Quando as luzes se apagam

48 4 1
                                    

Capítulo 22- Claire Redfield

Aos poucos vou ouvindo barulhos estranhos eu tento abrir meus olhos mas eles estão pesados e eu sinto o cheiro de sangue forte em minhas narinas tudo é muito confuso eu tento me recordar de onde estou e quando eu consigo abrir meus olhos mal consigo enxergar, tudo estava escuro eu passo as costas de uma de minhas mãos em um de meus olhos e volto a enxergar melhor, a mancha de sangue que fica em minha mão é assustadora, eu levo minha mão até minha testa procurando o ferimento que acarretou em tanto sangue assim, logo quando encosto a ponta de meus dedos eu sinto a dor latejante e eu retiro rapidamente os dedos de lá, o calor é ardente e me sinto cozinhar em meio a esses ferros todos, eu respiro fundo afim de me acalmar para tentar me tirar dessa situação, meu corpo reage ao calor e ao medo e isso agora não é bem-vindo após algumas respirações profundas mexo os dedos dos meus pés a fim de saber se eles ainda funcionam corretamente e por sorte eles estão funcionando normalmente, agora eu me apoio sobre meus cotovelos para ver como está os escombros do helicóptero e vejo algumas daquelas pessoas presas nas ferragens tentando se soltar e vir até mim para se alimentarem, eu tive sorte até agora mas não posso abusar eu preciso sair daqui o mais rápido e matar todos eles antes que eles façam isso comigo.
Eu me sento e vejo que uma de minhas pernas está presa debaixo de uma parte do helicóptero e eu torço para não ter tido nenhum corte profundo, a alguns centímetros de mim tem uma barra de ferro eu me esforço um pouco para alcançá-la e a pego  tentando improvisar um apoio para levantar o ferro da minha perna, eu estudo a maneira mais certa para eu levantar o ferro e conseguir puxar minha perna fazendo os dois movimentos ao mesmo tempo, parece até impossível isso mas tem que dar certo, eu respiro fundo e me preparo após confirmar que o apoio embaixo da barra de ferro irá suportar meu peso eu seguro firmemente na ponta da barra de ferro que está ao meu alcance e jogo todo o peso do meu tronco nele e eu puxo meu quadril para trás, eu consegui puxar um pouco e logo perco as forças e o ferro cai fortemente em cima da minha perna novamente, a dor é dilacerante e agora eu acho que cortei a perna respiro profundamente várias vezes e eu me preparo novamente a dor é demais e não posso desmaiar agora, respiro profundamente mais uma vez e coloco toda a minha força no tronco e tento mais uma vez sair do meio desses ferros.
-AAAAAAAAAAAHHHHHHHH!!!!! 
Eu me esforço ao máximo que consigo e em meio a tanta dor eu consigo me soltar do escombro, me jogo de lado para sair totalmente debaixo dele e vejo que tenho um corte na minha canela, não parece ser profundo mas está doendo demais quando me esforço para levantar sinto uma dor na costela e eu levanto minha camisa para ver e está um pouco roxo e eu torço para que não tenha quebrado uma costela dando alguns passos me sento longe das ferragens e daquele calor insuportável respiro fundo e eu observo tudo a minha volta, eu estou muito cansada e com muita dor, não posso me deixar cair agora então eu alcanço uma faca ao chão e me encaminho perto dos zumbis, eu mato um de cada vez e logo me sinto aliviada por isso mas triste por não ter sobrado ninguém. Eu procuro por alguma coisa que eu possa colocar no meu ferimento da perna e ao longe eu vejo algumas pessoas e eu me coloco em alerta, como saberei se são mesmo pessoas ou zumbis o esforço que fiz aqui já foi demais para mim mas agora tenho que resistir mais um pouco. Observo os passos lentos e levanto minha faca e me mantenho em posição de combate meus olhos vão se fechando aos poucos e eu me esforço para deixá-los aberto minha respiração está descompassada e eu logo sinto o peso da minha cabeça e cada segundo que passa aquelas coisas se aproximam de mim a cada segundo mais perto e o meu corpo fica eriçado em atenção ao perigo eminente, logo quando me preparo para o primeiro golpe meu corpo vai para frente e sinto ser amparada eu tento olhar para quem me segurou mas não enxergo nada e sei que meu rosto voltou a sangrar e logo tudo se apaga novamente.
