alta.

    — Não tenho como saber. — Ower mentiu por mim. Eu o agradeci, e então ele aproximou a mão que segurava a tesoura até o laço de Elain, e cortou. Ambos sentimos, tanto que o corpo dela foi impulsionado. — Vai querer cortar o outro laço?

   — Não... eu preciso saber se me.. minha segunda parceira o aceitaria. — engoli em seco falando aquelas palavras. Feyre fez uma careta. O laço que estava fraco começou a ganhar luz e ficar forte, até que Ower o colocou novamente para dentro de mim.
 
     — Feito então. Não existe mais nenhum tipo de ligação entre você e Elain. — Ower desapareceu, antes que eu pudesse ter um momento e agradece-lo por não revelar a Feyre. Suspirei e cai no chão.

   — Lucien... — Feyre se jogou no chão comigo, me abraçou e fez com que eu me acalmasse. — Tente... tente se conectar com a mente da sua outra parceira. Encontre-a. Sinta o cheiro dela e mentalize-a.

    Era por isso, era por isso que... claro que era por isso. Por isso eu sentia o cheiro dele me perseguindo por todo lugar. Eu estava angustiado com aquilo, meu peito apertou. Dois machos parceiros. Como isso aconteceu? Como... como era possível? como iriam fazer para aceitarem o laço de parceria? Ah Lucien... não seja tolo, Azriel nunca aceitaria isso. Talvez ele estivesse confundido os sentimentos... o laço dele estava muito perto do laço de Elain. Aquilo era claramente a reposta. Nada do que ele falou foi verdade.

    — Deu tudo certo? — Perguntou Nestha, enquanto entrava e devastava tudo de bom que restava, mas Nestha era a salvação de muitas coisas. eu sabia daquilo, Feyre sabia, Rhysand sabia, e Azriel agora sabia mais do tudo.

    — Com o laço de Elain sim. Mas com o outro... — Deixei escapar, praticamente cuspi as palavras para fora, era muita coisa para três... duas pessoas digerirem sozinhas.

   — Dois laços? Isso é possível? — Cassian também chegou a sala, o pânico estava tomando conta do meu corpo novamente. Entrei em chamas. Feyre se afastou. Meu cabelo pegou fogo, todo meu corpo pegou fogo, meus olhos eram puro fogo, um fogo alto com chamas altas, ardente e que destruiria tudo que visse pela frente. E me destruiria também. Destruiria.

     — Lucien. — ele chamou o meu nome. Eu caí no chão, com a ponta dos dedos pretas como carvão queimado, a pele quente e o frio bateu. — Senti seu desespero.

    — Nils... — Feyre bateu os olhos nele e já sabia quem era. Talvez tivesse ouvido falar de seus poderes incríveis e como ele ajudava as pessoas em Velaris. — Pare de manipular as emoções dele! ele precisa colocar pra fora.

   — Deixe ele trabalhar, Feyre! — berrou Nestha. Provavelmente ela não queria que aquele fogo descontrolado destruísse o seu futuro, ou sua irmã desacordado.

   Nils me fez melhorar, ele trouxe sensações boas a mim, como a primeira vez que comi aquela bomba de chocolate, ou quando eu era mais novo e corria com minha mãe. Ou quando eu beijei Azriel pela primeira vez de verdade.

     — Lucien... — ele sussurrou o meu nome. colocando a mão sobre meu ombro. — Estou aqui, cara. Veja, as pessoas dessa... caverna, se importam com você. Se não, por que estariam o  ajudando? Azriel se importa com você. Ele só está quebrado demais para admitir. Você não pode se quebrar por isso.

    Ele me abraçou, mesmo que algumas partes do meu corpo ainda estivessem pegando fogo. Ele estava frio como as noites de Velaris, eu me acalmei, e soltei fumaça por minhas narinas. Todos ao redor que estavam tensos e preparados, ficaram calmos e relaxaram.

    — Obrigado, Nils. Agora pode parar de manipular meus sentimentos, ainda estou sentindo aquelas bolinhas estourarem em minha boca. — Ele deu uma risada e me empurrou levemente para trás. Meu corpo ficou sentado no chão, por algum momento eu fiquei feliz mais uma vez, eu tinha amigos. Feyre era minha amiga, a mais tempo que imaginávamos. Cassian era meu amigo, ele se importava se eu estava bem e eu conseguia ver em seus olhos e por trás daquele escudo illyriano ridículo. Nils estava se tornando meu amigo, porque... por outro lado, por que ele estaria ali? se ele não se importasse, não se preocuparia. Pela primeira vez na minha vida, eu tinha amigos, e um parceiro. E eu tinha uma parceira também, que só serviu para me trazer dor, mas a Mãe, ou até o Caldeirão achavam que ela era boa pra mim.

    — O que acha de irmos no Rita's e beber até amanhacer? — sugeriu Nils. Cassian foi o primeiro a topar e convenceu Feyre. Feyre e Cassian quase ficaram de joelhos para implorar a Nestha, até que ela aceitou. Feyre disse que avisaria a Rhysand que estavam indo pra lá, para que ele pudesse encontrar-los lá. E ninguém falou de Azriel. Talvez não quisessem menciona-lo perto de mim, até que Nils sussurrou no meu ouvido. — O Azriel já está lá.

   Ele sabia que Azriel já estava lá, ele deve ter sentindo os sentimentos do Encantador de Sombras. Resolvi não perguntar sobre os sentimentos de Azriel para Nils, isso seria invasivo demais, mas eu topei ir ao Rita's. Queria ver o que ele iria fazer, me ignorar mais?

  Eu precisava contar sobre o laço pra ele.
   

𝐂𝐎𝐑𝐓𝐄 𝐃𝐄 𝐒𝐎𝐌𝐁𝐑𝐀𝐒 𝐄 𝐏𝐄𝐒𝐀𝐃𝐄𝐋𝐎𝐒. Onde histórias criam vida. Descubra agora