Las Vegas ai vamos nós

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Capítulo 4 - Claire

Ouço pequenos barulhos como se fossem passos de roedores, me ajeito no banco que estou deitada para tentar voltar a dormir e aproveitar antes de toda a correria do dia voltar às minhas costas. Ouço Kmart abrindo lentamente a porta do jipe, mas não me mexo até o momento em que ela grita e volta para dentro me chamando desesperadamente, me sento rapidamente no banco para poder saber o que causou o susto em K-Mart e fico perplexa com o que vejo.
-Carlos? . Chamo o mesmo pelo rádio com o tom mais baixo de voz que consigo.
-Eu já vi Claire, fiquem todos dentro do carro. Carlos informou pelo rádio.
-O que foi que aconteceu? . Kirt pergunta para todos que estão na mesma frequência de rádio.
-Todo mundo prestem atenção, fechem todas as janelas e fiquem totalmente quietos. Eu aviso por rádio.
Uma névoa de corvos estava por toda a parte pendurados nos fios de energia que ali ainda estavam, em cima dos carros do posto de gasolina nós estamos totalmente cercados, fico me perguntando como conseguiremos sair dessa, pois nunca havia visto algo nesta magnitude qualquer barulho qualquer movimento era um passe livre para essas aves nos atacarem, cada cautela neste momento importa o silêncio absoluto deve reinar até decidirmos o que fazer se corremos se ficamos e aguardamos eles irem embora tudo é uma péssima escolha, mas alguma tenho que tomar.
-Que olho mais estranho esse corvo tem. K-mart comenta comigo.
-Eles estão comendo carne infectada, por isso estão assim.
De repente tudo fica tenso, um dos malditos corvos começa a berrar mais alto e assim alertando a todos os outros e todos começam a levantar voo e se preparar para atacar, tudo o que eu pedi para fazerem foi ficar todos quietos.
-Rápido, vamos todos embora daqui agora mesmo. Eu digo desesperada.
-É uma ótima ideia. Ouço Kirt falando pelo rádio.
Avanço com o carro em retirada e observo se todos os outros estão me seguindo e nisso eu avisto LJ e Jassie descendo da ambulância e indo em direção ao ônibus que é o veículo mais próximo deles, ouço o barulho dos tiros enquanto os dois correm o mais rápido que conseguem e meu coração se aperta com tamanha preocupação deles não conseguirem chegar até o ônibus mas sim, eles conseguiram e eu fico aliviada e preparada para o pior, e de repente diversos corvos vão a frente do ônibus para forçar a entrada e se alimentar de todos que ali dentro estão e com isso Ortor acaba batendo o ônibus em um poste que escolheu um péssimo momento para estar ali.
-Mike, Carlos, temos que evacuar o ônibus agora. Eu digo e vou rapidamente até o ônibus.
-Eu estou indo. Carlos avisa.
Chegando próximo ao ônibus eu vejo o caos formado, os corvos estão cada vez mais forçando a entrada pelo vidro da frente e conseguindo, vejo de relance duas pessoas segurando o vidro para evitar a entrada deles. Carlos abre a porta dos fundos do ônibus e coloca uma escada entre o ônibus e a van para facilitar mais a passagem das crianças para o outro veículo enquanto Mike atira nos corvos que chegam mais perto eu auxilio as crianças e apreço os adultos para saírem logo de lá. Sei que o medo pode nos paralisar, mas ali não tínhamos essa opção ou a gente corria e salvava nossas vidas ou simplesmente deixávamos morrermos, uma das mulheres é carregada por diversos deles quando me viro para ajudar outra pessoa, ela tenta fugir de suas bicadas mas é impossível são muitos em cima dela e aquilo me deixa com ódio, ódio por não ter conseguido ajudá-la, ouço os gritos dela de desespero e meu coração se aperta, quantos mais iriamos perder naquele dia, consigo colocar todos dentro da van e fico na porta para fechá-la enquanto Mike corre para o banco do motorista para nos tirar de lá eu grito para que LJ corra o mais rápido possível para a van e ouço ele gritando Jassie e Ortor, porém Jassie empurra LJ para fora e fecha a porta do ônibus e a única coisa que ouvimos é um grito ensurdecedor dela após diversos tiros.