Eu sinto algo macio embaixo de mim e o meu corpo inteiro dói como se eu estivesse deitada por muito tempo e então eu desisto de me mexer bruscamente, eu respiro profundamente me preparando para descobrir se eu morri ou não já imaginou eu estar no céu com esse cheiro seria estranho, a claridade do sol que esquenta o meu rosto me faz não ter vontade alguma de abrir os olhos e me fazer aproveitar por mais um tempo desse momento mas a curiosidade e preocupação ainda são maiores, eu vou abrindo lentamente os olhos e coloco minha mão em frente a ele para cobrir da claridade do sol e eu observo estar em um local alto pela força do vento eu deduzo, eu estou deitada em uma cama velha de molas que a cada movimento mesmo que leve ela range de uma maneira irritante aos meus ouvidos, uma de minhas pernas está para fora dela em apoio no chão e a outra esticada perto da barra de ferro que ela tem embaixo eu observo tudo ao redor e a minha frente tem um pequeno suporte com uma bandeja em cima com alguns instrumentos cirúrgicos isso me apavora por alguns segundos, eu olho para a minha perna esticada e vejo o rasgo da calça e a atadura que tem ali, bom posso dizer que não estou morta caso contrário não seria necessário isso né, ou seria. Eu divago em meus pensamentos mas sei que preciso levantar e me situar de onde estou e principalmente quem me trouxe para cá, eu coloco meu cotovelo em apoio na cama e tento me levantar nele e o arrependimento vem logo em seguida, eu sinto uma dor localizada a costela e parece que estão enfiando uma faca dentro de mim eu inevitavelmente resmungo de dor e solto meu corpo novamente para se deitar neste colchão macio e velho, logo eu ouço algumas vozes ao longe e me vejo em alerta seja lá quem me ajudou com certeza vai querer algo de mim e eu preciso me defender ouço o barulho da porta se abrindo e adentrando em silêncio eu observo um homem alto com a barba mal feita e com os cabelos enormes me olhando atentamente enquanto se aproxima cada vez mais.
-Bom dia, eu achei que você não iria mais acordar. Eu ouço sua voz grave mas o mesmo parece estar cauteloso quanto a minha presença.
-Onde é que eu estou? O que aconteceu com Chris e a Alice? Eles estão bem? Tudo está bagunçado na minha cabeça eu me lembro de ter sido pega por uns agentes da Umbrella e enfiada dentro de um helicóptero e eu entrei em luta com alguns soldados. Eu começo a falar demais e nem sei porquê.
-Calma, todos aqui me chamam de Doc ou Doutor se preferir, nós vimos a explosão do helicóptero e fomos até lá para ver se encontrávamos algo de útil e foi quando eu e meus amigos te avistamos a princípio achamos que você era um zumbi. Ele diz e dá um sorriso de lado se divertindo com o que diz.
-Eu pensei a mesma coisa de vocês e estava me preparando para matá-los. Eu digo e o sorriso dele aumenta mais ainda.
-Eu acredito que você estaria bem morta agora se fossemos zumbis, antes mesmo de estarmos totalmente perto você já estava indo de encontro ao chão, o estrago foi muito feio, eu queria saber como você sobreviveu a colisão. Ele diz agora mudando seu semblante para curioso.
-Eu sou uma sobrevivente, acredito que sorte tem a ver com isso também. Eu digo e me mexo levemente mas a dor me faz fazer uma careta e então ele entende o que queria fazer e me ajuda a se sentar.
-Você poderia me dizer o seu nome agora? Ele pergunta e percebo que nem me apresentei.
-Eu me chamo Claire, Claire Redfield e eu preciso encontrar os meus amigos o mais rápido possível, por quanto tempo eu dormi?
