DOZE - ANAHÍ

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Senti que meu corpo deu uma vacila, eu não podia acreditar no que estava vendo, ele estava beijando uma mulher de cabelos castanhos e olhos bem verdes, ela era bonita por sinal, a força do ódio me levou até a bancada do bar, logo um rapaz loiro veio me atender.

- O que a senhorita deseja? – Ele era bem educado e me atendeu com um grande sorriso.

- Olá! – Retribui o mesmo sorriso. – Eu quero o suco mais doce que você tiver. – Ele assentiu e foi em direção a cozinha, eu presumo logo voltou e eu peguei de suas mãos, estava indo em direção ao casal que agora estava aos beijos novamente, bati levemente no ombro de Ricardo, ao virar-se ele perdeu a cor. – Olá querido! – Sorri irônica e ele engoliu em seco.

- A-Any, o que faz aqui? – Indagou-me temeroso.

- Eu que te pergunto o que VOCÊ faz aqui? – Estava contendo minha raiva.

- Hey! Quem é você para falar assim com o meu namorado?! – Exclamou a mulher atrás dele, eu quase caí.

- Hooo, seu namorado? – Olhei para moça, que estava com os braços cruzados na altura do peito. – Sinto em dizer que ele estava com nós duas. – Olho fuzilando para ele. – Ele me disse que veria a mãe dele, hoje à noite. – Ele estava ficando cada vez mais branco.

- Então todos aqueles dias que você não estava lá em casa, você estava com ela? – Aponta para mim e sinto no seu olhar que ela está preste a cortar jugular dele.

- Meninas eu posso explicar. – Ele tentou apaziguar a situação, olhei para cara sínica dele e olhei para o meu copo e olhei para o rapaz a minha frente, lancei um sorriso genuíno em sua direção e joguei todo o conteúdo que estava no recipiente. – Anahí! – Ele vociferou, queria ir para cima de mim e minhas amigas apareceram, juntamente com o Christian.

- Vem Any, você já deu seu troco. – Saí de lá arrastada para uma mesa, logo Felipe veio falar com nós e pediu desculpas, se ele soubesse que estava saindo comigo tinha me alertado, pois ele sabia que Ricardo tinha namorada e Poncho estava certo e mais uma vez não acreditei, foi o que aconteceu com Manuel Velasco, Dulce e Maite tinham me avisado sobre ele e eu não acreditei.

Burra! Burra! Burra! – É o que eu sinto agora, estou sentada no bar e uma música toca ao fundo, não consigo identificar qual é, mas a batida é legal, estava no meu quarto copo de tequila, eu precisava beber, precisava queimar o meu coração com aquela bebida forte, minhas amigas já tinham ido, depois do vexame que dei, falei que elas poderiam ir embora que ficava lá afogando minhas mágoas.

- Sabe, eu não sou uma menina má. – Falava para o barman. – Eu só tenho o dedo podre para escolher namorados. – Falei agarrando a garrafa a minha frente. – Primeiro foi o Manuel, aquele idiota e agora o Ricardo. – Abaixei minha cabeça para sentir o gelado do mármore. – É muito difícil ser eu, sabe. – Enchi mais uma vez o copo a minha frente, senti uma mão no meu ombro e quando levantei meu olhar eu vi Poncho.

- Poncho seu safadinho! Você estava certo sobre o Ricardo, ele é um completo idiota. – Falei quase chorando. – Cara é muito difícil ser eu. – Engoli novamente o líquido que nessa altura do campeonato nem sentia mais o líquido descendo queimando minha garganta, eu ia encher mais uma vez e ele me parou.

- Anahí, é melhor você parar. – Senti um certo formigamento em minha mão isso era novo. – Vem, vou te levar para casa. – Tentou me levantar.

- Eu não quero ir para casa. – Falei me desvencilhando de seus braços. – Eu quero beber, me deixa beber. - Soltei as palavras com a voz manhosa. 

- Não Any, é melhor irmos. – Ele tentou mais uma vez me pegar nos braços.

- NÃO. – Eu gritei. – EU QUERO FICAR AQUI, COM O MEU AMIGO... – Olhei no crachá do barman, porém minha vista estava turva. – BOOMER. – Falei o primeiro nome que veio na minha cabeça.

- Bomer? Sério isso? – Ele gargalhou. – Vem o Felipe á quer fechar o bar, você continua beber lá em casa ok? – Ele me perguntou e concordei com a cabeça igual uma criança. – Vem. – Ele me segurou firme em seus braços e me ajudou a sair do bar, o cheiro que ele emanava era delicioso.

- Hmm você cheira bem. – Falei, escutei ele rindo. – Você está rindo de mim?

- Não claro que não. – Disse ele, se defendendo.

- É bom mesmo. – Franzi o cenho. – Poncho, eu... – Eu fui me aproximando dele logo seus lábios colaram nos meus, aquele beijo era bom e não era como o de Ricardo e de Velasco ele era gentil e ao mesmo tempo fervoroso, paramos o beijo e só aí que notei que estávamos na porta do prédio, me ajudou a descer e quando estávamos em nossas portas, ele tomou meus lábios novamente, mas agora um ânsia tremenda tomou meu corpo e acabei vomitando em seus pés.

- Pelos céus Poncho! – Falei colocando minha mão na boca. – Me perdoe, não foi minha intensão. – Ele sorriu para mim.

- Tudo bem, isso acontece às vezes. – Deu de ombros. – Eu vou entrar e trocar de sapatos. – Apontou para o seu sapatênis pretos, só agora vi que ele estava com uma calça caqui amarelo queimado e uma camisa de botões dobrada na altura do seu cotovelo, aquela camisa valorizava seus olhos verdes. – Pode entrar, eu limpo tudo isso. – Mostrou o chão, senti minhas bochechas corarem violentamente.

- Desculpa. – Disse muito envergonhada. – Eu acho que vou entrar. – Apontei para a porta atrás de mim. – E obrigada. – Sorri em agradecimento por tudo.

Entrei no apartamento e eu estava com um cheiro horrível de bebida alcoólica, tomei um banho rápido e gelado, pois eu precisava daquilo, confesso que o beijo do Poncho me deixou... Excitada? É pode-se dizer que foi isso.

Já em meu quarto deitei-me na cama, mas lembrei que deixei a janela aberta, levantei da cama fechei-a, assim que voltei na posição inicial, minha visão ficou turva e a escuridão me domou novamente. 

No ritmo da bolaOnde histórias criam vida. Descubra agora