Capítulo 11 | Dependência Total

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Capítulo 11 Dependência total.

FINALMENTE, ERA SEXTA-FEIRA. E só estava começando, lindamente, aliás. Na tarde anterior, o papel importante de Hector tinha sido achado dentro da gaveta da escrivaninha no escritório. O Sr. Monroe tinha ido pegar uma tesoura dentro da gaveta e achado a folha de papel alcalino* com a assinatura que selava o contrato de investimentos com Young-chul Hye. Só faltava reconhecer em cartório mas esse era o menor de todos os problemas da humanidade.

O celular de Katrina, tocando "Hora de Viver", indicava 06:24 da manhã, porém ela já estava de pé arrumando a mala. Depois que o papel fora achado, Hector tinha levado toda a família para uma comemoração que tinha no roteiro: Cinema, compras e muita mas muita comida. Resumindo, não dera tempo de arrumar nada para a volta para casa.

— Filha, posso falar com você? — Hector ficou parado na frente da porta.

— Entra, pai — Katrina gritou enquanto lutava para dobrar uma... Como que Alisha havia chamado? Ah sim... camisa feminina estampada smiley manga longa preta que tinha comprado no dia anterior. Ia ter que lavar tudo quando chegasse em casa. — A porta só está encostada.

— Já está arrumando as malas? — Hector perguntou assim que entrou tentando não pisar em nenhuma roupa no chão. Era uma tarefa difícil mas Hector não chegou aonde chegou por acaso.

— Tentando pelo menos. Consegui encher menos de meia mala e fiz toda essa bagunça. — ela riu sozinha e embolou a camisa dentro da mala. Quando chegasse em Hondson a colocaria em um cabide. A Monroe olhou pro pai. — Mas o que te trás aqui? Meu pai não anda à toa.

Hector estava com uma calça jeans escura e uma camiseta azul e com o cabelo respingado por conta d'água. Ele devia ter acabado de escovar pois o braço estava sujo com a espuma do creme dental.

— Você acha que eu sou tão sedentário assim? — Hector brincou se sentando em uma cadeira e a Monroe fez um sinal indicando o braço, Hector entendeu e limpou o braço na camiseta. — Katrina, preciso te fazer um pedido.

— Tem a ver com meus irmãos, não é? — ela perguntou se sentando na cama e olhando fixamente para o pai. — Você sabe que Alisha não está dormindo bem, não sabe?

— Esse é justamente o meu pedido, Katrina. Eu não dou conta de cuidar de dois adolescentes e a sua mãe nem se fala. — Hector disse de uma vez antes de resmungar: — Se eu sou atolada no trabalho, sua mãe é mais.

Katrina lembrou de como a agenda da mãe era apertada. A experiência de Thereza no desenho do logo do IIST chamou a atenção de diversas empresas e pintores e ela dava palestras de "n" minutos sobre pinturas, em todo o canto do mundo e para todas as pessoas que precisavam.

O valor não era muito agradável mas valia a pena. A matriarca Monroe era a melhor desenhista do século. Os críticos de arte diziam que seus traços se assemelhavam aos de Tarsila do Amaral, grande referência de Thereza mas continham um "ar" único, sutil e forte ao mesmo tempo. A pintora ideal do século XXI.

Sim, Katrina teve que reconhecer, mamãe ajuda milhares de pessoas com seus desenhos complicados mas esquece das pessoas de sua própria casa. Parecia ser o relato infeliz de ganhar o mundo todo e perder a sua alma. Mas, colocando em panos limpos, não dava para simplesmente ignorar todo o esforço e dedicação de Hector e Thereza Monroe tinham para a filha quando ela era mais nova. — Vocês cuidaram de mim.

— Não cuidamos não.

— Cuidaram sim. — Katrina exclamou, tinham deixado a desejar quando ela tinha crescido, mas quando era criança fizeram um bom trabalho.

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