-Você está apagada tem uma semana. Ele diz e olha para a garota que está entrando no quarto.
-O que?! Mas como assim uma semana? Eu o olho incrédula e intercalo meu olhar entre ele e a garota que me observa agora de braços cruzados e olhar sério, ela é branca com seus olhos claros como a água cristalina dos mares mais limpos que existem, seu rosto é fino e delicado mas isso não afasta o perigo de seus olhos, seu cabelo super liso e curto lhe dá um ar de segurança inconfundível.
-Você teve lesões graves da queda, você realmente é uma mulher de sorte era para estar morta como todos os outros do helicóptero. Ela diz andando de um lado para o outro sem tirar seus olhos dos meus. -Eu me chamo Abigail, eu ajudei o doutor a cuidar de você durante este tempo, o que houve lá dentro? Como você saiu viva daquilo? Abigail me interroga com o olhar que transmite toda a sua desconfiança de mim.
-O helicóptero caiu pois eu lutei contra os agentes da Umbrella, eles estavam me levando para alguma das instalações deles, provavelmente eles iriam fazer experimentos comigo como fizeram com todos em Arcadia.
-Arcadia? Você sabe de Arcadia? O que houve lá? O doutor me pergunta soltantos os braços surpresos com minha fala.
-Eu, Alice e Chris estávamos tentando chegar até lá a procura de abrigo e comida, mas a princípio acreditávamos que Arcádia era uma cidade no Alasca até descobrirmos que era um navio, foi quando chegamos lá e descobrimos que era a Umbrella que comandava o navio e então tivemos uma luta com alguns empecilhos da Umbrella tentado tomar o navio, mas eles estavam preparados e nos atacou logo quando achamos que tínhamos conseguido um pouco de paz.
-Nós esperamos por Arcadia durante um tempo, mas acreditamos que eles tenham sido invadidos pois ficamos muito tempo sem retorno deles, o que houve para eles pararem com os chamados? Abigail me pergunta com a voz firme. 
-Eles começaram a usar as pessoas do navio para fazer experimentos para melhorarem as armas biológicas deles, mais fortes, mais rápidos e mais famintos. Eu digo e intercalo meu olhar entre eles.
-Eu acho que tivemos sorte então de perdermos os chamados deles. O doutor diz para a garota e os dois sorriem em cumplicidade.
-Mas então eu posso ver? O doutor aponta para a minha barriga e eu movo minha cabeça em concordância e observo ele se aproximar e se ajoelhar em minha frente e eu levanto levemente minha camisa para ele observar, ele retira a faixa que estava ali e passa uma pomada no local, o tocar de seus dedos na minha pele me arremete a arrepios e dores e ele se desculpa rapidamente e logo enfaixa novamente minha costela.
-Mais alguns dias e a dor irá ter diminuído bastante você teve muita sorte, achamos que você não iria aguentar.
-Por isso me deixaram trancada aqui dentro sozinha?
-A porta não estava trancada, só fechada de uma maneira que você não abrisse caso se transformasse. A garota fala séria e sei que ela está preocupada com minha presença aqui, mas não posso culpá-la, eu também estaria na defensiva se fosse ao contrário.
-Tudo bem, eu não consegui me levantar sem ajuda mesmo, eu preciso saber onde estamos eu tenho que ir atrás do meu irmão…
-Ele já deve estar morto. Ela diz e eu a olho incrédula quem ela pensa que é.
-Você não sabe disso, o meu irmão não morreria tão facilmente assim. Eu digo olhando-a com raiva, e se ela estiver certa e se eu perdi meu irmão e Alice isso me quebra por dentro, eu demorei tanto para reencontrar meu irmão e ouvir isso de alguém que mal conheço e me sentir mal assim é irritante.
-Você não tem certeza disso. Ela quer tomar um soco só pode.
-Eu tenho sim, eu sobrevivi a queda de um helicóptero, ele também sobreviveria a isso ou coisa pior. Eu digo demonstrando minha raiva e a vejo levantar os braços em rendição à aquela discussão.
