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ALERTA DE GATILHO.
se você é sensível à estupro ou abuso, por favor pular o final do capítulo. Agradeço!




Azriel.

   Lucien estava apenas com Amren, em uma sala. Rhys disse que ela era a única em que ele confiava para ficar com Lucien naquele momento. E eu também confiava bastante em Amren para cuidar dele. Por mais que eu mesmo quisesse cuidar dele.

    — Preciso saber onde está a Elain. — exigi saber, eu estava quase me descontrolando, mas precisava ficar calmo, tudo que eu precisava no momento era ficar calmo, ou não encontraria repostas.

     — eu não vou dizer onde está a minha irmã! ela é inocente até que se prove o contrário, Azriel. — Nestha me encarou, seu rosto não tremeu. Nem seu corpo, nem por um mísero segundo ela perdeu a postura. — Eu não ligo se você está perdidamente apaixonado pelo Lucien por noites idiotas que passaram juntos. Não eram inimigos mortais?

   Meu coração parou. Perdidamente apaixonado. O que ela estava falando? Todos na sala me encararam, principalmente a Feyre. Talvez o seu olhar fosse de reprovação, mas não pelo fato de eu estar apaixonado por Lucien, o que eu não estava, mas sim por não contar para ela. Mas não tinha o que contar, se não existia aquele sentimento.

   Segundos depois, enquanto todos estavam calados, Elain chegou. Juntamente de um rapaz, com a pele marrom-dourada, com asas illyrianas, cabelos negros e olhos vermelhos. Aqueles olhos... eu já os vi em algum lugar. Tenho quase certeza que já os vi. Antes que eu pudesse ir para cima dos dois encontrar respostas, Rhysand segurou o meu braço.

    — Olá. Eu trouxe ajuda que estavam precisando. Este é Maxim! ele veio de muito longe para ajudar-nos. — Ela fez gestos e apontou para o tal de Maxim. Eu já tinha ouvido falar desse nome também. Eu só não conseguia... lembrar.

    — Olá Maxim, sou Rhysand. O Grão-Senhor desta corte. Bem vindo a Velaris! Acha que pode nos ajudar? — Rhysand não soltou meu braço nem para cumprimeta-lo, ele estava realmente com medo que seu mestre espião perdesse o controle por uma simples paixão não correspondida.

   — Eu tenho certeza de que posso ajuda-los. Tenho um exército enorme, poderíamos trazê-lo para cá e protager as costas, a fronteira. Estaremos ao seu dispor. — a voz dele era calma. Elain analisava a sala, analisava as pessoas cautelosamente.

   — Onde está Lucien? onde está meu parceiro? — ela perguntou num tom de desespero. Soltando-se do braço de Maxim e indo até Rhysand. — O que você fez com ele?

   A pergunta na verdade séria: O que você fez com ele? Ele está mal por sua causa. Tudo que está acontecendo é culpa sua. E você deveria admitir. Ou deveríamos prende-la até ela admitir.

   — Podem por favor, retirarem-se? Eu preciso ter uma conversa com Elain. — ele encarou ela, e ela não parava de o encarar. Como se tivesse alguma razão. Eu não me movi, mas Rhysand virou o rosto e me lançou um olhar, dizendo que estava tudo bem e que ele cuidava daquilo. Aquela situação era terrível, mas eu confiava em Rhys de olhos fechados, então eu resolvi me retirar.

   Já que eu não poderia ficar com o Lucien, e nem ver como ele estava, resolvi me dirigir para o meu quarto e ler um pouco. Eu precisava relaxar. Tudo poderia ficar bem, talvez Maxim tivesse vindo mesmo para ajudar. Talvez Elain nem tivesse metida com tudo aquilo. Era tolo pensar que ela realmente machucaria o seu parceiro. E depois disso tudo, eles poderiam ser felizes juntos. E eu... eu poderia ficar sozinho por mais quinhentos anos. Eu não me importaria na verdade. E qual seria a possiblidade de eu poder estar com Lucien? Nenhuma.

   Fiquei horas lendo, até quase pegar no sono, mas quando me levantei para deixar o livro sobre a estante, cipós começaram a prender os meus braços contra a cama, não sabia de onde eles estavam saindo. Logo outros começaram a prender as minhas pernas contra a cama, me deixando totalmente preso. E por último, um, contra o meu pescoço, me prendendo contra a parede. Tentei me soltar, mas eles ficavam ainda mais apertados.

   — Aposto que nunca teve nessa situação... — Elain entrou no quarto, fechando e trancando a porta. — Nem tente gritar. Será pior. Ou se soltar, como já viu, elas só irão te prender mais.

   Ela estava com um tom de voz um tanto sínico. Seus olhos estavam atentos e o seu olhar passou por meu abdômen descoberto, e ela apenas se aproximava da cama, como uma cobra, calma, pronta para dar o bote.

    — Eu apenas quero ter um pequena experiência! — ela continuou se aproximando da cama. — não se assuste, Az.

    — não tenho medo de você. — Encarei ela, ela gargalhou de forma baixa. Então sentou sobre a cama, e logo depois se acomodou em cima do meu corpo. — O que...

   Ela colocou o dedo indicador destro sobre meus lábios, indicando silêncio. Então ela segurou o meu rosto e me beijou. Eu tentei sair, tentei virar o rosto, mas quanto mais eu me mexia, mais aqueles cipós me apertavam. Estava doendo. Tanto um dor física, quanto um dor emocional. A dor física não era tão ruim quanto a dor emocional de sentir que eu estava traindo o Lucien. Mesmo não tendo absolutamente nada com ele. Talvez semanas atrás eu quisesse Elain me beijando, mas hoje, eu sinto que é nojento.

   Aquele beijo forçado estava tirando todo o meu ar, e não de uma forma boa. A língua dela estava invadindo a minha boca, e eu quase vomitei na boca dela. Meu corpo estava doendo, e as pernas dela estavam sendo apertadas contra a minha cintura.

    Ela separou seus lábios dos meus, eu suspirei, em aprovação. Queria ela bem longe de mim, precisava que ela ficasse longe de mim. Ela me encarou bem e me deu um sorriso. Passou o dedo indicador junto com o polegar no canto de seus lábios. Talvez o veneno estivesse escorrendo.

    — Você só queria um beijo. Já teve o que precisava. Agora vá embora. — falei com a voz firme, mas ela não saiu de cima de mim, e começou a desabotoar os botões de sua camisa, ela ficou apenas com o sutiã e a sua meia-calça, e suas mãos gélidas começaram a passar sobre o meu abdômen, subindo pelo meu peitoral, até que levei um tapa estalado em meu rosto.

    — Az... não sabia que você era tão tolinho. Esse será nosso segredinho, certo? Faremos um acordo! Se você se comportar bem... — podia sentir meu rosto ardendo com a marca dos cinco dedos dela. — Eu posso pensar em fazer o Lucien melhorar.

   Ela tinha acabado de confessar. Mas Nestha nunca acreditaria em minhas palavras. Meus olhos começaram a se encher de lágrimas involuntariamente. Mas aquilo era raiva. Uma raiva muito grande, a mão dela estava dessa vez descendo pelo meu corpo, e o sorriso continuava no rosto dela, enquanto uma lágrima solitária e quente escorria pelo meu rosto.

𝐂𝐎𝐑𝐓𝐄 𝐃𝐄 𝐒𝐎𝐌𝐁𝐑𝐀𝐒 𝐄 𝐏𝐄𝐒𝐀𝐃𝐄𝐋𝐎𝐒. Onde histórias criam vida. Descubra agora