Treze - Poncho

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Eu beijei ela... Eu beijei ela.... AI MINHA NOSSA EU BEIJEI ELA!

Minha mente dava voltas, depois que entrei no meu quarto e me joguei na cama, no banho repassei o dia de hoje, desde o momento até a hora de encontrar ela bêbada, conversando com o barman, ver ela naquele estado de certa forma cortou meu coração.

No dia seguinte era domingo, não a vi em nenhum momento, deveria estar com as meninas fazendo coisas de garotas, era isso que nós falávamos quando Dul e Maite resolviam sumir do mapa. Tirei essa conclusão pois Ucker estava perdido sem a sua namorada. É até engraçado ver que os dois se completam, mas antes eram pior que cão e gato.

Na segunda de manhã, estava saindo do meu apartamento e Anahí também, ela me olhou e logo corou.

- Bom dia. – Disse a ela, com um sorriso de lado.

-B-bom dia. – Disse ainda mais vermelha.

- Pronta para mais uma semana? – Indaguei tentando puxar assunto, que felizmente deu certo.

- É não, mas vou ficar. – Falou andando pelo corredor.

- Bom, o Rodrigo vai me dar carona, se quiser ir conosco... – Disse olhando para ela.

- Se não for atrapalhar vocês, aceito sim. – Começou a falar com um sorriso pequeno em seu rosto.

- Claro que não. – Dei um sorriso em sua direção. – Logo, ele está encostando aqui. – Ela assentiu e olhou para o horizonte.

- Alfonso... – Virei meu rosto em sua direção. – Eu queria agradecer, por não me deixar passar vergonha, mais do que passei sábado a noite.

- Ahh não tem o que agradecer. – Falei, ainda olhando naquele olhos azuis que estavam voltados para mim.

- Mesmo assim, obrigada. – Sorri angelicalmente.

Ficamos em silêncio por um momento logo Rodrigo apareceu em seu carro conversível preto, expliquei que Any iria com a gente e entramos no carro, seguimos direto para o centro comunitário, percebi que ela estava distante, olhando para o nada algumas vezes.

Logo que colocamos os pés no interior do centro comunitário Ricardo apareceu como um furacão.

- Quem você pensa que é para estragar meu relacionamento com Miranda? – Ele segurou o braço de Anahí com força, dava para ver, eu queria partir para cima dele, mas Rodrigo me interrompeu. – Em fala Anahí?

- Eu não mandei você estar saindo com duas pessoas ao mesmo tempo. – Falou calma, olhou para o seu braço. – Poderia soltar meu braço por gentileza? – Como assim ela falou calma, ele estava a machucando. – Quem estragou seu relacionamento foi você mesmo, você que se envolveu comigo sendo que era você que estava namorando. Vamos parar de show que você está me machucando. – Ele fuzilou ela, mas não a soltou parecia que iria bater nela a qualquer segundo.

- Ricardo. – O chamei. – Você escutou ela, não quer que eu tenha que fazer você soltar ela. – Falei lembrando de quando interferi em uma briga dele com Maite, esse cara era louco, extremamente louco, ele soltou com força o braço dela e saiu pisando duro pelo chão.

- Você está bem? – Ricardo se aproximou.

- Sim, esse vermelhão vai sair logo. – Deu de ombros – Bom, temos que ir.

Ela sai simplesmente, como se nada tivesse acontecido, o resto do dia passou tranquilamente, não houve mais tumulto e percebi que os meus alunos estavam cada dia melhores no esporte em que lecionava, na hora da saída esperei Anahí, confesso que estava com medo de Ricardo aparecer e tentar algo com ela, confesso que de certa forma ela mexeu comigo.

Durante a semana que se passou trabalhamos arduamente na nossa tenda da quermesse, chegando assim o fim de semana onde tudo estava preparado e as crianças estavam se divertindo e brincando em todos os brinquedos. Nós funcionários poderíamos participar da quermesse, no domingo, pois merecíamos um descanso.

Estava fechando a nossa barraquinha quando uma ideia nada convencional passou pela minha cabeça.

- Any? – Olhei para ela, que estava guardando o dinheiro arrecadado em alguns sacos plásticos.

- Sim? – Finalmente olhou para mim.

- Quer ir nos brinquedos do parque comigo? – Seus olhos brilharam.

- Sim! Eu iria te perguntar isso depois que saíssemos depois daqui.

[Música on - Besame Sin Miedo - RBD] 

- Certo, vamos fechar tudo e vamos, ok? – Indaguei-a, que concordou com um belo sorriso.

Inicialmente fomos na montanha russa, ela era grande, tinha dois lupy e mais uma decida bem íngreme, em certos momentos ela pegava minha mão. Na sequência fomos no kamikaze, ela gritava horrores e ao mesmo tempo dava gargalhadas, depois fomos no brinquedo samba, pelo que eu sei é um brinquedo que foi trazido do Brasil ou algo do tipo, por fim fomos no carrinho bate-bate, ela era horrível na direção. 

- Você é muito ruim na direção. - Falei sorrindo.

- Nem vem, você que não entendeu a essência do brinquedo. - Rebateu com uma gargalhada. 

- E aí está com fome?  - Perguntei depois de ter escutado minha barriga roncar. 

- Eu estou morrendo de fome, mas antes eu quero ir na roda gigante. - Falou animada, igual uma criança de cinco anos, era isso que me encantava na Anahí, ela podia ser quem ela quisesse em frações de segundos, de uma menina inocente a uma mulher madura. 

Subimos no brinquedo, o brinquedo começou a girar e do nada ele parou, sorri olhando a situação.

- Será que ele enguiçou? – Perguntou ela preocupada. – Ai minha nossa! – Começou a se apavorar.

- Calma, vai ficar tudo bem. – Eu tentei acalmá-la. – Olha para mim. – Assim ela moveu seu rosto para me encarar. – Não vai acontecer nada tudo bem? – Ela concordou com a cabeça, na sequencia o brinquedo fez um barulho e Anahí deu um pulo, ela me abraçou e eu retribui, sentir ela em meus braços foi incrível.

- Poncho... – Ela falou e eu olhei nos olhos dela, sem mais nem menos ela me beijou e eu retribuí, caramba ela beijou novamente e dessa vez ela não estava bêbada, como se o brinquedo fosse programado para funcionar depois que casais se beijam ele começou a funcionar normalmente.

Descemos dele e fomos andando para fora do local onde estava acontecendo a quermesse, olhando para frente ela travou e disse em um sussurro:

[Música off - Besame Sin Miedo - RBD] 

- Você?! 


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