-Tá legal, não está mais aqui quem falou, mas se você pretende ficar conosco terá que entender algumas regras. Ela diz e olha para o doutor e deixa a sala logo em seguida.
-Não se preocupe com ela, ela está na defensiva pois é difícil confiarmos em pessoas novas, sendo que não conseguimos confiar nem nas antigas. Ele diz sorrindo amavelmente e me entrega um copo com uma bebida dentro meio azul, eu o olho com uma cara de interrogação e ele beberica do líquido em questão.
-O que é isso?
-Só bebe, pode confiar em mim.
-O que foi que você falou sobre não confiar nem nas pessoas antigas? Eu perguntei e sorrimos juntos e logo engulo a bebida que desce rasgando minha garganta, seja lá qual bebida era, eu estava realmente precisando de álcool em meu organismo.
-Aqui nós temos uma grande instalação, temos crianças e idosos para cuidarmos e sempre nos revezamos para sair atrás de mantimentos e produtos de higiene e medicamentos para tentar amenizar a dor dessas pessoas, muitos deles estão debilitados seja pela idade ou por ter passado alguma situação durante os ataques quando tudo isso começou, nós realmente precisamos de ajuda aqui e se você pretender ficar isso vai ser ótimo para nós, quanto mais pessoas fortes tivermos aqui melhor poderemos cuidar dos mais francos.
-Eu não sei se ficarei aqui com vocês, eu tenho que achar meu irmão e minha namorada e nossos amigos que estavam no navio, eram muitas pessoas eu não fazia ideia que existiam tantos de nós ainda, mas depois do ataque da Umbrella não sei se isso mudou.
-Vamos combinar assim, você se recupera e passa um tempo conosco você nos ajuda com as pessoas daqui e quando se sentir pronta fisicamente para ir tudo bem, nós arrumamos alguns suprimentos para você levar.
-Assim tão fácil?
-Não, você teria que passar um tempo com a gente e nos ajudar na procura dos mantimentos e todo o resto, querendo ou não vai ser um trabalho árduo e cansativo, assim como nossas vidas são agora, o que você acha? Topa? Eu preciso falar com os outros sobre você, Claire, pois aqui temos muitas pessoas que não gostaram da sua chegada.
-Tipo a Abigail? Ela me pareceu bem reticente quanto a minha vinda para cá.
-Ela é maleável, com o tempo e conversa acredito que vocês duas irão se entender bem. Ele diz com um olhar sugestivo e eu somente nego com a cabeça voltando meu olhar para o copo vazio.
-Você consegue andar? Eu quero te apresentar para o restante do pessoal e mostrar como tudo funciona aqui, ele estende a mão para eu pegar de apoio para levantar.
Eu olho para a mão dele estendida e me coloco a levantar sozinha, quando eu me impulsiono para levantar sinto uma pontada em minha costela, mas faço o possível para não demonstrar a dor que estou sentindo, caminhamos para fora do quarto e logo vejo o prédio em que estamos,  o ar aqui é forte e o local tem suas laterais todas abertas cobertas por panos grossos que ficam voando conforme o vento batia, caminhamos em direção a uma outra sala onde se encontram diversas pessoas, tem idosos aqui e eu fico maravilhada com como isso pode ser possível, mesmo com tantos obstáculos esse homem reuniu pessoas para cuidar de outras, e isso é muito altruísta ainda mais para os dias de hoje.
O doutor me apresenta pra diversas pessoas, algumas me recebem com sorrisos calorosos e outras somente resmungam por não estarem satisfeito com como as coisas estão, vejo algumas crianças mas uma em específico me chamou a atenção ele carrega uma arma em punhos e mantém um facão em suas costas que é maior que ele, vendo este facão logo me lembro de Alice que não solta aquelas espadas dela por nada nesse mundo, como é horrível sentir falta dela assim, não tivemos a chance de nos despedir e eu não tive forças para protegê-la da Umbrella, fico me perguntando o que eles fizeram com ela, será que ela conseguiu escapar deles, será que ela está viva realmente. São tantas questões que fico com a cabeça doendo, levo minha mão de encontro a minha testa e sinto um objeto estranho e o dolorido leve dele e ouço o doutor dizer que eu ainda continuo com os pontos que eles deram quando eu cheguei aqui.