O que aconteceu depois foi muito rápido, um dos homens que ali estava tentando ajudar a todos sobe no carro que contém o lança chamas e atira em direção aos corvos, porém não demora muito para ele ser atacado pelos mesmos e a arma ficar soltando fogo sozinho e quando percebo onde ela iria parar tudo fica silencioso o desespero que me acomete é intenso fico pensando em mil maneiras de tirar aquela mulher e todos os outros daquela situação então vejo Carlos tentando ajudar a mulher que estava na mira do lança chamas e o fogo vai em sua direção ele se vira para servir de escudo humano para a mesma e quando esperamos pelo inevitável o fogo não chega até eles, me pego confusa com o que vejo ali, um escudo invisível protege os dois e de repente ele começa a crescer imensuravelmente um céu cheio de fogo e corvos incinerados é o que eu vejo eu não consigo acreditar no que vejo e pisco diversas vezes para ter a certeza de que não estou sonhando. Vejo então Carlos indo em direção à mulher que fez aquilo e eu entro em alerta de onde ela veio e o porquê dela nos ajudar daquela maneira, Carlos vai em direção a mesma a amparando antes que ela vá ao chão e se machuque. O mesmo pega ela em seu colo e leva em direção a loja de conveniência que mantinha um sofá lá, ele coloca ela deitada e eu vou até a mesma para examiná-la e ver se estava tudo bem com ela. Quando me aproximo da mesma, eu vejo que ela é uma mulher linda e que pelo seu semblante cansado está carregando uma grande luta nos ombros. Chego seus olhos azuis agora apagados pelo desmaio tiro sua pulsação e digo para que todos a deixem descansar e para que ela só acorde quando o corpo pedir por isso. K-Mart fica encarregada de me avisar quando a mesma acordar e eu vou em direção a Oliveira para saber mais sobre ela.
-Carlos, você sabe quem é ela? . Eu pergunto preocupada.
-Sim, ela é a Alice ela e eu estávamos em Racoon City quando tudo começou, fomos contratados pelo mesmo homem para resgatar a sua filha em uma escola, ela salvou a minha vida, pois eu havia sido mordido e a garotinha que salvamos tinha o antivírus.
-Ela é perigosa ou podemos confiar nela?
-Ela é confiável, ela foi embora depois de Detroit e eu nunca soube o motivo.
-Eu entendo, mandei K-Mart me avisar quando ela acordar, agora nós precisamos enterrar nossos amigos, me ajuda com as cruzes e vou ver quem pode fazer os túmulos.
-Claro Claire, pode deixar.
-Obrigada.
-E Claire, o que aconteceu aqui hoje não é sua culpa nós nunca poderíamos imaginar que outros animais além dos cachorros eram afetados dessa maneira.
-Certo. Eu digo por fim e me afasto para encontrar algo para começarmos a montar as cruzes.
Carlos e eu terminamos de montar as cruzes e enterrar nossos amigos, meu peito dói em ver tantas pessoas queridas perdida em um único dia e de uma maneira tão horrível eu me sinto péssima por não ter conseguido ajudar todos eles, o aperto em meu peito é imenso e fico me perguntando se vale a pena continuar lutando o que eu poderia oferecer de melhor para todas essas pessoas, todos eles dependem de mim para sobreviver e eu estou os deixando escaparem como água por entre meus dedos. Com todos reunidos em frente aos túmulos improvisados eu avisto Alice vindo com K-Mart para próximo de nós e vejo ela olhando para K-Mart lhe transmitindo força pelo o que acabou de acontecer.
-Alguém quer dizer alguma coisa? Eu pergunto para todos.
Alice se distancia de nós me olhando o tempo todo e fico me perguntando o que se passa em sua mente, enquanto nossos amigos se despedem dos que se foram eu e Carlos vamos em direção a Alice para que o mesmo faça as apresentações formais e eu possa conversar com ela. Tudo estava uma loucura e se não fosse por Alice não sei o que teria acontecido hoje talvez nenhum de nós soubéssemos, pois estaríamos todos mortos.
