Capítulo 10 | Coisas perdidas e a testemunha do Rei dos Reis

4 1 0
                                    


Capítulo 10 Coisas perdidas e a testemunha do Rei dos Reis

CONVENHAMOS QUE COM AS VIAGENS QUASE MENSAIS DE Katrina Monroe a Manhattan, ela já estava virando amiga da maioria dos funcionários do aeroporto. Mas, Kevin Albuquerque, o Sr. Acomodação, não sabia dessa tendência de Katrina de fazer amizades rapidamente.

Não que a jovem se importasse em contar toda a sua vida para ele, claro que não, ela já estava muito envolvida emocionalmente com um cara que nem ligava para o que a moça acreditava para lhe entregar cada detalhe mínimo de sua vida, assim, de bandeja. Mas isso não significava que a Monroe levou numa boa a cara de descrença de Kevin quando ele era "forçado" a cumprimentar cada funcionário do aeroporto que encontravam.

— O que será que o papai vai fazer quando descobrir que os nossos voos foram cancelados porque o céu está desabando lá fora? — Katrina perguntou ao Sr. Acomodação enquanto brincava com a xícara de leite vazia em cima da mesa da lanchonete do aeroporto de Guarulhos.

— Não quero nem pensar — Kevin respondeu estremecendo ao lembrar dos gritos revoltados de Hector Monroe quando ele soube que a filha estava em um hospital. — Ou você já esqueceu que o senhor Monroe praticamente me obrigou a ir no culto ontem à noite?

Katrina se segurou para não revirar os olhos pela quarta vez em menos de meia hora. Era no mínimo revoltante saber que Kevin só tinha ido à igreja no dia anterior porque Hector tinha mandado: — Nem me lembre dessa sua falta de consideração com as coisas de Deus, mocinho.

Kevin ia rebater com mais uma de suas respostas sem noção quando um raio cortou o céu. Ele só teve tempo de ver o clarão antes do barulho estrondoso que acabou com a iluminação do local seguido por um grito aterrorizante de Katrina.: — Eu não sabia que você tinha medo de chuva.

Katrina resmungou apertando as mãos em cima da mesa: — Eu não tenho medo de chuva, mas sou racional o suficiente para ter medo de um raio estrondoso.

— Você tá parecendo uma criança, Katrina. Depois você reclama do seu pai pedir para eu te acompanhar até Manhattan.

Se a Monroe percebeu a estranha sensação de déjà vu que a frase de Kevin causou ela não falou nada.: — Não confunda as coisas Sr. Acomodação. Se me lembro bem, papai achou que por a minha pressão já ter caído um tanto de vezes eu não posso mais fazer uma viagem de avião sozinha.

— E ele está certo?— Ilíada perguntou enquanto retirava a xícara vazia da mesa. Ilíada tinha nascido na Grécia mas viera para o Brasil com a mãe em 2008, ou seja, a dez anos atrás. Katrina negou. — Então porque você tá se preocupando à toa?

— É difícil explicar, Ilíada. Eu amo o meu pai, mas ele é protetor demais. — Katrina disse ignorando a presença de Kevin. — Eu sei que é errado, mas às vezes eu tenho vontade de mandar meu pai catar coquinho e nunca mais falar comigo.

— Família, Monroe, é um projeto de Deus. Só que o inimigo joga sujo, ele usa todo o seu poder para destruir até só ficar os destroços.

— Eu sei disso, Ilíada — Katrina fungou. — Hector tá cuidando de mim desde o dia que eu nasci. Tirando Deus eu não consigo pensar em alguém que se importe comigo mais do que o meu pai entretanto...

— Em uma família todos não têm o mesmo cunho de caráter e haverá ocasiões para exercitar o amor, o bom senso e a paciência. — Ilíada citou. — Deus é bom e a Sua vontade é santa, perfeita e agradável. Não tem ninguém que quer te ver feliz mais do que Ele, mas Deus quer ver em você a verdadeira felicidade. Não a felicidade vazia e passageira que esse mundo tem para oferecer mas a verdadeira. Ore para o Sr. Monroe aprender que ele pode confiar em Deus para cuidar de ti e se apegue com todas as suas forças à palavra viva e eficaz.

Ainda Existe Esperança!Onde histórias criam vida. Descubra agora