Nós andamos mais um pouco e eu conheço o resto do pessoal, uma garota asiática que parece ser muito séria com seu cabelo longo na cor meio que moreno iluminado, um homem negro careca e tem um que tem complexo de lider, ele é alto e tem a cara de sério e age como se fosse tomar todas as decisões o tempo todo, com seus ombros largos e faceta de garoto mau, parece aqueles que morrem sempre primeiro nos filmes de terror onde todos correm exatamente para o perigo, eu dou risada internamente disso como consegui divagar tanto assim, eu preciso me focar em encontrar meus amigos, eu preciso me recuperar o mais rápido possível. Nós caminhamos por toda a instalação e o doutor vai me mostrando cada detalhe de cada andar, as armas são improvisadas e eles tem materiais para fazer algumas armas, ele me mostra o cronograma das saídas atrás de mantimentos e armas, ele me mostra as armadilhas que foram feitas para se prevenirem de zumbis se aproximando do prédio, e é tudo arquitetado minuciosamente, é impressionante o trabalho que eles fizeram aqui isso é uma fortaleza contra os zumbis, é por isso que todas essas pessoas mais velhas continuam intactas e seguras isso é maravilhoso e me animo com o que eles tem aqui, eu penso em tudo o que posso oferecer como agradecimento por terem me ajudado quando sofri aquele acidente, todos são muito sérios e vivem em alerta e isso é tão ruim e chato e eu sou assim e isso nunca irá mudar a não ser que Alice consiga o que quer e destrua toda a corporação Umbrella. Nós caminhamos mais e eu vou prestando atenção em cada detalhe desse lugar, cada barricada posta nas partes  que seriam uma entrada, os portões gigantes que os protegem, os andares acima e os abaixo todos tem a proteção de ferros soldados para dificultar qualquer entrada ou qualquer saída daqui, eu não posso dizer que confio nessas pessoas, não ainda mas fico grata pela ajuda.
-Aqui nós conseguimos muita gasolina com o tempo em que estamos aqui, então mantemos o máximo possível armazenado para uma necessidade maior, cada um possui uma função aqui, descobrimos no que você é boa e dividimos o trabalho. O doutor diz enquanto anda alguns passos à minha frente apontando para cada lugar e pessoa.
-Então em troca de salvarem minha vida vocês querem descobrir no que eu sou boa para ajudá-los aqui? Eu pergunto observando os olhares sobre mim.
-Exatamente, algumas pessoas aqui não são muito receptivas a princípio, mas depois você acaba conquistando elas. O doutor fala seguro de si.
-Acredito que tenha sido isso que você fez então não é mesmo? Eu olho o doutor nos olhos e sorrio junto com ele.
-Sim, muitos deles chegaram junto comigo, porém muitos outros encontramos no caminho e como passaram por muitas coisas ruins foi difícil baixarem a guarda, mas agora somos uma grande família querendo ou não, e você o que fazia antes disso tudo?
-Eu era uma ativista, lutava pelas pessoas de uma maneira que não era necessário usar armas de fogo, meu irmão fazia parte da S.T.A.R.S. tudo o que eu aprendi sobre lutas e armamentos foi com ele.
-Eu imagino que tenha muito orgulho dele, e ele de você.
-Eu tenho sim, ele é maravilhoso e atencioso quando ele sumiu eu me preocupei demais e fiz tudo o que podia para reencontrá-lo.
-E conseguiu?
-Sim, meio que por acaso mas eu consegui sim e foi muito bom, meu coração voltou a bater quando isso aconteceu.
-Que demais isso, Claire , eu fico feliz por você e logo você irá reencontrá-lo.
-Doutor precisamos de você, a dona Eugênia está se sentindo estranha. Ouvimos Abigail ao longe vindo em nossa direção.
-Eu já volto Claire,pode ficar a vontade e conhecer o lugar todo logo vamos te passar as suas tarefas. O doutor diz e sai correndo junto com Abigail.