-Alice, esta é Claire Redfield ela é quem organizou os comboios. Eu ouço Carlos dizendo para ela enquanto se aproximávamos.
-Obrigada pela ajuda. Eu digo apertando sua mão e que mão forte seu aperto é firme e ao sentir o contato de sua mão na minha sinto um frio percorrer a minha espinha e a observo com um pouco mais de atenção, agora com seus olhos azuis vividos e chamativos com um sorriso contido e cativante sua pinta no rosto próximo a curva do nariz fico a observando por breves segundos até alguém me chamar e infelizmente eu ter que acabar com aquele contato breve. Vou até K-Mart que queria saber se Alice ficaria com a gente ou não, algumas pessoas ali estavam muito agradecidas pelo o que ela fez, mas estavam com medo do que ela era e do que ela tinha feito, eu avisei que teria uma conversa com ela e logo deixaria todos avisados e disse que não precisavam se preocupar, pois ela era amiga de Carlos e logo seria nossa também. Acalmo a todos e vou à procura de Alice quero muito conversar com a mesma e resolver tudo, ela precisa saber que antes de qualquer coisa eu estou muito grata por ela ter aparecido e nos ajudado, encontro a mesma perto das bombas de combustíveis encostada olhando para o nada.
-Você pode conversar agora? Eu pergunto para ela como se ela estivesse super ocupada.
-Claro que sim. Ela diz sorrindo para mim e eu me perco no seu sorriso.
-Todos estão muito agradecidos pelo o que você fez por eles. Eu digo para ela repensando no tom de voz que eu usei, mas já era tarde.
-Mas querem saber quando eu vou embora? Ela me disse firme e mudando sua feição para decepcionada, eu vejo que ela está pensativa sobre algo e fico tentada em perguntar.
Eu digo para ela não me levar a mal, as pessoas ali dependiam de mim e estavam com medo, eu faria qualquer coisa para protegê-los o máximo que eu pudesse eu sabia que Alice não seria um problema, ela nos ajudou quando ninguém mais podia e manter ela por perto é o que eu quero. Ela me explica sobre um local que ela acredita ser longe desse vírus e que todos ali poderiam viver bem e despreocupados, uma ponta de esperança me alcança porém eu fico pensando nos prós e contras dessa decisão, ir ao Alasca não seria uma tarefa nada fácil e exigiria de todos ali muita força. Eu me aproximo dela lentamente observando cada reação de seu rosto e sei que eu causei alguma reação dela, pois ela fica de boca aberta e me parece que nem respirando ela estava, fico pensando o que ela faria caso eu agarrasse ela ali mesmo e lhe beijasse, acredito que ela não iria estourar meus miolos com a força da mente eu termino de me aproximar e coloco uma de minhas mãos em seu ombro a olho por alguns segundo, mas decido que não seria uma boa ideia fazer isso agora e não consigo esconder o sorriso de satisfação que fiquei por ter deixado ela daquela maneira, eu saio andando e sinto-a vindo junto comigo e vamos em direção ao Carlos para falarmos sobre essa ideia. Tudo decidido nós nos preparamos para partir, Alasca é nosso destino mas antes de chegar lá iremos passar por Las Vegas para procurar suprimentos e gasolina, não será uma viagem fácil e precisamos levar tudo o que pudermos, todos descansando para o próximo dia que seria mais intenso que o anterior. Alice saiu de perto da fogueira onde estávamos e vai até suas coisas, a vejo sentada lá e vou até ela para conversarmos e durante nossa conversa eu acabo desabafando com ela sobre ter perdido meu irmão e como isso me afetou, e ela de repente me abraça me deixando surpresa com a ação dela até relaxar meu corpo e perceber que era daquilo que eu estava precisando e eu retribuo o abraço dela e vejo que ela volta a respirar depois disso, ficamos por um tempo abraçadas até que eu decido beijá-la

Resident Evil A extinção humanaOnde histórias criam vida. Descubra agora