Eu caminho pela área toda que tenho acesso e me pergunto como essas pessoas sobreviveram tanto tempo aqui mas não só pelo fato de estarem vivas fisicamente mas como vejo muitas delas ainda sorrindo fácil mesmo com tanta tristeza impregnada em cada local que olhamos, é impressionante o forte que eles montaram aqui, isso só não é inquebrável porque não suportaria uma bomba nuclear, mas de resto aguenta muita coisa, eu caminho mais um pouco e estudo todos os pontos fortes e os pontos fracos dessa área, aqui é como se fosse a sala de jogos só faltou mesmo uma televisão e várias crianças brigando pelo controle para verem quem irá assistir ao futebol ou à novela.
Eu ando pelo térreo agora e observo os portões fechado eles são imensos e muito pesados, as correntes ao lado para subir ou descer o portão estão enferrujadas do tempo mas ainda assim firmes o chão todo sujo não deixa esconder o desgaste do tempo o cheiro do ferrugem o cheiro do pó entrando por minhas narinas, olhando para alguns feixes de luz vejo a poeira voando calmamente como se ela nunca pudesse deixar de existir ali, como se mostrasse sua presença para deixar claro que o tempo muda tudo mas que elas sempre estarão ali, seja a mostra de um feixe de luz ou escondida no momento sem luz ou camuflada no tempo e espaço. Eu me sento em um tambor de ferro que tem jogado no canto e fico me perguntando em como consegui chegar até aqui, eu liderei um comboio com milhares de pessoas, vi muitas delas morrerem no caminho, outras desistirem de seguir com a gente e outras lutarem por suas vidas e nos pedir socorro quando nós não tínhamos forças para ajudá-las, me lembrar de Carlos, meu grande amigo que considerava meu irmão, JK que me irritava muitas das vezes mas também me fazia sorrir demais, K-Mart o que será que houve com ela, me sinto tão mal por não tê-la protegido corretamente, eu quebrei minha promessa com ela, quando chegamos no Alasca e fomos atacados, eu fugi eu a abandonei lá sozinha eu lutei mas mesmo assim não adiantou eu me perdi dela e de todos os outros. Todos os eventos até aqui, até este momento o que teria sido de mim se Chris não tivesse me ensinado a lutar ou a manusear uma arma de fogo, Deus! Eu protestei contra o porte de arma, o quanto isso é contraditório e agora ela é um dos meios para me manter viva e aos outros.
Eu fiquei desacordada por muito tempo o estrago foi razoavelmente grande, a minha recuperação está próxima dos cem por cento, eu vou ajudar essas pessoas como eu puder, irei melhorar minhas táticas de combate  e cuidar dessas crianças que tiveram que perder sua infância para matar qualquer um que ataque a sua segurança, essas pessoas idosas por mais que sejam poucas elas ainda existem e depois delas não sabemos se existirá vida por tanto tempo assim, enquanto o doutor falava comigo havia observado duas mulheres elas estavam radiantes e eu acredito que isso seja gravidez, isso significa que é mais trabalho e também a ponta de esperança que todos precisamos, já imagino o momento do primeiro choro, o primeiro grunhido de vida, isso será música para meus ouvidos.
Eu tomo a decisão de ficar e ver até onde isso irá me levar eu irei atrás de Chris e Alice, mas antes preciso cuidar daqui essas pessoas precisam de mim, para a minha sorte mas tristeza Chris e Alice sabem se cuidar melhor que qualquer outra pessoa que existe nessa terra fadada ao caos e tristeza, preciso me situar de onde estou agora para saber por onde começar, me levanto do tambor e me ponho a caminhar em direção ao doutor e Abigail eu irei me preparar para o meu grande retorno e aprender mais sobre esse lugar se a Umbrella acha que irá vencer ela está muito enganada, eu tenho amigos fortes e determinados e sei que aqui irei criar um vínculo com a maioria e assim lutaremos juntos por um mundo melhor.

Resident Evil A extinção humanaOnde histórias criam vida. Descubra agora